Capítulo 27 (NOVO)

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Matthew

Eu estava sentado ao lado de Scott em uma mesa do bar quando meu celular começou a vibrar em meu bolso, o nome de Katherine estava sobre a tela. Olhei ao meu redor onde tinha a visto pela última vez com Sara conversando, mas, não a encontrei.

- Onde você está? – perguntei preocupado, até onde eu sabia estávamos no mesmo lugar e de repente não estávamos mais para ela precisar me fazer uma ligação?

- No estacionamento – disse ela com a voz tremula e um pouco sussurrada como se estivesse tentando controlar a própria respiração – Preciso venha até aqui agora minha bolsa estourou eu não muito ao certo se devo me mover ou não, eu só...

Ela estava nervosa e tinha acabado de me deixar um pouco desesperado.

- Certo, estou indo. Não se preocupe. Eu estarei aí em segundos – garanti com o máximo de tranquilidade que conseguia emitir naquele momento.

Porra, meu filho estava prestes a nascer.

- Ok – disse ela em meio a um suspiro e desligou o telefone.

Me levantei rapidamente da cadeira em que estava à procura das chaves do carro que tinha largado sobre a mesa.

- Ela entrou em trabalho de parto? – perguntou Scott parecendo preocupado ao meu lado.

- Sim. Onde foi parar a porra da chave do carro – disparei revirando os guardanapos até encontrá-la.

- Posso fazer algo para ajudar? – Scott se levantou da cadeira ao meu lado parecendo nervoso.

- Apenas ligue para minha mãe e avise para ela que estou indo para o hospital, certo? – disse a ele e joguei meu celular em suas mãos antes de sair correndo em direção ao estacionamento.

Passei em todas as mesas sem me importar em quem ou em que havia esbarrado ou não.

Katherine não estava muito distante do meu carro, parada com uma das mãos na barriga e a outra nas costas inspirando fundo tentando manter a calma que estava estampada em seu rosto que ela não tinha. Eu me aproximei dela fazendo seu braço se apoiar em mim.

- Você está bem? – perguntei totalmente descontrolado, mas me esforçando ao máximo para não a apavorar ainda mais – Você consegue caminhar até lá?

Ela assentiu em meio a um sorriso fraco apoiando seu peço nos meus ombros.

- Matt eu só não acho que eu devesse entrar dentro do carro – disse ela com relutância – Eu estou toda... Molhada.

- Foda-se o carro Kitty – bufei. Quem se importava com aquilo, ela estava prestes a ter o nosso filho os dois eram o mais importante naquele momento – Tudo em que temos que nos preocupar agora é em chegar ao hospital, ok?

Ela assentiu enquanto eu a ajudava a entrar no carro e lhe dei um beijo na testa antes de fechar a porta entrar no carro e dirigir o mais rápido que pude. Não sabia se mantinha meus olhos na estrada ou nela estendi minha uma das minhas mãos em sua direção quando notei que ela estava sentindo dor e tinha certeza de que se eu não chegasse na porcaria do hospital logo ela teria aquele bebê ali mesmo dentro do carro.


Katherine

Eu estava quase me arrependendo de ter optado pelo parto normal a alguns meses atrás. A dor que me consumia naquele momento era como se todos os meus ossos estivessem se partindo dentro de mim. Meu Deus! Eu nunca mais reclamaria das minhas cólicas menstruais.

Matt estava ao meu lado e eu tinha certeza que a cada grito meu ele ficava ainda mais nervoso e surtado. Não o culpava, porque eu também estava, as contrações além me deixarem nervosa estavam começando a me irritar.

- Você deveria ter escolhido a anestesia – comentou Matt após o meu último grito.

- Eu não tenho certeza de sou muito fã das agulhas – falei quase sem fôlego.

- Você enfrentou uma quando quis aquelas tatuagens.

- Não acredito que você esteja falando isso. Caralho. Isso é totalmente diferente – disparei alto me agarrando aos lençóis com a dor lancinante da contração seguinte.

Matthew ficou calado, eu deixei escapar um gemido de dor bastante alto.

A enfermeira que havia me examinado anteriormente entrou no quarto como das últimas vezes saltitante e feliz como se nada de ruim estivesse acontecendo, senti que queria matá-la por aquilo. Ela estava feliz e eu não conseguia sentir nada daquilo, ela estava achando aquele momento lindo e eu horroroso. Nunca tinha me sentido daquela maneira durante toda a gravidez até aquele momento e estava rezando para que tudo aquilo terminasse o mais rápido possível.

- Dez centímetros de dilatação, lá vamos nós. Não faça força vou chamar o médico – ela sorriu gentil e se apressou a sair do quarto.

Fazer força era tudo o que eu mais queria a horas e se o médico não chegasse naquele exato momento eu provavelmente arrancaria os braços do meu próprio namorado ao meu lado.

- Então chegou a hora de colocar esse pequeno no mundo – o médico disse sorridente.

Ótimo ele também estava entusiasmado me fazendo sentir horrível.

Ele olhou para mim como se quisesse dizer algo ou esperasse que eu sorrisse de volta, mas, a única coisa que eu conseguia sentir era dor. Matt ao meu lado permanecia calado porém inquieto, suas mãos se apertaram com as minhas e quando o médico me deu finalmente a deixa para fazer força ele depositou um beijo na minha testa, eu sabia que aquela era a maneira dele me dizer que tudo ficaria bem.

Eu gritei, xinguei, chorei e resmunguei. E quando menos esperava meu coração foi inundado pelo som mais lindo de todo o mundo, um choro leve era como melodia para os meus ouvidos de uma maneira estranha, mas, emocionante. Ele havia nascido. Meu filho.

CRAWLING BACK TO YOU (NOVA VERSÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora