CRAWLING BACK TO YOU (NOVA VERSÃO)

Capítulo 2 (NOVO)

''Todos me disseram que você era uma furada.'' – Lana Del Rey.

Katherine

Uma semana antes da ligação ...

Aquelas eram minhas últimas semanas de férias com a minha família em Montana e eu não me sentia nem um pouco segura em voltar para California. Em todo aquele tempo vinha tentando me distrair a fim de esquecer tudo que se passou nos últimos meses quando decidi me mudar, mas, ainda não havia conseguido esquecer ele.

Será mesmo que era possível se esquecer de alguém que ainda insistia em permanecer no seu coração? Eu esperava que sim, na verdade, rezava por isso todas as noites. Viver com a sensação maldita de ter perdido alguém que achei que se importava comigo era dilacerante.

Achei que ele fosse meu, mas, a verdade é que não devíamos sentir como se pessoas fossem objetos e nos pertencessem. Eu gostava, e queria tanto ele que me deixei levar.

Na noite passada aceitei um convite de almoço de antigos amigos do colégio e todos sabiam sobre mim e Josh, principalmente de suas traições, o que não me surpreendeu em nada, apenas provou que eu era a única que tinha escolhido não enxergar no que o nosso relacionamento tinha se transformado. Eles me perguntaram como eu estava com o nosso término e felizmente eu pude dizer que estava bem, eu tinha me libertado daquela história de certa forma, mas o que eles não sabiam era que meu coração já havia se agarrado a outra pessoa.

Matthew.

E o mais irônico de toda aquela situação era que a grande parte dos meus amigos de Montana o conheciam já que em menos de uma semana naquele mês eles assinaram um contrato com uma gravadora e conseguiram emplacar o primeiro single da banda lançado nas rádios de todo o país. Eles estavam entre as três músicas mais tocadas de mais de trinta estados e todos acreditavam que não demoraria muito para atravessarem o continente. Aquilo era insano e eu preferi me desconectar de todas as maneiras possíveis daquele mundo tentando ao máximo evitar me recordar dele mesmo que eu soubesse que era impossível.

Dei um longo gole no vinho que ainda restava na minha taça quando observei Josh entrar pela porta da sala vindo em minha direção. Odiava minha mãe por ter o convidado para aquela festa ridícula de despedida de Emma, na verdade eu nem ao menos entendia o porquê de ele ter voltado para a cidade justamente quando eu tinha voltado.

- Oi – ele disse, mas eu não voltei meu olhar para ele – Posso? – perguntou sendo o mais educado e polido que conseguia com seus olhos direcionados ao espaço que havia ao meu lado em um dos degraus da escada.

Não respondi, mesmo assim ele se sentou.

- Você não deveria estar aqui sozinha – disse ele com calma em sua voz – Está perdendo uma festa e tanto.

Me mantive calada.

- Você fez uma tatuagem? Ou melhor duas – senti seus olhos direcionados aos meus pés descalços – Aposto que essa é mais uma influência do seu namoradinho músico.

Ele sorriu de maneira cínica e debochada,

- O que você está fazendo aqui afinal? – vociferei, era impossível tentar manter minha calma quando o álcool das inúmeras taças de vinho que tomei corria sobre as minhas veias.

- Sua mãe me convidou – ele deu de ombros.

- Você é tão cínico – bufei – Depois de tudo o que aconteceu, você ainda tem coragem de vir à casa da minha família e se sentar ao meu lado como se tudo estivesse completamente normal.

- Bem, a única coisa que deixou de ser normal foi você Katherine – ele me encarou como se estudasse cada traço que se lembrava do meu rosto.

- Por quê? – desdenhei - Por que eu não aceitei a sua proposta ridícula de casamento?

Josh soltou uma risada debochada.

- E ainda por cima se apaixonou feito uma tonta por um idiota que claramente te largou, não foi? Eu vi em uma revista de negócios que ele herdou praticamente todo o patrimônio da família e agora ele está realmente ficando famoso com essa coisa de música, certo? Agora ele pode ter o que quiser na vida e acredito que ficou claro que você não passou de um passatempo – ele continuou a me encarar – Você deveria ter aceitado minha proposta enquanto ainda havia tempo.

Não pensei duas vezes antes de desferir um tapa em seu rosto, minha mão ardeu em chamas deixando uma bela marca vermelha em sua pele branca.

- Porra Katherine! Você enlouqueceu? – ele se levantou abruptamente irritado.

- Como você pode ser tão babaca! – minha irritação era notável no meu tom de voz alto – Se eu fui ou não um passatempo para ele o problema é meu e não seu, e um dos motivos de eu estar aqui hoje é porque você teve a ideia infeliz de me beijar e agora Matthew acha que o trai.

- Espera... Ele estava lá? – ele me olhou como se estivesse surpreso deixando que um sorriso escapasse.

- Sim – engoli em seco tentando afastar tudo do que me lembrava daquele dia e dos seguintes que se passaram.

- Sinto muito – ele disse.

- Não Josh, você não sente, ambos sabemos disso – falei em meio a um sorriso irônico.

- Sinceramente, ele mereceu isso e você também. Katherine ele é só um imbecil que usou você.

- Você não foi muito diferente disso também – me levantei cansada de discutir – Apenas me faça um favor e vá embora.

Josh permaneceu parado e me encarou prestes a dizer mais algumas palavras.

- Você ouviu ela vá embora Josh – a voz da minha irmã ressoou junto aos seus saltos sobre o piso de madeira da sala.

Emma o encarou com as sobrancelhas erguidas séria e autoritária o suficiente para que o fizesse recuar. Josh inspirou frustrado e saiu pela porta sem dizer mais uma única palavra, voltei meu olhar para minha irmã e agradeci em silencio por ela ter chegado até ali.

- Você está bem? – ela perguntou.

Não queria dizer que estava me sentindo péssima e levemente alcoolizada para ela, nem ao menos sabia se Emma realmente se importava com aquilo.

- Sim – assenti mesmo que não fosse verdade – Eu vou subir e dormir um pouco estou cansada.

- Ok – foram as únicas palavras que ela disse antes de estender a mão e pegar a taça vazia da minha com um sorriso raro e solidário.

- Boa noite – falei por fim e subi as escadas.

Caminhei até o meu quarto, fechei a porta sem ter forças para batê-la com a minha frustração. Minha mãe deveria ter convidado Josh, ela e aquela esperança idiota de que ainda ficaríamos juntos mais uma vez. Ela não havia aceitado muito bem nosso término, imagine se eu tivesse tido a audácia de dizer algo sobre Matthew. Ela provavelmente me deserdaria e por isso preferi que ela não soubesse, na verdade, não havia muito para contar. Todas as partes boas haviam desmoronado e agora eu estava me deitando na cama levemente bêbada pensando que não queria sonhar com ele aquela noite, as lembranças reais já eram demais para mim.