Helena.
A luz vinda da janela me desperta. Me levanto e a rotina não é diferente dos outros dias, tomo meu banho, me visto de forma confortável, tomo meu café e desço o morro, pego um ônibus e vou para o hospital. Antes de entrar no hospital, paro e compro algumas rosas brancas. Chego na recepção e encontro Tia Rê saindo.
Eu - Oi.
Tia Rê - Oi querida! - me abraça.
Eu - Como ele está?
Tia Rê - Como estava ontem, também antes de ontem e semana passada. Será que meu filho não vai voltar Helena? - me pergunta com olhar perdido.
Eu - Vai sim Tia Rê, não desanime, ele é um bom filho, vai voltar. - digo pegando sua mão.
Tia Rê - Não sei o que te dizer, obrigada Lena, por tudo...obrigada por estar aqui. - ela diz me abraçando.
Eu - Estou cuidando dele, é minha vez, ele já cuidou de mim não é?! - sorrio forçado.
Tia Rê - Não se prenda a isso querida, ele não te cobraria. - ela diz me encarando.
Eu - Eu sei... - digo baixo.
Tia Rê - Mas eu sei que seus beijos na testa dele não são só por amizade, você precisa revelar o que sente.
Eu - Não sei o que sinto.
Tia Rê - Quando ele acordar, espero que já tenha descoberto.
Eu - Claro.
Tia Rê - Vou indo.
Eu - Bom trabalho... - solto sua mão.
Passo no balcão e pego minha etiqueta, caminho até o quarto. Entro e fecho a porta, caminho até a pequena mesa que tem no quarto, tiro as rosas brancas murchas do vaso com água e as coloco em cima da mesa. Despejo a água do pequeno vaso de vidro, na pia do quarto e o encho novamente até a metade, seco seu redor e o coloco novamente sobre a mesa, agora com as rosas novas. Dou um beijo na testa de Juan, demorado, durando longos segundos, em seguida, ajeito seu lençol para ficar perfeito.
Eu - Bom dia. - digo.
Me sento na poltrona no canto do quarto, com um lixeiro à sua direita. Com as rosas murchas á mão. Tiro cada pétala,uma por uma, colocando-as em uma caixa vermelha que eu comprei, dias depois de resolver morar no Rio. Desde então, todos os dias compro dez rosas brancas, coloco-as no vaso e retiro as murchas, puxo cada pétala delicadamente para não as estragar e acomodo-as na caixa vermelha. Ela já está quase cheia. Faço isso a tres meses e meio. Jogo os cabinhos no lixo e abro minha bolsa, pego um livro, "Cidades de Papel". Já li dois livros, uma pagina por dia, as vezes duas ou três. Leio em voz alta, para que ele possa ouvir, assim tenho a sensação de que pode me ouvir, talvez até ouça realmente. Estou no final de mais um livro, quantos livros vou ler até Juan acordar?! Espero que não sejam muitos...
[...]
Faltando uma página para terminar o livro por completo, para saber o final, meu celular avisa a chegada de uma mensagem. Logo em seguida passa a tocar. Vejo o nome de Catarina estampado em sua tela e atendo.
Eu - Oi..
Catarina - Oi, como você está?
Eu - Na medida do possível, bem e você?
Catarina - Estou bem, no Rio, queria te ver, podemos almoçar juntas?
Eu - Não sei se é uma boa idéia...
Catarina - Vamos Helena, você não pode ficar só nesse hospital. - penso um pouco e suspiro.
Eu - Okay, eu vou.
Combinamos de Helena passar para me pegar, me levanto, guardo o livro e fecho a bolsa, guardo a caixa vermelha e caminho até Juan, beijo sua testa, sua bochecha, palida, beijo seu pescoço delicadamente e ainda com o meu rosto encostado no seu, digo:
Eu - Você pode esperar para saber o final não é mesmo?! - tento sorrir - Amo você Juan...volto logo. - lhe beijo pela ultima vez e saio do quarto.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Voces acham que ele vai acordar? Hahahahhahahahahaaaa... *-*
VOCÊ ESTÁ LENDO
Filha do Chefe
Подростковая литератураHelena levava uma vida normal. Mas parece que agora tudo vai mudar, a partir do momento em que o pai aparece e leva a garota para "outro mundo".