Capitulo 39

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Helena.

Desço os degraus da pequena escada do avião, em silêncio caminho para dentro do aeroporto. Pego as malas e olho para ao redor.

Eu - De volta ao Brasil. - puxo a mala.

Stephan - Olá Cidade Maravilhosa. - olho para ele e ele me abraça.

Após a morte do meu avô ser comunicada dois dias depois da ligação de meu pai, vim o mais rápido possível, mas perdi até mesmo seu enterro. Fui com Stephan ao cemitério, coloquei flores em seu túmulo. Decidi ficar no Brasil.

Depois de passar uma semana em São Paulo e descobrir que meu avô deixou uma grande herança para mim, fui com Stephan para o Rio de Janeiro novamente. Minha casa.

Vejo tia Rê ao longe, balançava o corpo rapidamente, indicando nervosismo. Caminho até ela que estava de costas e abraço a mulher não tão jovem da qual tanto senti falta.

Tia Rê - Como você está diferente minha menina! Estava morrendo de saudades...

[...] .

Entrando em casa, encontro meu pai.

Pai - Ah! Parece que tenho turistas na minha comunidade! - sorrio - Vem cá! - eu o abraço.

Após apresentar Stephan para eles, contamos as novidades e lamentamos a minha perda. Conversamos bastante e JP logo avisou.

Pai - Já mandei prepararem tudo, hoje tem baile pra comemorar a volta da minha herdeira.

Tia Rê - Falando em volta de herdeiro, quando que o meu vai voltar, voce sabe me dizer João? - pergunta rígida.

Pai - "Tá" resolvendo umas coisas aí.

Tia Rê - Sabe o que eu penso sobre isso. - fico em silencio ouvindo eles falarem sobre Juan.

Pai - Vocês nao querem descansar? 

Stephan - O que acha de me mostrar a casa Helena?

Eu - Claro. 

Pai - Eu vou para a boca resolver uns assuntos, fiquem á vontade. - beija minha testa.

Tia Rê - Eu também já estou indo. Até mais tarde! - se despede e eu respondo apenas com um sorriso.

Espero que eles passem pela porta e Stephan faz o mesmo, porém provavelmente com muito mais ansiedade do que eu. Assim que perdemos os dois de vista, ele despeja perguntas sobre mim. 

Stephan - Deixe me ver se minha intuição nao foi afetada pelo fuso-horário, o herdeiro da Tia Rê é o Juan, seu grande amor que você quer esquecer? 

Eu - Eu nunca disse isso, ou se disse nao lembro e se nao lembro, nao fiz.

Stephan - Helena, o filho dela é o Juan?

Eu - É...

Stephan - Que tipo de coisas ele está resolvendo? Tia Rê, não pareceu simpatizar com isso.

Eu - Você sabe, coisas nao muito legais.

Stephan - Legais do tipo juridicamente legais?

Eu - Também. - sorrio. 

Stephan - Okay. - respiramos e por um segundo ficamos brisando - Vou descansar...me mostra o quarto de hospedes? 

Eu - Mostro sim. 

Stephan me ajudou a subir as malas e eu o levei até o quarto de hospedes. Fui entrar no meu quarto em seguida e percebi que a chave havia ficado na Florida, muito interessante. Como estava cansada, peguei uma muda de roupas qualquer e fui tomar um banho no banheiro de visitas, depois caminhei até o quarto de hospedes e me deitei no canto da cama, ao lado de Stephan, tentando nao fazer barulho, por acreditar que ele estava dormindo. 

Stephan - Podia ter avisado que queria dormir comigo. - diz ironico - Assim nao precisaria se espremer no canto da cama. 

Eu - Nao tenho a chave do meu quarto. 

Stephan - Vem mais pro meio da cama boba, voce vai cair assim. 

Arrasto meu corpo pelos lençóis em direção ao meio da cama, fecho meus olhos devagar e aos poucos vou pegando no sono.

[...]

Abro os olhos ao ouvir o som da porta sendo encostada, por mais que com todo cuidado, posso ouvir os passos cuidadosos no corredor. Sinto o perfume de Stephan, percebo que estou deitada em seu peito e seu braço envolve minha cintura. Me mecho com cuidado, mas percebo que ele sente e acaba acordando. Fecho meus olhos rapidamente e finjo estar dormindo.

Ele respira fundo e passa delicadamente a mão em minha cabeça, enrolando meus fios de cabelo em seus dedos, para depois depositar um beijo no topo de minha cabeça. Tenta com todo o cuidado, "não me acordar", enquanto me conduz para o lado de seu corpo. O garoto levanta e posso ouvir seus movimentos. Vai até a mala e depois fecha a porta do banheiro, viro para olhar e ao ouvir o chuveiro sendo ligado, me sento rapidamente na cama e pego meus chinelos. Para evitar o barulho, saio na ponta dos pés, rapidamente, com os chinelos na mão. Fecho a porta com cuidado e desço as escadas. 

Não tem ninguém em casa, o que para mim é estranho, pois tenho certeza de que alguém entrou no quarto.

[...]

Meu pai adentra a casa e pergunta:

Pai - Pensei que já estaria pronta para o baile á essas horas. 

Eu - Eu estaria, se pudesse entrar em meu quarto. 

Pai - E por que nao poderia?

Eu - Estou sem a chave. 

Pai - Eu acho que tenho uma reserva no escritório, na segunda gaveta da mesa, procura lá, vou me arrumar.

Eu - Ta. 

Entro no escritório, abro a segunda gaveta e vejo um documento, por curiosidade, resolvo dar apenas uma olhadinha. É um laudo médico, de internação...minha consciência pesa e nao acho certo mexer. Coloco de volta na gaveta e pego a chave que estava no fundo. 

Stephan - Achou? 

Eu - Sim. - respondo balançando a chave, para o garoto que assistia televisão á minha frente - Vou me arrumar. 

[...] 

O baile estava normal, como já de costume e eu estava me divertindo com Stephan, estavamos dançando e ele me puxa em um dos passos, então nossos corpos ficam extremamente perto um do outro, com nossos lábios assim tão proximos, pude perceber quando os de Stephan se separaram milimetricamente, engoli em seco e respiramos fundo, tudo em questão de segundos, parece que o mundo girou um pouquinho mais lento naquele momento e a música ficou baixa, tudo parecia mais devagar, quando ele me puxou um pouco mais e me deu um abraço forte, que eu retribui percebendo que o mundo voltou a girar e a musica voltou a tocar. 

Mas tudo isso não importou muito, quando o meu coração gelou e o mundo parou agora totalmente, como um carro que freia á 100km/h, eu estava prestes á capotar, quando por cima do ombro de Stephan, pude ver Juan, ao longe, vestindo roupas escuras, com um corte diferente de cabelo, um copo de Whisky, que bebia, no meio de várias mulheres pouco vestidas. Demorou para que eu recuperasse o ar, pois ali eu esqueci como fazia para puxa-lo.

Me despertei apenas quando Stephan depositou um beijo em meu pescoço e se afastou novamente, voltando á dançar.

Eu - Vou buscar uma bebida! - grito perto de seu ouvido para que ouça acima da musica alta.

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Oioi! Impressão minha ou está rolando um clima entre Helena e Stephan?
Respondam nos comentários e digam o que estão achando da história.

Espero que gostem. 

Bjsbjs!



Filha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora