Capítulo 40

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(Recomendo que dêem uma olhada nos Capítulos 20 e 23, para entender as referências. Boa leitura!).

Helena.

 Vou até a bancada do bar e peço a bebida, me sento em uma banqueta e fico esperando, enquanto brinco com os dedos no balcão. Logo chega e eu viro para observar a pista, todos dançando, no maior clima. Observo disfarçadamente Stephan, distraída. O gringo se soltava no som alto da favela. As garotas pirando no boy. Achei engraçado, ele olhou para mim e piscou, levantei o copo e sorri.

XX - Olha quem voltou! - exclamam pelas minhas costas, me viro ainda sorrindo e vejo Juan - Pensei que ia demorar mais. - ele encosta o copo no meu em tom de brincadeira e percebo que não está totalmente sóbrio.

Eu - Uns problemas me trouxeram de volta.

Juan - Que bom! Tava cansado de ver só essas aí andando por aqui.

Eu - Você tá bem? - pergunto rindo de seu estado.

Juan - Tô ótimo Helena. - ele ri, falando próximo da minha boca e mordendo o lábio inferior no final da frase.

Eu - Estou vendo. 

Viro o olho, voltando minha atenção para Stephan dançando e bebendo um longo gole do álcool em minhas mãos. Ele se divertia de forma extrovertida, estava solto, sem intenções, parecia feliz, estava curtindo o momento, sorri por ele, parecia outra pessoa, talvez fosse o Stephan da Aléxia. Sem medo de ser ele novamente, pois ninguém ali o conhecia.

Juan - Quem é o seu playboyzinho de estimação? - pergunta bebendo o resto do copo que tinha em mãos em um único gole.

Eu - Duas coisas... - viro para ele - em primeiro lugar, ele não é playboyzinho. E em segundo, não é de estimação. - digo e bebo tudo o que restava no copo.

 Coloco o copo o batendo no balcão e viro as costas para Juan, mas ele segura meu braço e me puxa.

Juan - Então por que estão tão grudados? 

Eu - Porque ele é meu amigo! - digo com convicção - Você também era grudado em mim. - digo sem pensar e me arrependo no mesmo instante, puxo meu braço e saio sem que ele diga nada. 

Caminho no meio das pessoas até chegar em Stephan, encosto em meu amigo e ele me conduz á dançar, mas nego.'

Stephan - O que aconteceu?

Eu - Não estou me sentindo muito bem, vou embora, você pode ficar, não quero estragar sua noite. 

Stephan - Não, tudo bem, já estou cansado mesmo. - passa o braço por meus ombros.

Olho ao redor, tentando encontrar meu pai com os olhos, vejo ao longe e aceno, mas ele não vê.

[...]

Fecho a porta.

Stephan - Já pode me dizer o que aconteceu.

Eu - Falei demais. 

Subo as escadas, abro meu quarto e entro, caminhando até o banheiro. 

Stephan - Helena! - fecho a porta. 

Ligo o chuveiro e retiro minha roupa, tomo um banho de água morna, demorado, pensando em minhas palavras e em Juan sem reação as ouvindo. Enfim saio do chuveiro, me visto e sento na cama, Stephan surge, pela porta, olho para ele de canto do olho. 

Stephan - O que você falou? 

Eu - Não quero conversar agora Stephan. - digo e ele caminha até mim.

Stephan - Você sabe que pode ir atrás de mim quando quiser falar. - beija minha testa - Não vou insistir. Boa noite Helena.

Eu - Boa noite, Stephan...

Suspiro e me deito, fico pensando...

[...]

O barulho da porta me desperta, viro para o lado, pensando que seja meu pai chegando em casa, mas a luz do corredor adentra meu quarto me fazendo virar para observar. Com os olhos semi-cerrados vejo o corpo de um homem entrar, não consigo reconhecer. Ele fecha a porta e acende a luz. Juan.

Eu - Tá fazendo o que? - pergunto e ele me olha com os pequenos olhos vermelhos.

Juan - Como eu andava grudado contigo se não te conhecia? 

Eu - Foi...um erro meu, confundi as palavras. - minto.

Juan - Não, eu ouvi certo Helena e você estava séria, não pareceu confusa.

Eu - Juan, que horas são? - pergunto me sentando na cama ainda sonolenta.

Juan - É cedo. - viro os olhos - Me explica Helena. 

Eu - Não tenho o que explicar. - afirmo. 

Juan - Então tudo bem. Vou ficar aqui até você me explicar. - diz e deita em minha cama ao meu lado.

Eu - Tá ficando louco? Juan! - digo em tom autoritário, porém não muito alto por conta do horário. 

Juan - Estou esperando... - diz se ajeitando na cama. 

Eu - Não lembrava de você ser tão teimoso... - digo me levantando e indo até o banheiro. 

Ouço Juan levantar e em seguida um barulho estranho, como se tivesse tropeçado em algo. Volto ao quarto e vejo ele juntar um livro do chão, "Cidades de Papel", de John Green. Nem me lembrava de deixar ali. 

Juan - Acho que esse livro não me é estranho.

Eu - Você tá bêbado e chapado, no meu quarto, prestes á amanhecer, a coisa menos estranha no momento aqui é o livro.

Juan - Falo serio, da história, mas eu não me lembro de ler, não gosto de ler. 

Eu - Hum. Como você achou ele? 

Juan - Tropecei nele. Me lembro do começo e do meio da história. - pensa um pouco olhando para o livro - Ele é apaixonado por ela, ela some e ele vai atrás dela. Mas eu não sei nada do final, não faço a minima idéia do que acontece. 

Eu - Você realmente nunca leu esse livro? - pergunto me lembrando, espantada com o modo que ele relatou a história resumidamente.

Juan - Não. 

Eu - O Quentin, vai atrás da Margot, nas cidades de papel.

Juan - Pessoas de papel, morando em cidades de papel. 

Eu - É. - ele me encara por alguns segundos assustado e eu não entendo.

Juan - Por que você disse aquilo Helena? - pergunta de repente.

Eu - Ai, não me lembro Juan. 

Juan - Estranho, porque quem devia esquecer as coisas sou eu. - ele diz de forma diferente, em outro tom, não consigo entender muito bem o que quis dizer. 

Ele coloca o livro na estante e caminha até a porta. Apaga a luz e sai fechando a porta. Estranho sua atitude.

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Puts genteeeee! E ai? Quero opiniões ta?! Comentem bastante, o que vocês comentarem, pode mudar o final da história, que tá chegando hein. Só digo isso. 

Juan tá estranho ne? O que será que ele quis dizer? 

Comentem ai. 

Bjbj! 



Filha do ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora