Memories ❤ 박지민 ❤

❤ III - Anyway, at home ❤

Boa Leitura! ❤

"Algo tão simples e puro como o amor é o que mais causa dor." – Guilherme Graciano

     Em dois dias Jimin passou por diversos exames, os mesmos acusaram apenas uma anemia leve, algo que poderá ser tratado em casa. No entanto, seu problema mais grave é mesmo a falta de memória. Meus sogros e meu cunhado ficaram visivelmente abatidos ao saber disto, mas na frente de meu marido, costumam passar uma imagem de forte, justamente para tranquilizá-lo, já que o mesmo vem se culpando por estar dando tanto trabalho.

     – Bom dia, senhores! – doutor Kim disse entrando no quarto. – Vim trazer boas notícias. O que acha de irem para casa?

     – Isso parece ótimo, doutor. – suspirei aliviada pela ótima notícia, Jimin até mesmo deixou o café da manhã de lado para dar atenção à conversa.

     – Bom, senhora Park. Estes são os remédios que seu marido terá de consumir diariamente durante todo o tratamento. – ele me estendeu uma receita onde estava tudo explicado. – O calmante é apenas precaução, caso ele se altere um pouco.

     – Certo. Iremos levar a risca não é, Jiminnie? – meu marido apenas acenou de forma positiva, mesmo que não se lembre de muita coisa, ele confia bastante em mim.

     – Jimin terá de aparecer no hospital ao menos duas vezes na semana para fisioterapias, e um neurologista, no caso eu, a cada quinze dias, até que recupere totalmente a memória. – Jiminnie apenas ouvia atentamente tudo aquilo, sabendo o que será preciso para melhorar o quanto antes. – Quanto mais, é só ter um pouco de paciência que ele irá melhorar aos poucos.

     – Obrigada, doutor Kim. – lhe estendi uma das mãos para cumprimentá-lo formalmente. – Muito obrigada por cuidar tão bem de meu marido.

     – Este é meu trabalho. – o mais velho disse um pouco orgulhoso de si mesmo. – Bom, senhor Park. Está liberado, já pode ir para casa.

     Durante todo esse tempo, conversei calmamente com Jimin, ele se acostumou com o fato de que irá para a casa comigo, mesmo que não se lembre de quem eu sou. Me emocionei quando ouvi de seus lábios a confirmação de que apesar de tudo, seu coração dizia para confiar em mim, que eu estava lhe dizendo a verdade. Animada para voltarmos a casa, apenas lhe entreguei um par de roupas e esperei que se arrumasse sozinho, já que ele dispensou minha companhia para ir ao banheiro ajudá-lo, meu marido sempre prezou por sua independência.

     Meu cunhado foi quem nos buscou no hospital, disse animadamente que seus pais estavam em nossa casa nos aguardando ansiosamente. Quando chegamos, tivemos que dar um tempo a Jimin, já que o mesmo ficou um pouco receoso ao ver a enorme casa em sua frente depois de tanto tempo. Meu marido ficou por um tempo encarando o jardim, imaginei que ele estivesse se recordando de algo, mas tudo não passava de um alarme falso. Assim que entramos pelo portão, avistamos minha sogra que esperava sorridente na porta de casa.

     – Seja bem-vindo, meu amor. – a mais velha disse abrindo os braços para acolhê-lo, logo percebeu que ele lhe daria tal abraço, mas no fim não se chateou, pensou ser normal para alguém que está estranhando a própria casa.

     – Oi. – Jimin murmurou meio sem graça ao chegar próximo a ele, que apenas o encarou com um olhar sereno, coisa que somente mãe iria entender.

     Deixamos que ele circulasse livremente pela casa, gravando cada detalhe do local onde morou pelos último dois anos e que agora não passava de uma imensa construção estranha aos seus olhos. Foi quando ele parou no meio do hall de entrada, encarando algo no topo da escada, pendurado na parede do segundo andar, um imenso quadro onde está exposta nossa foto de casamento, quase uma obra de arte eu diria. O dia mais feliz de nossas vidas, exatamente como ele costumava dizer todas as noites.