Cap. 03 - Revelações e sentimentos confusos

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Meu lanterninha me despertou, não senti vontade de se levantar, estava ainda digerindo tudo que tinha acontecido na tarde anterior, não sabia como iria encarar o Alex na faculdade, ainda queria dá uns socos naquele rosto imaculado, mas era quando lembrava do seu rosto que mim vem a mente tudo o que aconteceu, como eu fiquei sem ação quando entrei na biblioteca da casa dele e o vi parado, todo arrumo, cabelo impecável, pele branquinha, camiseta bem ajustada definindo seu peitoral e braços. Eu já tinha visto muitos rapazes bonitos, como aqueles modelos que se via na TV, mas assim ao vivo, me senti pequeno, me deu vontade de sair dali e procurar meu lugar, sei que você possa está pensando, o que é isso, você não é assim, você é inteligente sabe que roupas caras não dizem e nem mostram o caráter de ninguém, eu sei. Durante nossos desentendimentos por causa de bobagens, ele teve o ímpeto de me pegar pela gola de minha camiseta, quase a estragando, camiseta esta dada pela minha mãe, como a maioria das minhas roupas, minha mãe que sempre procurou me dá o melhor possível e me ensinar que ser chique não é se vestir com roupas caras, mas andar limpo, me segurei, lembrei do meu pai me ensinando que um homem não pode sair por ai brigando a qualquer hora, ele mostra sua força e seu valor quando ele sabe se segurar. O olhei, e seu olhar encontrou o meu, meu sangue fervia, eu me mordia e tremia. Como ele ousava me destratar daquela forma, mas seu olhar no meu, seus olhos tinham um brilho diferente, ele parecia um leão que queria me devorar. Ele era superior a mim, em tamanho e bens, mas notei naquele dia que poderíamos ser rivais iguais, notei sua energia se rivalizando com a minha, por um momento eu gostei dele, e nesse intervalo de trégua, vi um outro Alex, o vi mais radiante, vi a verdade nele. Contudo foi apenas um relâmpago, depois continuou sendo o mesmo otário. Mas aquela tarde só me fortificou, pois consegui manter a ordem e deixá-lo numa situação de trégua, mesmo sabendo que não cumpri meu papel, sai de lá desafiado a fazer o meu papel de reforço escolar como havia prometido ao pai dele, mesmo que ele não queira, eu iria a partir dali fazer de tudo para concluir o que foi me dado como dever.

Ainda naquela tarde cheguei em casa, e passei direto para meu quarto, ainda ouvi a tia Helena falando alguma coisa, bati a porta e me joguei na cama, meu coração batia tão acelerado, meu sangue estava tão quente que parecia que eu iria enfartar, instantes depois senti uma mão na minha cabeça, e comecei a chorar, por um segundo pensei que fosse minha mãe, meu choro foi espontâneo e solto, chorei e o soluço se vazia ouvir na sala, mas não importava, pois ali comigo tia Helena me consolava com sua presença, ela se parecia muito com minha mãe. Me deixou chorar, parecia saber minha aflição, quando fui me acalmando ela então falou.

─ Então Daniel, não sou sua mãe e nem quero ser, mas estou aqui e gostaria de ser sua amiga, me fale, o quê te deixou assim?

Antes de mais nada eu pensei em não contar muito, mas a medida que eu ia falando, fui soltando tudo, fui desabafando, e ela só ouvindo, contei tudo, sobre a forma como ele trata as pessoas pobres, como não respeita o pai, como me destratou, como se eu fosse uma pessoa ruim. Então no final perguntei...

─ Tia, eu sou uma pessoa feia? Digo, olha pra mim tia, eu pareço uma pessoa que quando se olha ver um mau caráter.

─ Daniel, você é lindo, seus pais lhe criaram da melhor forma possível, agora creio que a Marta, tenha lhe ensinado que não é a roupa que mostra quem é a pessoa, não?

─ Eu sei tia, mas olha, eu sou todo desleixado, não sei nem escolher minha roupa, minha mãe era quem sempre deixava tudo pronto pra mim...

─ Sim, isso é verdade meu querido, sua mãe teve esta pequena falha, mas isso nós podemos corrigir, e sabe de uma coisa, deixa eu só terminar de aprontar o jantar para seu tio, que nós vamos ao shopping, o que acha?

Alex & Daniel - 1 : O Príncipe e o PlebeuOnde histórias criam vida. Descubra agora