Daniel
A sexta feira chegou enfim poderei ter o final de semana para por os pensamentos em dia, estou cansado, a rotina da semana foi bem puxada, pela manhã faculdade, depois do almoço mais estudo compartilhado e perturbado com Alex, chegando em casa ainda tinha as atividades atrasadas de um mês de aula para por em dia, chegava hora de dormir meu corpo só pedia descanso, e ali estava eu indo para o ultimo dia de aula naquela semana. No ônibus fui pensando um pouco em todos estes últimos acontecimentos, novos colegas, foram tantos que nem tive tempo para chorar a perda dos meus pais, na verdade chorei sentindo não a perda em si, mas sentindo a insegurança, de não ter meu lar, meu futuro seguro com meus pais ao meu lado, me apoiando e me dando força para seguir em frente, agora eu teria que amadurecer ou sofreria muito mais. Graças aos ensinamentos deles eu poderia seguir em frente mesmo tropeçando e se sentindo fraco ou desencorajado. Minha mãe sempre me dava um abraço e me confortava em seu colo, ainda lembro quando ela me alisava os cabelos e falava do dia em que eu iria deixar nossa casa para morar com minha futura esposa, e eu dizia que isso não iria acontecer, pois eu nunca os deixaria, e começava a chorar e ela sorria, pois já sabia que não era bem uma opção minha, mas uma consequência da vida, um dia eu iria deixar o ninho e voaria para outros lugares. Então ali estava eu indo para a faculdade deixando para trás um lá que não era meu, uma mãe que não era minha ao encontro de um futuro sem dono.
Ao chegar no campos, e vendo toda aquela movimentação, avisto de longe o carro de Alex, e ao lado, ele está com sua namorada, ele me ver e eu o vejo, ele parece serio, mas sem sua cara irritada de sempre, eu procuro não olhar muito e sigo em frente, e avalio que nós podemos ter dias de trégua, o motivo de seu comportamento pacifista ainda é um mistério para mim, mas receber sua mensagem de desculpas, procurar meu tio para pedir meu telefone, ainda tarde da noite, me fez pensar que talvez poderemos ter nossas aulas a tarde sem conflitos. Fiquei aliviado, teria paz de espirito e menos irritação. E creio que minha resposta deve ter lhe mostrado que não estou querendo mais rivalidades, e assim esperava ter colocado um ponto final e poderíamos recomeçar.
Ao chegar próximo à sala duas mãos pequenas e frias cobre meus olhos, seguro as, não consigo lembrar quem poderia ser, senti que eram femininas, pelo doce cheiro de hidratante e claro perfume feminino, preferi não arriscar e fazer papel de bobo.
─ Ok, desisto.
─ Só uma dica, te acho mais gato do que o irritadinho.
Sorri, então seu nome ainda pouco presente em minha memoria veio aos poucos.
─ Alicia?
─ Claro seu bobo, quem mais poderia ser? – Ela me livra e sorrindo me vira.
─ Poderia ser a Ariel...
─ Ela gosta do Filipe...
─ Sério? Nossa como sou lento... – Sorrimos e entramos, ela parecia bem feliz, cabelos longos e uns dez centímetro mais baixa que eu, rosto fino, e sorriso radiante, olhos vivos, bem o estilo de garota que eu gosto, mesmo assim, a Ariel já estava de olho noutro, e na turma eu não tinha visto mais ninguém interessada em mim ou pelo menos se mostrou assim.
Logo depois Filipe chegou acompanhado de Ariel, realmente o par estava feito, ele foi mais esperto, chegou junto e já foi intimando.
─ Cara a gente não se encontrou nenhum dia depois das aulas, digo a noite para comemorar sua entrada na faculdade, acho que a gente deveria sair amanha com as meninas e faríamos uma comemoração completa, o que acham?
─ Genial... – já foi adiantando Ariel.
─ Estamos dentro, né Luquinhas? – Alicia já colocando diminutivo no meu nome.
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Alex & Daniel - 1 : O Príncipe e o Plebeu
RomanceNarra a história de Alex e Daniel, dois jovens com personalidades fortes e de origens distantes mas com um passado em comum. Em cada capítulo descubra os sentimentos de cada um a respeito do outro, e acompanhe passo a passo o desfecho desta história...