Capítulo dez - A revolução

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Os dias se passaram de forma lenta e sem muitos incidentes, uma merecida pausa dos eventos reveladores desde o baile.

Demetri, Alec e eu concordamos em mantermo-nos longe de nossos respectivos amores por alguns dias, dias esses carregados de trabalho com audiências, visitas e buscas de fraudes dentre o mundo vampiresco, o que – caí entre nós – nos levou ao tédio em uma rapidez admirável, mas de certa forma, ficamos agradecidos por uma relativa paz dentre os membros do castelo, paz essa que não teria um efeito duradouro considerando as conversas que seguiam entre os corredores que nós passávamos pouco antes da entrada da madrugada.

"Soube que Afton foi mandado em uma missão juntamente a Santiago e Felix para verificarem se os clãs continuam obedecendo aos mestres" – Comentou Demetri.

"Isso deveria significar alguma coisa ou é apenas um comentário?" – Perguntou Alec confuso.

"Apenas um comentário para quebrar o gelo, parceiro" – Demitiu Demetri com um aceno desdenhoso, mas eu sabia melhor.

"Então acredito que o fato de seu comentário ter sido dito em alta voz não esteja relacionado com o fato de que agora apenas Corin está vigiando as esposas já que Afton está fora, certo?" – Eu o olhei.

"Vamos Jane, não seja paranoica, foi apenas um comentário" – Retrucou ele e eu assenti em fingido acordo. Eu só tive que esperar cerca de sete segundos.

"Você sabia que Corin tem uma baita de uma queda em você?" – Demetri sussurrou.

"Tudo bem Demetri, explique seu plano e me convença de que devo levá-lo em consideração" – Parei de andar e cruzei os braços.

"Eu apenas quero vê-la novamente Jane, eu não me importo se for apenas por alguns minutos, nem que seja para dar-lhe um olhar, mesmo de longe, eu só quero vê-la e... e eu preciso ver por mim mesmo se isso não é apenas uma peça que minha mente viciada em Heidi está me pregando, preciso saber sobre meus sentimentos e quero ver por mim mesmo se consigo achar pelo menos um mínimo resquício de que há uma chance" – Implorou ele.

"Isso é muita loucura, mesmo para nós irmã. As chances de sermos descobertos são altíssimas e embora eu não acredite que mestre Aro vá nos expulsar, há uma grande probabilidade de sermos castigados" – Pronunciou-se Alec. No fundo eu sabia que ele tinha razão, não deveria concordar e nem ao menos cogitar a ideia de tentar fazer algo tão imprudente quanto entrar na ala "proibida" da torre das esposas, ninguém além dos mestres, Corin e Afton eram permitidos lá, mas o olhar de Demetri, o mesmo olhar que eu sentia em meus próprios olhos quando a confusão de sentimentos para com Aro me agrediu de forma avassaladora me partia o coração gélido que carregava no peito, eu devia isso a Demetri depois de tudo, ele me ajudou, esteve comigo e nunca, jamais proferiu uma palavra sobre o que sabia de mim e meus sentimentos.

"Esta é definitivamente a última loucura que cometerei pelos próximos três milênios" – Eu suspirei e Alec apenas gemeu derrotado. – "Vamos Alec?" – Eu perguntei/ordenei.

"Se formos pegos, a culpa é totalmente sua" – Respondeu ele e eu sorri.

"Tudo bem, para chegarmos até a torre sem sermos notados precisamos de distrações, mestre Caius não será problema, ele nunca está atento para o que fazemos a menos que estejamos aliados com os lobisomens, mas mestre Aro é um problema, nada escapa dele, precisamos garantir que ele esteja distraído o suficiente" – Afirmei olhando para o estúpido rosto sorridente de Demetri.

"Ele está na biblioteca" – Disse Demetri depois de alguns segundos usando seu dom.

"Precisamos passar por esse corredor para irmos até a torre" - Alec afirmou e eu assenti.

Red EyesOnde histórias criam vida. Descubra agora