7º capitulo

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Gostaria de dizer que acordei com o sol, mas desta vez foi ao contrário, o sol acordou comigo. Passei o resto da noite sentada na minha cama, agarrada à minha almofada. Tive três estágios de humor após ouvir Niall falar de mim como se de uma prostituta me tratasse.

Primeiro chorei como uma Madalena arrependida, chorei durante uma hora enquanto me questionava do porquê dele ter sido tão cruel.

De seguida passei para o estado de não querer saber. Vi dois filmes e aconselhei as personagens principais a terem amor próprio e não aceitarem que vos tratem de forma menos respeitosa do que a que merecem.

Por fim passei ao estado atual, a raiva. Não conseguia aceitar que tivesse ouvido todas aquelas coisas de Niall e, nem responder à letra ter sido capaz.

A Vanessa e o Harry já me mandaram mensagem para saber se estou bem, mas sinceramente não tenho vontade de responder, sendo exatamente por isso que ainda não o fiz.

Levantei-me da cama quando achei que 10h12 era uma hora credível para uma jovem acordar após passar a noite numa discoteca.

Segui para a cozinha onde encontrei a minha tia Maura sozinha e, graças a essa constatação, respirei de alívio. Tudo o que menos queria naquele momento era ter de lidar com Niall.

-Bom dia tia, como está? - Dei-lhe um beijo na bochecha esquerda e encostei-me na bancada ao lado dela.  - Que está a fazer?

-Olha, estou a começar a fazer o pequeno almoço, papas de aveia. Acredito que também queiras uma tigela, certo?

A tia sabia que eu era louca por papas de aveia, e depois de tudo, o que mais queria era uma tigela bem quentinha com banana, nozes e mel no topo.

-Se quero! Há tanto tempo que não como uma das suas papas de aveia.

Ficámos a falar divertidas enquanto esta preparava os pratos e, de seguida, fomos ambas comer o pequeno almoço para a sala.

-Sabes Carolina, todos os dias agradeço um pouco mais teres vindo para a nossa família.

-A sério tia? - Olho-a bastante surpreendida - Porquê?

-Bem, foste a filha que nunca tive. Ás vezes pode ser difícil não nos sentirmos sozinhas perto de dois rapagões como o Niall e o Greg, que sempre gostaram mais de desporto e instrumentos que de falar sobre política, decoração e moda.

Ri-me graças ao seu comentário e abracei-me à mesma olhando-a, de seguida, nos olhos.

-Tia, todos os dias sou grata por ter ficado a seu cargo e não ao de outra pessoa. É humilde, simpática e educou-me como ninguém... Sei bem como no início foi difícil.

-Podes crer que foi, vieste para cá muito revoltada com todos os que te rodeavam. Acordavas todos os dias ansiosa para que a campainha tocasse e o Sr. teu pai aparecesse. E depois tínhamos a questão da língua. Era tão difícil perceber o teu inglês, podia tornar-se um desafio por vezes.

-Imagino o quanto. Hoje em dia nem sei se falarei bem em português... Nunca mais contactei com ninguém que falasse a minha língua tia - rimos as duas e um sentimento nostálgico avassalou o meu corpo.

-Tia nunca fomos visitar Portugal. Não imagina como é bonito. Por favor, podemos um dia ir? Acho que iria adorar.

-É uma óptima ideia, ponderemos no assunto minha querida.

Xxx: Bom dia.

Niall entra na sala cabisbaixo e, com uma voz vazia, deseja os bons dias às duas mulheres que se encontram na sua frente que, de imediato retribuíram.

Smiles Not To Cry - N.H FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora