Emocional: Capítulo I

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ESTA OBRA ESTÁ REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL. 

Violar direito autoral. Pena-detenção, de 3(três) meses á 1(um)ano, ou multa.- Art.184 caput $1°, 2°, 3° e 4° do código Penal Brasileiro e Lei N° 9.610/98. 

Ela se levantara um pouco indisposta. Fora até o banheiro. Sentou no vaso, fez xixi. Escovava os seus dentes com a sua escova elétrica. Sofia olhava seu reflexo no espelho, os movimentos circulares que a escova fazia em seus dentes. Ela sabia que não seria um dia fácil. Afinal 28 de setembro, nunca foi uma data fácil. Mesmo com o passar dos anos. A dor iria passar, mas não foi assim. Ela apostara consigo mesmo que tudo acabaria com os anos. Mas muito do que ela planejou não aconteceu. Mas também muito do que ela esperava que não acontecesse, simplesmente aconteceu. Ela foi até a sala sentou-se na poltrona em direção á janela. Era um lindo dia de primavera. Ela realmente adorava a primavera.

"Que grande ironia, não? Um dia tão lindo. E uma data tão triste. Oh, meu Deus. Eu preciso me recuperar. Eu preciso reagir. Mas como? Como?"

O telefone tocara.

-Alô?

-Sofi, aonde você se enfiou? Estou te procurando desde ontem cedo? Você não foi trabalhar.

-Calma Gina, está tudo bem.

-Bem? Sofia você desaparece, e o que tem para me dizer é que simplesmente, está tudo bem.

-Fui andar um pouco. Só isso e depois vim para a casa. Queria ficar um pouco sozinha. Juro que estou inteira.

-Mas isso não é normal. Você estava se sentindo mal? Também, vive comendo essas porcarias. Eu falo, falo, mas você não me ouve... Ela foi interrompida.

-Não é nada disso. Só quis me reservar um pouco.

Silêncio.

-Oh, meu Deus. Hoje é. Eu havia me esquecido.

-Se você poder não tocar nesse assunto. Eu agradeceria.

-Ok, ok. Não está aqui mais quem falou. Você vai trabalhar hoje?

-Sim, vou tomar um banho e te encontro em uma hora.

-Está bem. Tchau, até mais tarde.

-Tchau. Ela desligou.

Sofia estava dirigindo. O transito da cidade grande estava até muito bom. Para um dia de semana. O farol estava fechado ela bem que não queria mais pensar em nada. Mas era bem mais forte do que ela mesma. Havia tanta expectativa há sete anos. Tantos sonhos jogados ao vento. Era o seu casamento, o seu futuro marido, toda uma vida e uma família para ser planejada. E agora só uma lembrança da dor e da solidão. Tudo por causa de uma decisão. Teria valido a pena? Pergunta ela a si mesmo. As conquistas e a estabilidade, "Foi esse o preço? O preço que nós pagamos." O farol abriu. Ela dirigiu por mais um quarteirão. E parou em frente ao prédio de Regina.

Ela já a esperava na portaria. Sofia estacionou rápido e a amiga entrou no carro.

-Nossa como foi rápida. Você não anda correndo? Anda? Sofi, por Deus, você não vê as estatísticas de transito..

-Gina, por favor, a minha cabeça está explodindo.

-Claro, mas Sofia? Não precisa fingir para mim. Eu estava lá. E me lembro como se fosse hoje. Eu tão bem o odeio. Amiga, compartilho a sua dor.

Sofia ficou calada.

-Mas tenho convicção que não adianta sofrer por ele e por esse amor. Eu fiquei sabendo na mídia que ele está voltando para cá. Sofia, a Mariana e o Ed... Sofia a interrompeu.

A ImplacávelOnde histórias criam vida. Descubra agora