Limitados: Capítulo XI

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Maria Eduarda estava na sorveteria com Hernani.

-Você já foi provar smoking? Ela perguntou acrescentando mais cobertura ao seu sorvete.

-Vou ter mesmo que ser tão formal? Ele colocou uma colher de sorvete de creme na boca.

-Nani, já disse é uma festa de gala. Todas as minhas amigas estarão com os parceiros e namorados todos á caráter. Você não quer que seja a única com acompanhante de camiseta e tênis.

-Eu sei, eu sei. Duda pelo amor de Deus, é lógico que eu não iria assim. Ele despejou granulado sobre o sorvete. –E Duda desde quando você se importa com o que as pessoas pensam?

- Não é que me importe. Ela disse desdenhando enquanto mexia no sorvete com colher. –É bobo, mas é importante para mim.

-Então é importante para mim também. Ele disse carinhoso enquanto ela sorria em agradecimento.

-Temos ensaio terça á tarde. Não esqueça.

-Como se você fosse me deixar esquecer.

Eduardo chegou ao apartamento de Sofia E Marli estava ao sofá tricotando.

-Oi!

Ela não respondeu.

-Cadê as meninas?

Ela permaneceu calada.

-Dona Marli a senhora vai mesmo ficar me ignorando? Não pode tentar ser cordial?

-Foram ao shopping. Como Samanta já está de férias encasquetou que vai participar de um baile em um clube e Sofia foi com ela comprar um vestido.

-É um baile debutante, minha irmã vai participar também.

-Agora eu gosto menos ainda da ideia. Minhas filhas metidas com pessoas como vocês, eu não gosto.

-A senhora fala como se eu e minha família fossemos leprosos.

-Não a sua a família em especial que me refiro, mesmo não tendo simpatia. É Classe Social que vocês pertencem. Foram criados em mundos diferentes, já vi essa história e não acabou bem para Sofia.

-Acho que eu e a senhora precisamos conversar.

Marli se levantou do Sofá.

-Não espere me convencer com suas desculpas esfarrapadas como fez com a Sofia. A mim não.

-Eu não espero convencê-la, só quero que me escute. Se depois quiser continuar nesse campo de guerra, tudo bem. Mas tem que me dá chance de explicar.

-Eduardo você sempre foi mimado, acostumado a dinheiro e poder. Quando minha filha lhe trouxe em nossa casa eu sabia que essa história não poderia acabar bem. Vocês eram de mundos diferentes. Você não era como Edgar... Os olhos dele se enrijeceram. - Que mesmo tendo sido criado em berço de ouro era mais parecido com gente. –Você não era com um príncipe, sua mãe o criou assim. A Sofia foi um desafio a mais.

-A senhora está certa, eu sei que o cara certa para ela Ed, eu nunca neguei isso para mim mesmo. O cara ponderado, centrado, responsável. O irmão perfeito. Eu não, eu era bad boy. Mas mesmo eu sabendo o que eu sentir por sua filha foi muito maior. Porque nada me importava mais do que estar com ela, meu irmão me odeia porque ele a descobriu primeiro, e eu a roubei dele. Eu sofro por não tê-lo mais na minha vida, mas nem por um minuto eu abria mãe dela. A senhora tem todos os motivos para me detestar.

-Motivos? Você pediu a minha filha em casamento, armou circo e quando estava cansando de brincar de conto de fadas a abandonou. Eu vivo na vida real Eduardo. Você só quis a Sofia porque sentiu que não podia tê-la.

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