Capítulo X: Culpados
No dia seguinte pela manhã.
Maria Eduarda tomava café quando Brígida chegou e sentou-se a mesa.
-Cadê o papai? Ele já voltou para Europa? Disse mordendo uma torrada. - Nem se despediu de mim.
-Seu pai não está na Europa, ele foi para um hotel.
Maria Eduarda arregalou os olhos e mastigou três vezes para o lado esquerdo e depois perguntou tentando parecer desinteressada.
-Vocês brigaram?
-Não querida, não há briga.Brígida disse friamente enquanto cortava uma panqueca regada com xarope de frutas vermelhas. - Eu e o Cezar estamos nos divorciando.
Maria Eduarda engasgou e começou a ter uma crise de tosse.
-Mamãe, você tem certeza disso? Tossiu. –Certeza mesmo?
-A única certeza que eu tenho é que estou separada há anos. Depois daquele caso com a Leda pensei muito sobre que vida eu estava levando, e não quero mais isso.
Com carinho a filha colocou a mão sobre a mão da mãe.
-Eu te apoio no que você precisar mamãe. A senhora é muito jovem, ainda é uma bela mulher merece ser feliz. Sei que sempre tivemos muitas diferenças, mas eu te amo muito dona Brígida. Ela sorriu singelamente enquanto uma lágrima solitária escorria do rosto de Brígida.
Sofia estava de tolha escolhendo a roupa que usaria enquanto Eduardo penteava os cabelos.
-Você tem algum compromisso hoje? A voz dele ainda continha ironia.
-Não. Ela disse casualmente. -Só vou almoçar com Gina e Léo hoje.
-Então podemos ir no meu carro. Eduardo colocou o pente sobre a penteadeira. - Eu te deixo no escritório e voltamos juntos. Pode ser para você?
-Por mim tudo bem.
-Sofi, eu marquei um pôquer no sábado com nossos amigos, tudo bem para você?
-Se você arrumar a bagunça depois está tudo bem. Ela riu enquanto abotoava sua camisa.
-Então eu vou pedir para minha secretária encomendar umas besteiras, você recomenda alguma coisa?
-Acho que massa, comida japonesa e cervejas. Ela estava terminando de se arrumar.
-Huau, que mistureba. Ele fez uma careta. -Mas se você acha que vai dar certo.
-Eu amo mistureba. Sofia disse passando batom.
-Sofi, você está linda. Vamos, ainda temos que tomar um café na rua.
-Ok, ok estou pronta ela disse pegando sua bolsa e o seguindo até porta.
Mariana estava em sua terapia a cerca de mais de quarenta minutos conversando quando o terapeuta tentou mudar o foco:
-E como você se saiu com os desenhos?
-Bem, no começo me senti meio travada com ideia de tornar algo mais serio além um de hobby.
-Mas ser uma coisa prazerosa é ideal. O psicanalista disse juntando as mãos e encarando Mariana com seriedade. – Tornar-se uma obrigação, algo como um fardo não é o que estamos querendo.
-É como eu disse no começo fiquei meio travada, mas depois consegui desenhar oito modelos e levei á uma joalheria da qual sou cliente, queria mesmo era presentear alguns familiares com os modelos, só que a proprietária adorou os desenhos e até pediu minha autorização para confeccionar três iniciais.
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A Implacável
RomansaSofia Loís é uma brilhante e destemida advogada. Conquistou o sucesso profissional focando-se integralmente ao trabalho. Determinada sempre a colocar os verdadeiros bandidos na cadeia irritou poderosos que irão lhe cobrar um preço alto pelo seu sens...