Capítulo XIV

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_Mark

Ele procurava pensar em Kary, até que veio em sua memória o dia que seus pais morreram, lembrou do desespero, do sangue, os gritos e por fim Kary pequena e ingênua estava a chorar.
O portal o engoliu de uma vez só a sensação era de que cada tecido dele estivesse dilacerado em pequenas moléculas seu estômago enjoado, ele fechou os olhos quando os abriu ele já estava lá.

-Kary?

Ele tentou chamar.

-Droga!

Reclamou ele, ao andar um pouco viu o local de um acampamento recente, os dias por aqui passavam rápidos como se fossem apenas horas para o mundo humano.
"Ela não deve estar longe"
Pensou ele.

_Kary

Ela andava rápido como se fosse perder o próximo trem não aguentava mais vozes a dizer :
Mate-o, mate-o ...
Só se passava isso dentro de sua cabeça, as vezes vinham lembranças de Karl brincando no balanço junto aos empregados e ela se perguntara "Onde estivera seu pai?" O sorriso de Karl se alargava conforme a altura que ele alcançava, de fundo uma pequena criatura o olhava "Tonny" até que era um cenário feliz porém alguém gritava uma voz feminina Karl parou no balanço abaixou a cabeça e pareceu chorar, logo os empregados correram, ele se levantou do balanço entrou no castelo que por sinal era lindo, subiu as escadas e se deparou com uma mulher de cabelos castanhos claros e olhos azuis, ela estava caída no chão inteiramente branca logo veio a palavra "mamãe" na cabeça de Kary.

_Mark

Após um tempo andando se assustou ao ver alguém caído entre os arbustos, correu até a pessoa ao chegar perto viu ser Kary, tudo dentro dele gelou.

-Kary? Acorda ... Aí meu Deus menina.

Ele a pegou nos braços, ele caminhou até quase anoitecer.

***

_Kary

Na sua cabeça as lembranças de Karl passavam como filme.
"Karl viu sua mãe sendo carregada para o pátio em meio aos lençóis brancos ensanguentado onde os empregados se reuniram e cantavam uma melodia baixa, então desabou no choro ele jamais tinha visto seu pai e a única segurança dele se foi ele só tinha 5 anos"
As flores por volta começou a murchar, e toda a cor branca do castelo agora era um cinza horrível, os tapetes vermelhos as cortinas coloridas tudo se tornará negro, o balanço já não se encontrava ali, e logo o cenário bonito se foi, ela sentia a dor de Karl sob o túmulo de sua mãe, tudo para ele se fora cedo.

-Kary?

A imagem começou a escurecer, tudo se apagando, e alguém gritava.

-Kary, KARY?

-Karl?

Disse ela com fraqueza, ao abrir olhos lentamente reconheceu os cabelos brancos e os olhos violetas.

-Não, só seu irmão aqui.

Como ela não respondeu ele continuou.

-A próxima vez que você for se suicidar me chama para eu pular do prédio junto.

-Por que está aqui?

-Porque alguém tem ser seu irmão.

Ela apenas o olhou com desprezo, ou talvez nem deu para ver o desprezo ela ainda estivera fraca, ela foi fechando os olhos até dormi.

***

No outro dia ela parecia indisposta para tudo, mas ela não poderia ficar ali, ela precisava lutar, passou a noite sonhando com coisas sobre Karl e suas tristezas.

-Bom dia!

Disse Mark interrompendo os pensamentos de Kary, ela não o respondeu novamente.

-O que foi? Kary eu entendo que você está chateada e...

Kary o interrompeu, suspirou tentou pegar o máximo de força e disse.

-Olha eu perdi uma pessoa que era minha metade, ele deu a vida por mim, é o sangue dele que está dentro de mim, eu tenho lembrado coisas de Karl o tempo todo, descubro que meu irmão não é meu irmão e que nem tenho pais de verdade, e agora essa pessoa que me tratou como irmão a vida toda vai se casar.

Ela deu uma pausa, para procurar fôlego.

-Mas sabe algo nisso tudo me impressiona, eu não me importo! Eu não ligo! Eu só quero saber de matar, matar e matar.

-Ka..

Começou Mark.

-Não! Para! Esses seus concelhos não me levam a nada.

-Olha eu sou seu irmão, eu sempre vou estar aqui.

-É isso que me mata, você ainda ser meu irmão.

-O que você quis dizer com isso?

Kary se levantou com cuidado pegou suas coisas, tentou ver onde estavam, então seguiu a estrada dá direita.

"Ela é como um GPS humano"

Pensou Mark

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