12 - CONTRA-ATAQUE

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- Como assim, Miguel? O que você está dizendo?

No parque quase ao entardecer, Miguel relatava os últimos acontecimentos macabros.

- Eu soube por acaso nesta manhã enquanto sussurravam em casa sobre o acontecido. Um rapaz que cuidava do nosso jardim não foi ao trabalho ontem e hoje recebemos a noticia de que ele havia sido morto, ainda não se sabe muito sobre, mas pude ouvir claramente que ele estava com as iniciais "QI" gravadas na região do peitoral esquerdo, em vermelho.

- Você não acha que seja ele novamente, não é? – Calu acionara a expressão.

- Mas, de quem vocês estão falando? – perguntou Peggy.

- Eu tentei contatar Andrade, mas ele está praticamente incomunicável. – Miguel não sabia que Andrade os estava procurando. – Mas consegui alguns arquivos a respeito. Antes de calarem a imprensa, alguns relatos já haviam chegado a mesma e trouxe essa matéria para que vocês leiam.

Miguel pedira a Calu que explicasse o essencial a Peggy, afinal, ela era um Kara, enquanto deixava que lessem a matéria. Chumbinho logo interrompeu e apontou. Ao longe, notava-se um homem gordo suarento correndo até eles no máximo de velocidade que conseguia.

- Andrade sabia desse encontro?

Miguel seguiu o olhar do jovem Kara e sorriu para Andrade! O detetive era a pessoa que realmente queria encontrar naquele momento... O grande amigo estava limpando o suor da testa! Por certo, ele tinha conhecimento do caso.

KKK

- Não pode ser o doutor, QI, não se preocupem – o detetive sabia que aqueles meninos tentariam se intrometer mais uma vez. Tinha que evitar que assim o fizessem.

- Como pode ter tanta certeza, Andrade? – Perguntara Magrí.

- Eu mesmo fui me certificar. Ele está muito adoentado e não tem nenhum meio de comunicação.

- E se ele estiver fingindo novamente? – perguntou Calu.

- Os relatórios médicos não mentem, meninos... Por favor, deixem esse caso comigo. Não se preocupem!

Crânio cutucara Miguel quando o detetive saíra.

- Pode não ser o doutor QI, mas assassinaram alguém no qual você rapidamente teve o conhecimento... Alguém que estava próximo a você, Miguel. Não acho que devemos nos descuidar e deixar tudo nas mãos do Andrade...

Crânio tinha razão! Devia ter algo a mais naquele caso.

KKK

Não havia outro comentário no grupo de teatro.

- Mas como aconteceu? – Calu estava inflamado com a notícia! Um ataque com um deles havia acontecido... E logo com ela!

Antes que pudessem responder, Lia chegou e foi logo abordada pelos colegas! Tanto perguntavam e a rodeavam que ela mal conseguia respirar... Sentiu então uma mão a puxando e levando-a para uma sala de costura e maquilagem. Calu fechou a porta com uma tranca.

- Obrigada – falou Lia, sentando em um banco e relaxando a expressão. Porém, logo franziu o cenho! Calu sentara de frente a ela e a encarava sisudamente. Eram raros os momentos em que vira o garoto sério. – O que foi?

- Quem te atacou, Lia? Você conseguiu identificar? É muito importante que você me diga o que aconteceu.

Era estranha a atitude dele. Será que ele desconfiava de alguém? O que ele podia ter a ver com o caso? O conforto que outrora sentia com a presença daquele garoto, havia mudado... A sensação agora era sombria.

- Eu não sei do que você está falando... – Lia achou por melhor não responder.

- É importante, Lia! O que você pode me dizer? Todos aqui sabem sobre o ataque.

- Sim, fui atacada, mas logo apareceram os policiais e me salvaram! Não sei o que poderia ter acontecido se...

- Lia... Mais pessoas podem estar em perigo e mesmo você! Procure se lembrar de algo. – tentava falar mais calmamente o jovem ator.

A garota não conseguia entender a importância de relatar a Calu o que sabia... Ah não ser, realmente, que ele tivesse algo a ver!

Antes que pudesse dizer alguma coisa, ouviram batidas na porta.

- Quem está aí? Abra já! Preciso trabalhar!

Era dona Sina, a costureira. Por enquanto estava salva do interrogatório e tentaria evita-lo. Mas, que a atitude de Calu era suspeita, era sim! Por certo, a garota não deixaria isso passar e sabia o que tinha de fazer... Lia tinha os próprios meios para procurar se defender e descobrir quem estava tentando lhe matar. A garota pegou algo que estava próximo de si e direcionou a Calu e rapidamente redirecionou-se. Por tanto barulho que dona Sina fazia para que abrissem aquela porta, o ator dos Karas não percebeu.

Calu abriu a porta e dona Sina entrou reclamando. Mesmo com aquele calor provocado pelo verão, a senhora estava coberta do pescoço aos pés. Até blusa amarronzada de manga comprida usava...

- Vocês não podem ficar de namoricos por aqui, entenderam? Além do mais... – dona Sina percebeu que a jaqueta do Calu estava com um fiapo na barra. – Você não pode desperdiçar essa jaqueta! Dê-me que eu a consertarei.

- Deve ter acontecido quando você me puxou em meio àquela multidão de curiosos lá fora... – suspirou Lia.

Calu não havia reparado naquela falha... Como poderia? O tecido não se desfaria tão facilmente, mesmo após passar pelo tumulto... No mais, decidira deixar a jaqueta ali. Havia coisas mais importantes para se atentar. Teria que descobrir o que aconteceu com Lia... Mas, teria que abordá-la de outra maneira. Por alguma razão desconhecida e suspeita, ela não queria nada lhe relatar...

- Vamos, Calu! Precisa se maquilar – chamou dona Gertrudes logo na saída da sala de costura.

Lia aproveitou a deixa para voltar a sala de costura e enquanto dona Sina procurava o conjunto de linhas, colocou as luvas que levava no bolso e buscou pelo celular de Calu em um dos bolsos da jaqueta.

Olhou em volta enquanto teclava no celular! Dona Sina logo voltaria, mas não precisaria de muito tempo. Após 10 minutos, conseguiu o que queria e devolveu o celular para o bolso correspondente.

Dona Sina voltou em cerca de dois minutos após a saída de Lia e achou estranho ver a tesoura de sua preferência jogada no chão, próxima a um banquinho...

KKK

Como pudera esquecer? Deixara o celular no bolso da jaqueta... Enfim, àquela altura, dona Sina já devia tê-la costurado. Era hora de voltar...

Antes, porém, tentou sondar Lia... Mas fora informado que a garota já havia saído. Tudo aquilo era muito suspeito! Eles haviam acabado de chegar...

Ao chegar na sala de costura, dona Sina não estava. Sua jaqueta porém estava como nova e o celular estava ali. Peggy havia ligado cinco vezes durante àquele breve período de ausência tecnológica...

 Peggy havia ligado cinco vezes durante àquele breve período de ausência tecnológica

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OS KARAS EM: A DROGA DO ORIENTE [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora