Apaixonada por Luke Houston?

7- Talvez eu seja culpada de verdade

(...)
Saio de perto do Luke, ele anda atrás de mim.
- Espera. Vamos apenas dar uns beijos. - fala embebedado.
Eu sabia que deveria ficar longe dele depois de tudo que eu vi ele fazendo, tenho que ir embora daqui.
- Eu vou embora. - aviso andando na direção do ponto do táxi.
Meu celular toca, pego ele e vejo o nome da Meg aparecer na tela.
Eu não conheço ela direito, mas me sinto bem perto dela e parece que eu realmente tenho uma amiga, uma que não vai me abandonar em um momento difícil.
- Oi. - falo tentando não ter emoção na voz.
- Oi, nós duas podi.. - ela para de falar e respira profundamente. - Aconteceu alguma coisa, Melly?
- Aconteceu. - falo chorando, queria não estar chorando. Eu não conheço ela, mas eu preciso conversar com alguém que não me julga, eu não sei se ela vai me julgar.
- Quer conversar?
- Quero. - tento parar de chorar.
- Aonde você esta?
- Eu.. Estou em uma festa com..com o Luke. - guaguejo ainda chorando.
- Quer que eu te busque? - pergunta, escuto um barulho de algo sendo puxado.
- Não, eu vou pegar um táxi, posso ir para a sua casa?
- Claro, vou estar esperando você. - Meg fala, dou o sinal para o táxi parar. - Melly eu tenho que desligar agora, mas eu estou esperando você aqui em casa.
Ela desliga a ligação e eu entro no táxi.

                        ******
Logo que eu sai do táxi a Meg já estava na porta, e eu comecei a chorar quando ela me abraçou. Eu só quero que alguém possa me escutar sem me julgar, entramos na casa dela.
- Vamos para o meu quarto, assim você pode conversar melhor comigo. - ela me abraça e me leva para o seu quarto.
Ela fecha a porta, vai até a cama se senta do meu lado.
- O que aconteceu?
Olho para as minhas mãos.
- Não aconteceu agora, foi antes e eu queria desabafar com você.. Se você quiser. - comecei a chorar. - Desculpa, não queria.. Desculpa.
Enxugo o meu rosto.
- Acalma, você não precisa pedir desculpas. - ela me abraça. - Vou fechar a porta.
Ela se levanta e vai até a porta fechando-a.
Olho para ela, eu sei que mesmo que ela não me julga-se a verdade seria que eu fui a culpada do acidente que matou o Ian, passo a mão por meu rosto e olho para ela, respiro fundo e começo a falar:
- Meg, eu vim pra cá por causa que meu pai me expulsou por causa de um acidente que eu provoquei. - falo e ela me olha assustada.
- Como assim, você provocou? - ela se aproxima mais de mim me olhando.
- É que.. Eu.. - respiro fundo novamente. - Ano passado, eu e o meu namorado saímos para ir em uma festa, ele bebeu muito e eu também, a gente estava comemorando a vitória do time da escola, então ele.. - algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto. - O carro capotou e.. Fomos para o hospital, eu fiquei com ferimentos leves, mas o Ian.. Ele não conseguiu resistir aos ferimentos.. E.. Ele morreu por minha culpa.. - as lágrimas continuam escorrendo pelo meu rosto.
- Nossa eu sinto muito, você sabe que não tem culpa disso, não é? - ela me abraça, mas eu continuo chorando. Lembrar de tudo que aconteceu só faz a minha dor e culpa aumentar, lembrar do rosto dele daquele jeito..
- Meg foi a minha culpa, se eu não tivesse aceitado fazer aquilo com o carro.. Ele podia..podia estar vi.. Vivo. - não consigo parar de chorar. E a lembrança daquela noite vem toda hora.
"Tento virar o meu rosto, mas dói muito.
- Ian, Ian. Você está bem? - pergunto balançando ele um pouco forte.
Nada, nenhuma resposta, nenhum movimento. Me viro mesmo com todo meu corpo doendo.
- Ian? Ian? - continuo a balançar ele desesperada.
Viro ele para mim, e vejo os seus olhos... Sem cor, sem vida
- Ian.."
                    
- NÃO, NÃO. IAN.. - grito.
Sinto alguém me abraçar, começo a chorar.
- Melly, Melly.. - Meg me chama.
- Ele morreu por minha culpa.. - falo a olhando, mas ao mesmo tempo olhando para outra coisa.
Meu celular começa a tocar, Meg o pega para ver quem é.
- É a sua mãe, quer que eu atenda ou desligue? - tento arrumar a minha postura para poder atender o celular.
- Eu falo com ela. - falo e estendo a minha mão para pegar o meu celular. - Mãe?
- Sim, aonde você está? Estou preocupada com você. Luke chegou em casa e disse que você estava aqui. - ela fala com a voz parecendo que vai chorar.
Não falo nada, as lágrimas continuam escorrendo pelo meu rosto e a imagem do Ian sem vida volta de novo. Meg percebe que eu estou chorando e pega o celular da minha mão, coloca no seu ouvido e fala:
- Oi Sra. Liz, aqui é a amiga da Melly a Meg, ela está na minha casa. - ela para de falar para escutar alguma coisa que a minha mãe está falando. - Aram, ela vai voltar hoje para a sua casa. - ela para de falar de novo. - Não se preocupe, eu vou levar ela. Tá, tchau.
Desliga o celular.
Ela me olha e se aproxima de mim e segura na minha mão.
- Melly, olha a culpa não foi sua, ele estava dirigindo, ele que concordou em fazer aquilo. - ela dá um pequeno sorriso. - Olha, aposto que ele não ia querer você desse jeito. E você pode me xingar, mas o seu pai é um idiota, affs. Sinceramente não sou fã mais do seu pai. - ela ri e eu rio de leve. - Se eu não tivesse namorando eu te pegava. - brinca.
- Obrigada Meg. - abraço ela e ficamos um tempo assim.
- Melly posso te perguntar uma coisa? - ela fala nos afastando do abraço.
Olho para ela.
- Pode.
- Por que você saiu correndo da festa que o Luke te levou? - pergunta.
Desdobro a minha perna e a olho.
- O Luke tentou me beijar.
- Nossa, se hoje não fosse um dia triste para você, eu ia perguntar o que você fez, mas, bom vou deixar pra lá, apesar de estar curiosa. - ela dá um sorriso e a olho. - Bom, sua mãe está preocupada, melhor eu te levar até a sua casa.
Nos levantamos, ela segura na minha mão e saímos do seu quarto, ela falou com a sua mãe que ia me dar uma carona, logo depois saímos da casa e entramos no seu carro. Ela liga o motor, avançando com o carro.

                    ******

Ela para o carro de frente para a minha casa, ela desliga o motor.
- Melly você sabe que a culpa não é sua. - ela olha para mim. - Amanhã a gente conversa mais, e não esquece que apesar de ele ser o seu pai, ele é um babaca por abandonar você.
- Você é doida. - dou um pequeno sorriso e saio do carro. - Tchau.
- Tchau. - ela fala e avança com o carro.
Ando até a porta de casa e abro porta e entro, vejo a minha mãe na sala.
- Melly não faz mais isso, eu fiquei preocupada com você. - ela se levanta do sofá e me abraça.
- Tá mãe. - retribuo o abraço. - Vou subir.
Nós separamos do abraço.
- Boa noite filha.
- Boa noite mãe.
Subo as escadas até o meu quarto, entro no quarto e fecho a porta, vou até a minha cama e me deito, penso no que a Meg me falou, fecho os meus olhos e espero o sono chegar para eu poder dormir.