Capítulo 13 - Reprisal

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No meio de todo aquele inferno que sua vida tinha se tornado, Lily só queria espairecer um pouco. Naquela mesma noite, Dumbledore faria uma reunião com os progressos sobre James, mas ela não estava nada empolgada para aquilo. Já podia escutar a todos dizendo-a que o melhor que poderia fazer era colaborar, descer ao porão, mas ninguém parava para pensar no quanto aquilo a afetava. Ninguém se importava.

Então, quando recebeu a carta de Mary, foi como uma luz no fim do túnel.

Na escuridão que estava, naquele momento, a luz no fim do túnel estava cada vez mais próxima de acontecer.

Estavam conversando dentro da casa, Edgar fazendo vigia do lado de fora, quando, de repente, uma das paredes foi destruída por fumaças negras. Lily bateu a cabeça na mesa de vidro e, quando abriu os olhos, estava deitada no chão, Mary do outro lado da sala, e botas de seres encapuzados passeavam pela sala.

— E essa garota? — um deles puxou Mary pelo cabelo.

— Deixe-a aí! — Lily pôde identificar a voz áspera de Bellatrix — Vamos fazer as coisas exatamente como o lorde das trevas ordenou.

— Estupefaça!

Ela não sentiu o baque.

Quando abriu os olhos novamente, estava em um local escuro, e cheio de pedras. Inclusive, ela estava deitada em cima de pedras. Só conseguia enxergar o que estava ao seu redor por uma frágil luz que saía do portão de ferro.

Uma masmorra.

Lily passou a mão por suas roupas, e confirmou que sua varinha tinha sido tirada dela. Seria pedir demais tê-la consigo, mas já era um alívio não estar presa à uma cadeira, como acontecia com James.

— Que diferença de ambiente — ela murmurou para si mesma — A pedra pré-histórica e a madeira polida. Quem é o mais evoluído, afinal?

Escutou passos apressados, e tentou esconder-se, embora soubesse que seria inútil. Estava arrastando-se para um canto da grande masmorra, quando a porta abriu-se, e um deles foi em sua direção, puxando-a pelo braço. Negou-se a se levantar, fazendo com que o homem impaciente decidisse arrastá-la, mas não seria nem metade do que fariam a ela, disso tinha certeza.

— Potter, levante-se! — Narcisa estava à porta, os olhos focados na parede ao seu lado, para não observar como seu marido a tirava à força.

— Já chega! — disse Lucius, cansado.

Lily abafou um grito, assim que o loiro levantou-a, apoiando-a por cima do ombro.

— Solte-me! — ela gritou, tentando debater-se.

— Fique quieta, e tornará tudo mais fácil! — disse Narcisa, indo à frente.

Como apenas ela era prisioneira da masmorra, eles não incomodaram-se em fechar as portas, já que ela voltaria muito em breve. Viva ou morta, nos pensamentos de Lily.

— Deveria sentir-se honrada — disse Lucius, veneno pingado em sua voz — Eu não tocaria em uma sangue ruim se milorde não pedisse.

Assim que ela foi deixada no salão, virou-se e deu um tapa estalado no rosto do bruxo, que deixou a sua pele tingida de vermelho.

— Ora, sua...! — Lucius deu um passo para a frente.

— Obrigado, Lucius.

Lily paralisou, assim como os outros presentes.

Voldemort observava curioso a cena à sua frente, de frente para uma lareira, antes estava de costas para eles, ficando invisível para Lily, à primeira vista. Nagini, a sua cobra, deslizava pelo chão, próximo aos pés de seu amo, sibilando em uma língua que apenas eles compreendiam.

Damaged MemoriesOnde histórias criam vida. Descubra agora