20 de novembro de 1993.

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20 novembro de 1993.

Tyler rabiscava com lápis de colorir preto o papel frágil com ferocidade, quase o rasgando. O garoto de quase cinco anos desejava que o desenho pudesse ganhar de fato vida, então por isso pintava com toda a sua força, sem se importar com o olhar assustado que outras crianças no consultório do dentista o lançavam.

Tyler estava quase terminando seu desenho quando sentiu alguém cutucar seu braço.

- Ei, garoto - cochichou uma voz fina.

O garoto moreno tirou os olhos da sua obra de arte e se deparou com outro garoto com cabelos negros o encarando. Havia um menino sentado à sua frente, na cadeira de plástico igual a sua, apenas uma mesa igualmente plástica os separando.

Tyler ficou assustado, nunca ninguém o havia chamado antes. Será que ele estava com o rosto sujo de alguma coisa?

- Qual o seu nome? - perguntou o menino de olhos castanhos e pele clara.

Tyler quase não respondeu, mas lembrou que sua mamãe disse que era falta de educação não responder os outros e disse como ela o havia ensinado:

- Tyler Robert Joseph. - disse baixinho, a voz quase inaudível, mas a outra criança aparentava ter escutado.

- Me chamo Josh!

Ao dizer tais palavras o garoto, agora nomeado Josh, abriu um belo sorriso e Tyler se perguntou o porquê do menino estar em um consultório dentista se ele tinha o sorriso mais lindo do mundo.

Joseph abaixou o olhar para mesa e viu que Josh também estava desenhando, mas ao invés de usar cores escuras como ele, Josh pintava com cores claras e vivas, principalmente verde. Tyler gostava de verde.

- O que está desenhando? - perguntou Tyler.

- Um alien! - respondeu o outro rindo e Tyler acompanhou.

- Aliens não existem, bobo!

Josh pareceu ultrajado mas não deixou de rir.

- Quem te disse isso?

- Minha mamãe.

- Ela está enganada! Eles existem sim e nesse momento estão olhando para nós, só esperando a chance de invadir a Terra! - disse o garoto de cabelos negros com um sorriso ladino, acreditando fielmente nas suas palavras.

Tyler arregalou os olhos, completamente assustado. Ele não queria Aliens malvados o espionando e nem invadindo sua casa.

Josh parecendo notar o seu medo desfez o sorriso rapidamente, segurando a mão do outro garotinho por cima da mesa.

- Mas não precisa ter medo! Os aliens são legais, e eu vou te proteger se eles quiserem te machucar. -Tyler corou e assentiu, voltando o olhar para o seu desenho inacabado. - E você, o que está desenhando, amiguinho?

Tyler sentiu seu coração inchar de um sentimento bom e olhou de volta para Josh. Seu sorriso brilhou tal como seu olhar.

- Meu amigo secreto!

Josh olhou para o desenho de Tyler e ergueu uma sobrancelha.

- Por que a cara dele está riscada?

- Porque ele não tem rosto! - respondeu como se fosse óbvio - o nome dele é Blurryface, quer conhecer ele?

- Claro! Ele está aqui? - respondeu Josh com outro sorriso.

- Ele sempre está comigo!

E Tyler os apresentou. Seu novo amiguinho ao seu único amigo.

Não muito longe dos garotos, duas mulheres observavam sentadas uma do lado da outra as crianças de mãos dadas na sala de espera do dentista, conversando coisas de criança.

- Olá, aquele menino moreno é o seu filho? - perguntou uma das mulheres a outra.

A mulher loira olhou para a moça à sua frente e sorriu assentindo.

- E o garoto com ele é o seu filho? - perguntou Kelly de volta.

- Sim, me chamo Laura e aquele é Josh - disse a mulher sorrindo e estendendo a mão.

Kelly apertou a mão de Laura por alguns segundos de bom grado, o sorriso nunca abandonando seu rosto.

- Me chamo Kelly, e o meu filho Tyler.

- Bom, me desculpe se isso parece estranho, eu sei que nem nos conhecemos, porém meu filho tem ansiedade e como consequência não tem amigos. Pra falar a verdade eu nunca o vi conversando com outra criança. - disse Laura meio incerta, mas a tristeza estava presente no seu rosto - Eu queria saber se os nossos filhos podem ser amigos. Josh é uma boa criança, eu juro!

Kelly riu mas sentiu vontade de chorar.

- Eu sei que é. - a mãe de Tyler suspirou antes de continuar:- Tyler tem problemas de se socializar, as crianças nunca chegam perto dele. É mais do que uma honra seu filho ser amigo do meu. Eu adoraria e Ty também.

As duas sorriram novamente, na esperança que agora a vida de seus filhos seria mais colorida.

E ali nasceu não só a amizade de duas crianças, mas também de duas mães fortes e que fariam de um tudo por seus filhos.

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Notas: oi clique tudo bom? então, eu queria dizer umas coisinhas, essa daqui é a primeira fanfic que eu posto depois de quase um ano sem escrever nada e a primeira desse fandom e eu to muito nervosa asuhuhsu

mas continuando, eu comecei a escrever isso por estar deprimida e sem saber como me expressar, eu estava (ainda estou um pouco) bem perdida em como eu me sinto em relação a tudo. escrever essa história estava colocando minha mente no lugar, já que eu coloquei muito do que eu sinto no Tyler da minha ficção.

e mais, a fanfic não é bem inspirada em truce (uma das minhas músicas favoritas por sinal) só são alguns trechos que me deram as ideias pra escrever a história, mas ela não é necessariamente sobre truce.

eu não sei se alguém vai ler isso, provavelmente não, mas joshler é uma coisa muito fofa e meu filho tyler me ensinou que devemos ir atrás dos nossos sonhos e escrever pra mim é um sonho.

então deixe o seu voto, seu comentário e adicione a fanfic na sua biblioteca caso goste! isso vai me incentivar a continuar e continuar postando os capítulos!

então frens, fiquem seguros! bebam água, comam regularmente! vocês são pessoas lindas e nunca estarão sozinhos. até o próximo capítulo |-/

My only fren // joshlerOnde histórias criam vida. Descubra agora