10 de agosto de 2008.

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10 de agosto de 2008.

Tyler encarava a TV com falso interesse enquanto brincava com os dedos com o pequeno pingente de esqueleto de seu colar, passava algum programa de história que falava sobre a Guerra Fria, contudo a única guerra que importava o moreno era a sua guerra interna.

Havia se passado cinco dias que ele não falava com Josh, seu melhor amigo. Cinco dias que mais se pareciam cinco anos. Pode parecer exagero para alguns, mas o casal de amigos não ficava mais de cinco horas sem falar. Esses dias estavam sendo uma verdadeira tortura para Tyler.

Tyler sentia-se tão idiota, por que ele tinha que estragar a única coisa que sempre foi concreta em sua vida? Ele nunca se odiou tanto como naqueles cinco dias.

— Tyler. Filho? — Tyler estava tão absorto em seus pensamentos que nem notou que sua mãe desligou a TV e ficou em frente a mesma.

— Hum? — foi tudo o que ousou dizer, sentindo-se cansado demais para produzir palavras.

— Eu vou sair com a Laura hoje — anunciou Kelly e então Tyler percebeu que sua mãe estava toda produzida, de salto alto preto e vestido longo azul, com os cabelos loiros emoldurando o belo rosto de sua mãe.

— Noite das garotas? — Tyler se forçou a sorrir. Era óbvio que sua mãe estava animada e ele não queria atrapalhar a felicidade dela com seus problemas idiotas.

— Sim! — sorriu radiante, porém seu olhar de alegria logo deu lugar a um de preocupação — Você vai ficar bem, querido?

Tyler franziu as sobrancelhas.

— Claro, mamãe. Por que eu não iria? — mentiu.

— Josh.

E isso foi o bastante para trazer o garoto à beira de lágrimas. Tyler suspirou e fugiu do olhar de piedade de sua mãe. Tyler odiava que tivessem pena dele.

— Eu vou ficar bem, mamãe — disse Tyler o mais baixo possível, ele tinha medo que sua voz demonstrasse sua fragilidade — É melhor a senhora ir, sabe? Não deixar a tia Laura esperando.

Ele ouviu sua mãe suspirar e andar em sua direção, as mãos macias dela pousaram em sua cabeça fazendo um carinho leve.

— Você precisa falar com ele. Faça isso Tyler, por favor.

— Eu vou.

— Prometa — Kelly usou o tom de mãe que não havia como dizer não.

Tyler olhou para ela e acenou, incapaz de falar, sabia que iria chorar se o fizesse. Kelly sorriu e deu um leve beijo na testa de seu filho, logo se afastando e saindo da sala. Tyler ouviu a porta de entrada abrir e se fechar. Agora ele estava sozinho, sozinho com sua dor, estupidez e ódio.

"Os braços de Josh estavam ao redor da cintura de Tyler enquanto os dois assistiam algum filme que realmente não tinha importância para eles. Os garotos estavam no quarto do mais novo, dividindo a pequena cama como estavam acostumados a fazer.

Era um dia normal para Tyler e Josh. Se não fosse pelo fato que Josh estavam mais estranho que o habitual. Os dois sempre foram muito carinhosos um com outro, Joseph não sabia se isso acontecia pelo conforto da convivência ou porque ambos eram apaixonados um pelo outro, mas Josh estavam mais meloso do que sempre foi, abraçando o garoto levemente mais alto como se ele pudesse fugir a qualquer momento, acariciando Tyler a cada segundo possível e dizendo palavras doces aos montes. Não era que que ele estivesse incomodado com essas coisas, só não era o normal. Ele era o meloso da relação, o carente e o manhoso, não Josh.

— Jishwa, o que você tem? —  perguntou Tyler após Josh dizer pela vigésima vez no dia que o amava.

— Eu? Nada! Por que? — Tyler tirou a cabeça do peito de Josh onde estava deitada até então e encarou o amigo com um olhar desconfiado. Josh suspirou e disse: — Não é nada, eu só quero deixar bem claro que eu te amo mais do que tudo na minha vida.

My only fren // joshlerOnde histórias criam vida. Descubra agora