Começo

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Pisquei várias vezes. Meus olhos doíam e meu estômago também. Eu estava deitado. Havia luz no aposento.

—Acordou, que bom. Eu estava preocupado!

Sentei na cama com uma rapidez imensa. Ao olhar para frente vi Thomas com 2 seguranças atrás.

—Onde estou? –perguntei, apavorado, olhando para os lados

—Na Casa Branca. Ontem você passou mal, seus pais queriam te levar para casa, mas os convenci de que aqui você teria toda assistência necessária. Evacuaram todo o prédio por sua causa, sabia? –riu- Pensaram que você havia sido envenenado.

Fiquei apenas olhando-o, tentando conectar os pontos na minha cabeça. Quando ele percebeu que eu não ia falar nada, mandou os seguranças embora e fechou a porta do quarto. Sentou-se ao meu lado na cama.

—Desculpe pelo incômodo, vou me arrumar para ir embora. –eu disse, tentando levantar-me da cama, mas as mãos dele empurraram minha cintura para baixo

—Não foi culpa sua. –Thomas sorriu gentilmente

Pude perceber os olhos dele por todo meu rosto, reparando e analisando cada ponto da minha face. Corei involuntariamente. Lembrei do quão irritado ele havia ficado comigo noite passada e achei melhor não falar nada.

—O que eu realmente queria te falar é que não foi por acaso que te escolhi para ser meu assistente. Não foi de repente. Quando chamei seus pais para aquela reunião eu já tinha em mãos uma ficha inteira com seus dados, já te conhecia muito antes. Mandei te analisarem por meses. Seu pai ser importante veio a calhar no momento.

Eu estava boquiaberto. Então ele tinha mandado me espionarem por meses e eu não tinha percebido nada? Não soube como reagir Àquela revelação. Não sabia se devia ou podia brigar com o Presidente dos Estados Unidos por ele ter me espionado. Achava que não.

Vi o sorriso dele alargar-se, o que me fez ficar vermelho, mas de raiva. Ele achava que era tudo uma brincadeira? Achava engraçado saber tudo sobre mim enquanto eu não sabia nada sobre a vida pessoal dele,  sendo presidente?

—Mas eu não aceitei o emprego ainda! –falei com a expressão fechada- Que horas são? Eu não deveria estar sendo seu assistente por um dia, pra fazer um teste, como o senhor mesmo falou? –falei cinicamente.

—Não se preocupe, ainda é cedo. A propósito, seus pais e sua irmã dormiram aqui também. –eu arregalei os olhos. Toda a parte do "espionei você por um tempo" sumiu da minha cabeça.

—O quê?! –exclamei, imaginando minha mãe querendo conversar com ele sem parar

Ele levantou-se da cama e estendeu a mão para mim. Desconfiado, peguei-a e ele me puxou para cima, fazendo-me levantar e quase cair em cima dele.

—Desculpe! –murmurei, morto de vergonha, me equilibrando em seus ombros

—Não tem problema –ele afastou-me com delicadeza de cima dele- Pode se atirar em cima de mim o quanto quiser.

—Eu não me atirei em cima de ninguém! –fiquei furioso

—Eu estava brincando –ele gargalhou e puxou meu queixo para cima.- Mas sobre o trabalho, pense bem antes de recusar. Ninguém nunca recusou um trabalho oferecido pessoalmente pelo presidente dos Estados Unidos. –ele piscou

Olhou profundamente nos meus olhos. Eu queria fugir, escapar, mas ele apenas ficou ali, me investigando por um tempo, depois sorriu e saiu do quarto. Ainda bem, pois eu já estava ficando nervoso. E com mais raiva dele.

O PresidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora