Capítulo 06 - Revisado e reescrito

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Passei à noite toda pensando nele. Amanheceu, levantei-me, fui ao banheiro, me lavei, escovei os dentes, me arrumei, coloquei os livros, caderno e estojo dentro da bolsa, fiz o café da manhã, comi e fui logo pegando minha bicicleta e indo para o colégio. 

No meio do caminho, surge Diogo em minha frente e freio antes de bater nele. Paro e com uma perna alcanço o chão e pergunto se ele estava doido.

― Está doido, Diogo?! Quase bati em você! ―  ralhei com ele, que logo soltou um sorriso. 

―  Não. Desce da bicicleta, que vou te acompanhar até à escola. 

―  Não. você não é o meu pai, para me mandar! 

―  Eu disse para você descer, porra! Será que não entende, caralho?! 

Eu o obedeci, desci e fui empurrando à bicicleta e ele ficou ao meu lado. Em total silêncio. 

  ―  E aí? O que faz da vida? ―  ai meu Deus! Ele está falando comigo! 

Calma, respira.  

  ―  Nada. Não trabalho e nunca trabalhei em minha vida. ―  enfim, respondi o que ele queria e tratei de ficar logo quieto e apressar os passos, para que seu amigos babacas não me vissem com ele, andando juntos. 

  ― Se quiser, mando meu pai te contratar na empresa dele e você trabalha comigo.  O que acha? ―  uma proposta de emprego assim de graça? 

―  Seu pai tem uma empresa? ―  droga, esqueci que os Delávaris tinham empresas no ramo de comércio e de advocacia. 

― Sim. Não sabia? ―  ele fez uma cara de "Não sabia que meu pai era praticamente o dono da empresa, nerdizinho de merda?" 

― Não. Faz poucos dias que mudei para Sam Devour. ― mentira, morava na cidade, desde quando eu nasci. Mas vamos parar de mentir. 

― Hum. Então, vai amanhã pelo o BRT, até o centro Metropolitano de Sam Devour e o prédio mais alto da cidade é do meu pai. Nem se preocupa em ligar e agendar visita. Estarei te esperando no lado de fora, para te levar a sala e fazer umas perguntinhas. 

― Ata. 

― Mas é quase certeza que vais trabalhar comigo. ―  ao terminar de falar aquilo, fiquei surpreso. 

―  Trabalhar com você? Você trabalha?

―  Sim. Achas que sou um playboyzinho filhinho de papai que vive vagabundando por aí e gastando dinheiro com à toa? ―  sim, eu achava isto de você.

― Pior que sim. Você vive com aqueles caras lá da escola.... 

―  Eu vivo com eles, não convivo com eles o dia todo. ―  me interrompeu, dando por encerrado este assunto um pouco incômodo. 

Ficamos calados por alguns segundos, até que ele puxa mais um assunto. 

― É... Sábado agora, vou com meus amigos, vim aqui na escola jogar futebol. Caso queira ir ver eu jogar, para depois nós dois fazer, tipo.... Um "piquenique" debaixo da árvore da quadra velha. 

Deus! Ele estava me convidando para sair! Na verdade, sempre fui o humilhado, mas caí no clichê de estar indo no encontro a dois com o cara mais másculo e gostoso da escola. 

Ele ficou me olhando, esperando minha resposta, até que respondo um "sim" meio desajeitado. 

Como sempre, Alessandro Tristan passando vergonha.

― Si... Simmmm! Sim. 

Ele riu, mostrando seus dentes perfeitamente alinhados, aquelas covinhas em meio a sua barba rala e desenhada, seus olhos azuis cintilantes, seus cabelos louros ondulados, o rosto quadrático, seu corpo musculado e sua voz já  grave, sedutora. 

UM NERD EM MINHA VIDA 01(EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora