Chapter Eight.

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Havia se passado um mês depois de tudo aquilo e, amanhã seria o meu aniversário. Brendon disse que iriamos sair para comemorar já que ele tinha conseguido tirar folga. Levantei da cama e resolvi comer alguma coisa enquanto assistia TV. Lá para as 20:00 meu celular começou a vibrar com mensagens, em Londres já deveria ser outro dia. Eram de antigos colegas, alguns familiares que não tinham ficado com ódio por mim ter fugido, menos minha mãe, meu pai ou meu irmão. Será que eu parei de significar algo para eles? Ele começou a tocar. Atendi.

- Fique pronta em 20 minutos. Estou chegando. - Era o Harry.

- Perguntar se eu quero sair é bom sabia?

- Você quer sair?

- Não.

-É por isso que eu não pergunto. - Ele riu. - De qualquer forma, fique pronta. - Fiquei em silêncio. A última vez em que saímos, nos beijamos e eu não conseguia esquecer o que tinha acontecido. E também me sentia culpada por conta do Brendon. Não parecia ser uma boa ideia. - Não é um encontro, Anjo – Ele disse cortando o silêncio. - Vou fazer esse sacrifício por você. Daqui a algumas horas vai ser o seu aniversário, então resolvi te levar em um lugar, por que tenho certeza de que vai sair com o Brendon amanhã e não vai ligar para mim.

- Como sabe que vou sair com ele amanhã?

- Pare de fazer perguntas e vai se arrumar. Estou chegando. Tchau.

Revirei os olhos e não consegui conter um riso. Corri até o banheiro e tomei um banho rápido. Se passaram 20 minutos e o porteiro avisou, dizendo que o Harry estava lá embaixo. Tranquei o apartamento e não deixei nenhum bilhete. Creio que iriamos voltar antes que Brendon chegasse, além do mais ele não ia gostar nada de saber que eu tinha saído com o Harry. Não desde o que aconteceu naquele dia.

- Oi Em. - Harry estava encostado no capô do carro e, me deu um abraço apertado.

- Para onde vamos? - Perguntei quando deu a partida no carro.

- Surpresa.

- Você e suas surpresas. Não é longe né? Temos que voltar antes do Brendon chegar.

- Eu sei de tudo. - Ele sorriu e me deu uma venda. Coloquei nos olhos. Fomos conversando por longos minutos até que estacionou o carro. Me ajudou a descer e segurou em minhas mãos. - Você está gelada.

- É o frio.

- 20 Anos, não é?

- Sim, por que?

- Nada. – Disse tirando a venda dos meus olhos e pude perceber que estávamos em um estacionamento.

- O que estamos fazendo aqui?

- Minha casa é lá em cima.

- E porque viemos para sua casa? - Ergui a sobrancelha.

- Este é o meu presente. - Disse tirando do bolso um pequeno embrulho e me deu.

- Obrigada. - Sorri. Tirei o embrulho e dentro dele tinha uma caixinha. Um colar de prata, com uma pequena asa como pingente. Ele colocou no meu pescoço, me causando um arrepio seguido por uma completa escuridão. Eu estava em algum lugar de Londres. Estava nevando.

- Harry?

Ele não respondia. Eu estava ali sozinha. Pude ver de longe aqueles cabelos dourados que eu nunca deixaria de reconhecer. Era minha mãe. Só que estava muito mais nova. Meu pai andava com o braço em seu ombro em direção a uma pequena casa no fundo de uma rua deserta. A casa era de madeira. Tudo estava coberto por neve, menos ela, que parecia aconchegante e, um calor emanava de lá, me atraindo. Eles passaram pelo meu lado, mas nem notaram a minha presença. Quando chegaram a frente daquela casa, a porta se abriu, e vi somente uma sombra escura. Se olharam pela última vez antes de entrarem e fecharem a porta. Tudo desapareceu como um sussurro.

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