A origem dos contos de fadas

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  -E-eu...É...Quem é você? - respondeu sentindo como se ela estivesse perfurando sua alma com o olhar, os labios dela se contorceram em um sorriso psicotico que o arrepiou.
-Me chamo Alice e sou a prima da dona da casa e você?
-Joel, amigo da Robson que era a dona da casa.
-Ela mesma, depois da morta da minha prima eu fiquei cuidando daqui e verificando todos os dias se alguem invadiu. - o sorriso se normalizou e ela riu baixo. - Não precisa se assustar comigo okay? Eu não sou nenhuma louca.
-Não estou assustado.
-Está estampado na sua cara Joel. - disse o nome dele com um certo nojo. - Esse nome me lembra um ex meu que era um drogado babaca, morreu de overdose acredita? E ainda me traiu com uma vaca que se dizia minha amiga.
-Nossa.
-Mas o que esta fazendo aqui?
-Eu.. - pensou em uma resposta o mais rapido que conseguiu. - Vim... Relembrar os velhos tempos.
-Faz sentido, só não deixa esse lugar uma bagunça, não estou com pique para arrumação. - disse ela saindo e o deixando sozinho.
Joel a observou sair e fechar a porta, não gostou muito dela por ela o assustar com o seu jeito. Alice só não gostou dele por o considerar um sem graça e medroso, mas não tinha nada contra ele.
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Momo gritava mais uma vez xingando Joel por ignorar suas chamadas, Sehun apenas pedia rindo para que ela se acalmasse, mas ele não se importava de verdade se ela estava bem ou não. Ele então resolveu convida-la para jantar, ela aceitou mesmo ainda quase espumando de raiva, tinha medo que o Joel tivesse descobrido algo, afinal Ellen contou que ele saiu furioso e não disse para onde iria e ele e a Robson já foram muito proximos um dia. Foi então que ouviram a vizinha do Sehun gritar de repente:
-MÃE, CHEGUEI! - gritou a vizinha.
-Qual a necessidade e quem é a louca? - perguntou Momo se acalmando.
-Alice eu acho, filha da minha vizinha Taylor, ela pelo que eu soube morava com o pai e agora esta morando com ela. - respondeu Sehun levantando-se. - E sobre o Joel, se acalme que se ele descobrir algo apagamos ele como dizem as girias, não será a primeira vez que fará isso.
-Você fala isso numa normalidade e cinismo que é como se fossemos fazer um piquenique no parque. - disse Momo falsamente incomodada.
-Haha, você me faz rir. - disse vaziamente indo para a cozinha e jogando o celular no sofá.
-Ao menos essa tal Alice é bonita? - perguntou indo para a cozinha tambem.
-Veja você mesma, ela provavelmente deve estar no quarto agora ouvindo musica, o quarto dela da pra ver da minha casa, sei disso porque eu vi ela por la guardando as coisas. - respondeu pegando os itens para fazer lasanha. - Gosta de massas?
-Até que sim. - respondeu sentando-se na bancada observando o amigo. - Queria saber mais sobre ela.
-Quer outro pet é isso mesmo?
-Claro que não, pelo menos não agora, só estou curiosa em conhecer ela, eu meio que não posso ter nada com a Mina e preciso satisfazer minhas necessidades.
-Provavelmente ela deve ser hetero, então desista.
-Aish...
No sotão Mina havia pegado no sono e dormia confortavelmente com Luhan, havia chorado tanto que os olhos estavam inchados e o nariz vermelho, o mais velho odiava ve-la naquele estado, mas no momento só o que podia fazer era consolar ela até que ela se acalmasse e quem sabe pegasse no sono, que foi exatamente como aconteceu.
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Joel leu cada pagina com atenção atento a todos os detalhes, eram varias agendas em pelo menos quatro caixas medias escondidas em um fundo falso do guarda-roupa, todos tinham relação com o caso de desaparecimento de Mina e o carater duvidoso de Momo segundo a Robson, para ela Momo era uma psicopata que havia se infiltrado na policia para ocultar seus crimes, mas não tinha como provar, e essa nota foi a primeira de todas e datava no primeiro mês que ela estava na delegacia, muito antes de Joel aparecer. As notas se tornavam cada vez mais obscuras e pesadas a cada pagina, pois ela tambem relatava os crimes que investigava e a relação indireta segundo ela da delegada Momo na maioria deles, geralmente envolvendo supostos suicidios de pedofilos na região. Ele as vezes fazia umas pausas e caminhava pela casa, para não deixar a cabeça perturbada, e em uma das vezes até ouvia alguma musica que gostava, ele não imaginava que as coisas eram tão tensas assim, mesmo tendo investigado diversos casos. Quando voltou a ler, alguem bateu na porta da frente, ele então foi atender e se deparou com a Alice com uma garrafa de whisky na mão e um cigarro apagado na boca.
-Posso entrar ou esta ocupado? - perguntou ela o olhando de cima a baixo.
-Fique a vontade, afinal a casa é sua digamos assim.. - respondeu dando passagem e segurando a porta, ela agradeceu assentindo com a cabeça e entrando em seguida. - O que andou fazendo de verdade? Sei que não é da minha conta, mas é estranho uma pessoa reviver memorias tantas horas assim. - disse ela sentando-se na poltrona velha do seculo vinte que ficava proxima a porta.
-Como eu disse estava revivendo as memorias que tive com ela, nada demais. - respondeu evitando o olhar dela, estava com a mesma roupa mas estava de oculos.
-Liar. - disse soltando uma risada forçada e meio doentia. - Não precisa mentir para mim, não vou ficar espalhando nada, até porque eu nem tenho amigos para isso.
-Por isso se abre tão facilmente para os outros.
-Maybe, fala logo o que esta fazendo aqui.
-E por que eu te diria?
-Deixa eu ver, esta invadindo uma casa que não é sua, posso te acusar de roubo ou qualquer outra coisa relacionada. - respondeu com um sorriso malicioso.
-AISH, sabe com quem esta falando?
-Não porque você não me disse quem é nem o que está fazendo aqui, então se não responder a pergunta eu posso dar uma ligadinha na delegacia e contar uma linda historia em que você é o protagonista.
-Eu realmente não devia, mas tudo bem, já que envolve a sua parente você merece saber... Pode vir comigo?
-Ta. - respondeu Alice levantando-se e o seguindo até o quarto, ele então mostrou as agendas e ela começou a ler.
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Sehun pegou Momo no colo e a levou até o quarto a colocando na cama em seguida, os dois haviam feito uma maratona de series e acabaram dormindo no meio dela, ele acabou acordando primeiro e ao ver ela em uma posição desconfortavel no sofá resolveu deixa-la na cama, e tambem foi dar uma olhada nos dois pela ultima vez até que fosse ir dormir. Assim que voltou para o quarto após verificar que estava tudo bem, se deparou com Momo acordada encarando o nada sentada na cama.
-Pesadelo? - perguntou Sehun sentando-se na cama ao lado dela e a observando, em seguida olhou para onde ela estava olhando.
-Quase, odeio sonhar com o meu pai ou a minha mãe, tenho pessimas lembranças. - respondeu ainda encarando o nada.
-Você nunca falou deles para mim e nem eu sobre os meus para você, acho que agora seria uma boa hora de o fazer. - ela então o olhou, havia tristeza naqueles olhos e muito medo. - Não acha?
-Sei que não se interessa mas seria uma boa me livrar disso logo, foram muitos anos suportando isso quieta... - se ajeitou na cama e segurou na mão do amigo. - Contarei com detalhes e quero que você tambem o faça.
-Por mim tudo bem.
Momo POV On
Flashback on
Eu nasci em um ambiente cheio de luxo e ccom muita gente falsa ao meu redor, só queriam saber de babar o nosso ovo por ser ricos e supostamente perfeitos, minha mãe entupida de plasticas e meu pai de vicios e paranoias, eles não tinham muito tempo para mim no inicio por estarem ocupados com seus proprios interesses, então meio que fui criada pelas minhas babás. A coisa toda mudou quando eu tinha sete anos, as paranoias do meu pai começaram a ficar mais profundas digamos assim, e ele começou a acreditar que os homens da cidade estariam interessados na minha mãe... No inicio ele começou a culpar o batom vermelho, daí minha mãe parou de usar, depois o rosa, aí a maquiagem toda, daí foi avançando de pouco em pouco até o ponto que ela não podia mais sair de casa, sem contar que os empregados homens foram trocados por mulheres para evitar mais olhares sobre ela. As coisas foram piorando, se é que poderia, e as empregadas foram demitidas e minha mãe teve que assumir o serviço de casa, ela estava irreconhecivel se quer saber, de mulher linda e invejavel ela se tornou um trapo velho. Só assim eu consegui atenção da minha mãe pelo menos, se é que posso chamar de atenção, ela vivia ocupada com os serviços de casa, quando eu resolvi perguntar a ela um dia e depois para o meu pai o por que dela ter mudado tão radicalmente só o que me respodiam era:
-Seu pai está fazendo isso para o meu bem querida, ele faz isso porque me ama muito e tem medo de me perder.
-Faço isso porque amo a sua mãe, não quero perde-la para esses pervertidos nojentos, ela é minha entendeu? Só minha... É para o bem dela.
Aprendi então que o amor era posse, e posteriormente que era doença, mas logo explicarei porque. A situação estava nesse estado até os meus nove anos, quando uma vizinha bisbilhoteira apareceu na minha casa e contou depois para a policia que meu pai estava mantendo a minha mãe presa e outras coisas, por conta disso eu fui mandada para a casa de uns tios meus pobres, por que eu fui mandada para lá? Meu pai foi preso e minha mãe cometeu suicidio porque ele foi preso. Não sofri na mão dos meus tios, na verdade eles que sofreram na minha mão e como sofreram, tentaram usar o meu dinheiro e me tratarem feito lixo, mas eles que foram tratados feito lixo por mim até o dia em que eu fiquei maior de idade e me mudei. Até lá eu aprontei tanto, transei com varas garotas do bairro, atormentei alguns garotos, formei uma gangue, usei algumas drogas e depois sossesseguei quando entrei para a delegacia.. Você deve estar pensando, mas o que tem de mal nisso? O que tem de mal é que eu tive de conviver com gente que eu não gostava, que eu era obrigada a ficar posando para os amigos do meu pai quando estavam bebados, eles me davam nojo, NOJO! A paranoia dele só atingia a minha mãe, não a mim, eu meio que era o trofeu dele de filha perfeita. Depois disso eu resolvi deixar de ser a caça e virar o caçador, por isso eu fiz tudo aquilo na adolescencia e aprendi que o amor é posse, mas eu... Eu não sou capaz de amar realmente.
Flashback Off
Momo POV Off
Sehun ouviu tudo atentamente, acreditava que o caso dela não se comparava ao dele, que simplesmente era revolta por falta de atenção, resolveu então contar a historia dele.
Flashback On
Sehun POV On
Eu era só mais uma criança normal e adorada pela familia, tambem era muito rico mas ninguem babava meu ovo por assim dizer, mas era muito mimado pela minha mãe e meu irmão pelo meu pai... Ele até que me tratava bem assim como meu irmão até meus seis anos que eu disse que gostava de meninos, no inicio ele riu achando que era uma piada, mas quando conversou comigo e viu que não era brincadeira ele me bateu muito achando que minha orientação ia mudar de uma hora para outra, minha mãe não ficou sabendo porque eu não quis contar... Depois dessa surra ele mudou comigo, começou a ser mais duro, rígido e sem qualquer afeto, tudo para ele era motivo para me humilhar, me bater ou me insultar, só por eu ser gay. Fui obrigado a ser frio, pois se demonstrasse o que quer que fosse já era motivo para ele bater ou fazer o que quisesse, meu irmão seguia o exemplo do meu pai, sofri com essas humilhações e agressões durante muitos anos, até que aos meus dezesseis minha mãe se separou do meu pai devido uma traição dele, meu pai não se arrependeu do que fez, pelo contrario se vangloriou por ter pegado uma mulher gostosa como ele mesmo dizia, por conta disso fiquei morando com a minha mãe e meu irmão foi morar com meu pai, mas eu fiquei por pouco tempo porque minha mãe arranjou um namorado homofobico que vivia lançando piadas homofobicas e me humilhando por estar debaixo do teto dele. Eu aguentei o maximo que eu pude, mas não deu e eu resolvi ficar com o meu pai e meu irmão, se era para morar com um bosta homofobico que fosse com um do meu sangue, mas quando eu cheguei na casa do meu pai eu descobri que ele morreu por um tiro de um jovem drogado, confesso que não senti nada ao saber da morte dele. Em compensação meu irmão estava agora casado, ele é mais velho que eu uns quatro anos e devido um acidente estava paraplegico, mas o acidente não mudou o bosta que ele era e ele ficou me humilhando da mesma forma de sempre. O estopim para eu me cansar dessa familia foi quando ele veio me bater com um cabo de vassoura por supostamente ter insultado a mulher dele, sendo que na semana anterior ela deu em cima de mim e quando eu disse que era gay ela não gostou e inventou uma mentira para o meu irmão, quando ele me bateu com aquele cabo tudo o que eu aguentei durante anos resolveu sair de dentro de mim, toda a tristeza, a revolta e eu resolvi acabar com essa historia toda.
-Você é um viadinho de merda que não sabe o seu lugar! - disse ele me golpeando pela ultima vez, eu então me levantei e peguei o abajur do meu lado e bati na cabeça dele, depois disso eu o golpeei com aquilo até ele morrer... Quando a minha cunhada viu a cena ela correu para cozinha, eu então a peguei de costas e a sufoquei com as minhas mãos, foi lindo vê-la lutando pela vida até o ultimo segundo... Depois disso eu saí pela porta da frente e paguei uma vizinha para acusar o rapaz problematico do bairro.
Flashback Off
Sehun POV Off
Momo ficou impressionada ao saber da historia do amigo, não imaginava que ele havia sofrido tanto e que era por essa razão que era tão frio.
-E como conheceu o Sehun? - perguntou ela acariciando a mão do amigo tentando conforta-lo.
-Me mudei para cá e comecei a cursar faculdade, daí conheci ele lá cursando moda. - respondeu puxando a mão para si e levantando-se em seguida. - Não quero que sinta pena de mim, odeio isso.
-Nós dois tivemos problemas no nosso passado e descontamos isso nos nossos Pets não é verdade?
-Exato...
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Alice e Joel terminaram de ler as agendas, ambos chocados com o que haviam lido, e só havia uma certeza, Robson e Minha foram assassinadas e o acidente não foi como pensaram que foi.
-O que pretende fazer Mr. Cipriano? - perguntou Alice guardando as caixas no fundo falso.
-Como que sabe meu sobrenome?
-Tinha uma pagina que ela contou sobre você, tem até a sua altura na epoca. - respondeu sorrindo de canto.
-Já que sabe meu sobrenome me conte o seu, eu ainda não sei o que fazer, preciso investigar mais um pouco. - respondeu sentado na cama olhando para a bunda de Alice e tentando disfarçar.
-Rock, sobrenome do meu pai, minha mãe é Robson e ele não quis deixar eu ter o Robson no nome. - sentou-se na cama e cruzou os braços. - Já quero encher a cara para conseguir aceitar essas novas informações.
-Não deveria, tem quantos anos?
-18 recem completados se quer saber, bebo desde os 14. - respondeu com um sorriso forçado. - Enquanto não decide o que fazer eu vou voltar para casa, minha mãe já deve ter acionado os seus colegas dizendo que eu sumi.
-Eu posso te - ela o interrompeu colocando o indicador na frente dos labios dele.
-Agradeço mas isso só vai piorar a neura da minha mãe.
-Até metade do caminho? - ela revirou os olhos. - Eu insisto.
-Ta, que seja, não somos amigos entendeu? Só aceito a carona porque não quero que me encha o saco de novo.
-Você é sempre tão doce assim?
-Sempre. - saiu andando na frente ele riu levantando-se e a seguindo.  

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