Alguns dias se passaram e eu pude notar que a ela estava no mesmo lugar todos os dias. Durante esses dias enquanto eu finalmente pintava seu retrato eu me perguntava sobre ela, mas não sabiam me responder, uns até pensavam que a casa era inabitada, mas uma moça que trabalha com minha mãe a disse que só sabia que a família era bem isolada e que ficou pior depois de um caso de tuberculose há uns bons vinte e cinco anos atrás, nada mais que isso.
Depois de dar uma volta pela minúscula cidade, voltei para casa com algumas compras do mercado e tintas de cores novas que precisei comprar para meu novo quadro. Arrumei um pouco das coisas que minha mãe pediu e fui assistir TV (ainda não tinham instalado a internet). Porém novamente a TV a cabo não estava pegando. Resolvi eu mesma ir ao telhado para ver o que havia de errado com a antena. Peguei um rolo de silver tape e um lanterna, pois estava anoitecendo e subi no telhado. A maldita antena estava quebrada, deve ter sido obra da chuva da noite anterior.
Quando terminei a gambiarra com a antena eu olhei para o telhado da casa murada e lá estava a moça da minha obra. Juntei coragem para ir falar com ela, mesmo que talvez eu a espante e nunca mais a veja. Enquanto pensava bobagens sobre ir ou não incomodar a menina, meu corpo se movia cuidadosamente para não escorregar até chegar no telhado onde ela estava.
Ela olha para mim sem entender muita coisa. Pela primeira vez eu consigo vê-la claramente. Seu rosto com traços finos, longos cabelos castanhos ondulados presos com um laço preto e uma expressão adorável de surpresa. A sensação de olhar para ela fez o meu corpo inteiro formigar. Um sentimento novo, estranho, porém bom invade o meu peito.
- Oi sou Lauren Michelle Jauregui Morgado, sua vizinha do fim da rua - Digo me sentindo estupida.
- Você consegue me ver? - Pergunta ela ainda espantada
- Sim, os muros não cobrem os telhados e as casas são horrivelmente próximas uma das outras - Digo ainda me sentindo estupida.
- Isso é bem ruim... - Diz ela. Eu sabia que ter isso lá não era uma boa ideia. - Eu não assusto você?
- Porque assustaria? Com todo respeito você é linda. - Digo sentindo meu rosto queimar
- Obrigada. A propósito, meu nome é Camila Horizon. - Diz ela abrindo um sorriso encantador
- É um prazer. - Digo sorrindo bobamente
- Lauren! - Ouço minha mãe. Xingo mentalmente.
- Eu tenho que ir agora, mas o que acha de irmos tomar sorvete amanhã a tarde?
- Eu não posso, desculpe - Responde ela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os segredos do além do Horizonte (Camren)
FanfictionVou lhes contar uma historia de como eu Lauren Michelle Jauregui Morgado, 15 anos, amante da arte e uma exímia pintora, conheci os segredos do além do horizonte. Falando assim nem parece interessante ou algo que valha a pena ser lido, mas confiem no...