Capítulo 1

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Era mais ou menos inicio de Julho quando eu e minha mãe nos mudamos para o interior de Michigan depois do divrócio. Eu odeio mudanças, tive que deixar minha vida para trás, escola, amigos, clube de artes... Tudo!

A rua para onde fomos não tinha muitas casas. Para ser mais exata haviam apenas três numa rua sem saída, pois depois do cercado da minha casa havia uma floresta meio sombria, isso tudo ficava num condomínio minúsculo. Minha casa era a ultima da rua, a do meio estava vazia ao que parecia décadas e a ultima, eu apenas conseguia ver o telhado graças ao muro de concreto envolta dela. As casa são desconfortavelmente próximas umas das outras ao modo de que se eu estiver no sótão, eu tenho total acesso ao telhado da casa vizinha.

Eu estava visivelmente frustrada aquele dia com a mudança e com a paisagem monótona da cidade.

- O que acha de irmos comer pizza e depois tomarmos sorvete, hum? - Pergunta minha mãe cortando o silêncio quase constrangedor

- Tanto faz - A resposta sai quase que imediatamente. Eu não queria conversar naquele momento.

- Filha... Da uma chance, aqui parece ter muitas coisas divertidas para fazer.

- Tipo o quê? Ordenhar vacas o dia todo? Mãe olha o tamanho dessa "cidade"! Aqui parece um asilo! - Digo com raiva

- Lauren Michelle! Você querendo ou não vai ter que morar aqui! Fora que enquanto o dinheiro do processo não sair, esse é o único local no qual podemos pagar! - Retruca ela impaciente

- Eu não sei quem eu odeio mais, você ou o papai! - Grito e saio do carro assim que ele para na frente de uma casa marrom - Assim que tia Kelly voltar do Japão, eu vou ver se posso ir morar com ela.

Adentro a casa ainda meio vazia, as únicas coisas que foram deixadas para trás foram um lustre horrível, um papel de parede medonho de flores alaranjadas dos anos 80 e um armário de madeira sólida e escura que é até bem bonito. O cheiro de mofo do local chegava a me dar enjoo. Os corretores bem que podiam ter limpado antes de alugar o imóvel. Abri todas as janelas existentes da casa, peguei minha caixa de roupas e subi. Os quartos do segundo andar eram horríveis, não cabia nada dos meus materiais de pintura neles. Então fui olhar o bom e velho sótão.
O lugar tinha um tamanho bom, mas precisava de uma ótima reforma e de uma limpeza.

Depois de horas limpando e organizando o que seria meu quarto, eu resolvi que dar uma olhada na paisagem campestre da cidade poderia ser uma boa ideia para uma nova pintura. Logo que sai de casa eu notei que na casa com os muros tinha placas de "quarentena" que pareciam anos que estavam ali, ao julgar a ferrugem que escorreu e manchou o muro. Não se dava para ver nada da casa, mas não duvidava de que não era muito diferente da minha.

Continuei andando até uma pequena praça dentro do condomínio, havia apenas um parquinho muito velho e caindo aos pedaços. Me atrevi a sentar no único balanço que ainda estava pendurado. Me peguei pensando em porque só havia uma casa com muros escritos "quarentena".

- Vou ter que perguntar. - Digo para o meu caderno de desenhos como se ele me entendesse. Estava anoitecendo e as ruas estavam ficando macabras. Cheguei até aqueles enormes portões de ferro, estava escrito "Horizon". Dei uma série de batidas no portão, mas não foi aberto. Espiei pela portinhola do correio, mas não tinha nenhuma movimentação.

- Lauren! - Ouço. Era minha mãe - A janta está pronta!

- Já estou indo! - Digo ainda esperando algum movimento, mas novamente, nada.

Os segredos do além do Horizonte (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora