Capítulo 10

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Acordei sufocada com alguma coisa na minha garganta, minha visão ainda estava meio turva eu apenas conseguia enxergar uma luz muito forte, me fazendo arquear as costas e ouvia alguém falar ao longe para retirarem alguma coisa de mim. Vi uma moça toda de branco removendo o treco da minha garganta, que depois pude ver com mais clareza que era um tubo. Olhei envolta e eu estava ligada a eletrodos, estava num hospital.

- O que aconteceu? – Pergunto ofegante ao ver Paul em pé assustado ao meu lado. Sinto minha garganta arder um pouco. A enfermeira volta e me coloca um tubo de oxigênio no meu nariz e avisa que iria chamar a médica.

- Eu é que te pergunto. Você me pediu ajuda e quando cheguei na sua casa você estava desmaiada na sala – Diz ele segurando a mão que tinha tipo um pregador de roupas num dedo. Eu não pedi ajuda e nem muito menos estava em casa, a ultima coisa que me lembro foi de ter visto o cadáver da Camila e depois disso, tudo ficou escuro.

- Quanto tempo estou aqui? – Perguntei

- Algumas horas – Responde ele – Tentei entrar em contato com a sua e minha mãe, mas não consegui falar com nenhuma das duas, deixei uma mensagem, espero que vejam logo.

- Senhorita Jauregui sou a Dra. Cameron, preciso lhe fazer algumas perguntas – Entra uma medica muito bonita no quarto

- Tudo bem...

- Você tem histórico de problemas cardíacos na família?

- Não.

- Consumiu alguma droga, tanto como remédios quanto a drogas ilegais?

- Não consumi nada disso a não ser antibióticos – Digo

- Esteve doente por esses dias?

- Tive uma sinusite na semana passada, febre, dor de cabeça, a minha garganta estava estranha, eu não conseguia engolir, meu maxilar estava doendo, tomei antibiótico e passou. – Digo notando uma dor chata no pescoço

- E como se machucou? – Diz ela fazendo anotações numa prancheta

- Eu caí hoje perto da minha casa, o local tinha alguns arames e eu devo ter me cortado com eles. – Digo. Ela pega uma lanterninha no bolso e ascende no intuito de eu seguir a luz com os olhos, porém no momento em que ela ascende, meu corpo perde o controle, sinto todos os meus músculos enrijecerem e sinto muita dor.

- Preciso de vinte miligramas de Diazepam! – Foi o que eu consegui ouvir antes de apagar de novo.

Acordei horas depois, num lugar diferente, tinha muito mais maquinas e dessa vez eu não me sufoquei com o tubo na garganta, pois eu nem conseguir me mexer eu estava conseguindo.

- Que bom que acordou... Consegue se mexer? – Pergunta a medica que estava com roupas de proteção e tudo. Ao julgar pela voz era a Dra. Cameron. – Se não consegue, não tem problema, tivemos que aumentar a doze do relaxante muscular por causa do seu ataque. Você tem tétano, não foi por conta desses ferimentos recentes. Você deve ter ingerido algum alimento contaminado com essa bactéria ou até mesmo se cortado. Os sintomas que teve na semana passada eram os esporos da doença se alojando no seu corpo, te causando os ataques, a falta de ar, arritmia cardíaca, com sua imunidade baixa, você também contraiu uma pneumonia. Estamos ministrando um antibiótico de amplo espectro. Já já vai poder sair da UTI...

Dois dias se passaram e eu fui transferida para o quarto normal com a previsão de passar apenas mais uma noite no hospital. Ao longo desses dois dias eu tive muitos pesadelos com a Camila e comecei a achar que tudo aquilo era apenas coisa da minha cabeça. Porém eu sabia que era real, pois não fui a única a vê-la e interagir com ela, eu apenas queria entender o que estava, de fato, acontecendo.

- Olá! Eu te trouxe flores... – Diz Paul entrando sorridente no meu quarto. Ele cumprimenta minha mãe e coloca as flores na mesinha ao lado da minha cama – Como está se sentindo hoje?

- Estou bem, obrigada! Amanhã eu já devo dar o fora daqui – Digo sorrindo

- Eu vou jantar, qualquer coisa, chame uma enfermeira ta bem? – Diz minha mãe.

- Okay mãe. – Digo e ela sai. Eu e Paul ficamos conversando sobre assuntos aleatórios que passaram de carros à olhos bonitos.

- Seus olhos são lindos, juro pra você – Diz ele rindo do meu comentário sobre achar meus olhos parecidos com olho de gato no escuro.

- Obrigada... – Digo sorrindo corada. Ele se aproximou do meu rosto e me deu um beijo repentino, não tive chances de uma reação a não ser fechar meus olhos por um breve momento. E quando abri outra vez, lá estava Camila em pé na porta do meu quarto. Meu corpo estremece e se arrepia e ela sai.

Os segredos do além do Horizonte (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora