Capítulo 4

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- Tudo bem, a gente se fala outra hora. – Digo e ela sorri. Saio tomando cuidado para não escorregar e cair. Entro pela janela do meu quarto/sótão. Ouço vozes do andar de baixo e logo em seguida ouço minha mãe bater na minha porta.

            - Lauren onde você se meteu? Eu te liguei umas mil vezes!         

            - Eu estava consertando a antena – Digo

            - Se arrume, temos visitas – Diz ela. Se tem uma coisa que me deixa desconfortável é receber visitas sem que eu as conheça. Tomo banho e ponho uma roupa qualquer e desço. Na sala estava minha mãe, uma mulher não muito velha e um garoto com aparência de ser um pouco mais velho do que eu.

            - Clara, sua filha é linda! – Diz a moça – Ela não é uma graça Paul?

            - Ér! – Diz o garoto meio sem graça e eu sorrio também sem graça.

            - Vamos se apresente direito... Não seja tímido – Diz a mãe dele

            - Meu nome é Paul Martinez, prazer... – Diz ele estendendo a mãe

            - Lauren, prazer. – Respondo apertando a mão dele. Todos fomos jantar na mesa da sala de jantar, minha mãe havia comprado um assado de porco num mercado que estava divino e Irene, a mãe de Paul, havia trazido uma sobremesa feita com creme de chocolate e morangos frescos, estava uma delícia.

            - Lolo minha querida porque não mostra suas pinturas para o Paul. – Diz minha mãe.

            - Ai que tudo! Sua filha é uma artista! A única coisa que Paul sabe fazer de arte é sujar as roupas de graxa. – Diz Irene. Confesso que achei meio rude da parte dela dizer aquilo, pois percebi que Paul ficou visivelmente desconfortável.

            - Ela pinta desde novinha, precisa ver... – Diz minha mãe bancando a mãe “eu apoio minha filha a fazer faculdade de artes” – Vai lá filha, leva ele até lá...

            - Ok... – Digo e faço sinal para ele me acompanhar. OBRIGADA MÃE, SABE MUITO BEM QUE EU ADORO RECEBER DESCONHECIDOS NO MEU QUARTO, PRINCIPALMENTE PARA MOSTRAR MINHAS PINTURAS. Levo ele até o meu quarto e me certifico de que não tinha nenhuma peça intima perdida por algum canto do meu quarto.

            - Uau! Você é realmente muito boa no que faz, devia vender suas obras, vai ganhar muito dinheiro... – Diz ele olhando minhas obras premiadas. Ganhei três vezes o prêmio na competição regional de Nova York.

            - Você acha? – Digo sorrindo. Ele olha deslumbrado alguns rascunhos e até mesmo pinturas por puro tédio que eu fiz. É raro achar alguém que se interessa pelo menos minimamente pela arte.

            - Claro, são lindos! – Diz ele. Paul corre os olhos para a pintura inacabada da moça chamada Camila e pergunta: - Este parece que vai ficar muito bonito também, já tem um titulo?

            - Ainda não, e para ser sincera eu não pensei em nada por enquanto. – Respondo e olho pela janela, ela não estava lá.

            - Mudando de assunto, vai ter uma festinha na casa de um amigo meu na sexta, se puder e não estiver ocupada, aparece por lá. Se caso se interessar, passa na retifica Martinez que de dou o endereço. – Diz ele. Paul parecia o típico garoto do campo que quer urgentemente sair da casa dos pais e explorar coisas novas, porém não pode por não ter dinheiro e idade o suficiente. Ele é bem legal, mas quero voltar para Nova York para meus amigos antigos.

            - Obrigada pelo convite. – Respondo sorrindo. Não muito tempo depois eles foram embora e eu pude delirar um pouco na garota e no sentimento estranho que senti ao chegar perto dela.

Os segredos do além do Horizonte (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora