Quando eu tinha sete anos comecei a gostar de uma menina chamada Linn, que fazia parte do meu grupo de jovens escoteiros. Ela era americana, mas seus pais vieram da Coreia do Norte. Eu achava incrível o fato dela falar Inglês e Coreano, e lembro que quando eu falei que estava "apaixonado" a jovem escoteira me empurrou do balanço e saiu correndo. Uma medalha a menos para ela.
Hoje nós nos cumprimentamos nos corredores às vezes. Sem ressentimentos.
Depois, com onze anos de idade comecei a ter uma quedinha pela minha vizinha da frente, Taylor Brooks. Ela foi minha primeira namoradinha, mas me trocou porque Wes Daniels a convidou para tomar sorvete, e eu não tinha dinheiro para pagar suas ondas de consumo.
Quando eu tinha quatorze anos tive minha primeira experiência com 'amor' de verdade. Não era apenas uma quedinha, ou vontade de dar as mãos no recreio e falar que namorávamos. Eu realmente gostei de Elizabeth Grace McConnal.
Elizabeth Grace poderia ser o tipo de menina que chamam de raridade. Ela era linda, especial, engraçada e inteligente. Não se tem palavras o suficiente para descrever o quanto aprendi com sua grandeza – mesmo ela sendo uma das meninas mais baixinhas que conheci – e a gentileza que possuía com tudo e todos. Ela era boa demais para o mundo, para as pessoas e principalmente boa demais para mim. Nunca ninguém mereceu Elizabeth Grace, a não ser um anjo.
Ela me fez sentir. Ela me mostrou que eu era muito mais do que uma das contas matemáticas que eu tanto gostava, muito mais do que um átomo em um universo infinito. Ela me mostrou que ali, no nosso mundo, eu era alguém que importava.
Antes do dia de Ação de Graças sofreu um acidente de carro com os pais, e infelizmente não sobreviveu.
Comecei a fumar.
Não fui no funeral.
Nem no enterro.
Eu não aceitei.
Ainda não aceito.
A vida se desgraçou quando, uma semana depois, completei meus quinze anos.
Novamente, eu era apenas um átomo no cosmo infinito.
E aqui estou eu, me perguntando se estou realmente começando a gostar de Nestie Denvers. Fazem quase três anos em que o amor se tornou traumático para mim, e a simples ideia de sofrer tudo outra vez me apavora. Eu tenho medo de tomar riscos. Tenho medo de me posicionar em qualquer coisa que faço. O risco de perder é maior que minha vontade de ganhar.
Mas Nestie Denvers não para de voltar pra minha cabeça. Muito menos o pôr do sol. Eu já a expulsei várias e várias vezes, porém seus cabelos rosa e as sardas no nariz continuam voltando, como uma maldição.
Nestie me faz lembrar que Lizie não está comigo, e isso me deixa triste.
Por outro lado, sinto que quando estou ao seu lado, tudo fica mais... Rosa?
Seria esse sentimento horrível uma paixão?
- Bazito, qué estás haciendo? - mamá me faz pular da cadeira.
- Mamá, faça barulho quando você chegar em um lugar! Quase que a senhora me mata de susto. - franzo o cenho, levando a mão até a região do coração - Quer matar seu filho tão cedo assim?
Ela ri e prende o cabelo ondulado no topo da cabeça, colocando seu caderno de anotações em cima da mesa.
- Vá fazer seu dever para cima. Yo voy jogar palabras cruzadas aqui. – ela basicamente me expulsa ao fechar meus livros de física, me fazendo rir.
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Não se Apaixone por Mim 🥀 - (Livro 01) DESVENTURAS DE UM CORAÇÃO PARTIDO
Fiksi Remaja"- Não se apaixone por mim. Depois de um tempo olhando para a água, tomo coragem de perguntar. - Por quê? - Porque eu vou quebrar seu coração. Aquela frase... Sinto que já havia escutado aquela frase. - Eu não vou me apaixonar. Sua boca definitiv...