Capítulo 12

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Mauricio.

A reação de Lia ao saber sobre minha participação na academia não foi das melhores. Ela acha que as pessoas vão olha-la diferente. Pelo amor de Deus! Eu saí de casa com todas as intenções possíveis de sentar e conversar, de explicar as coisas, mas ao chegar aqui só consigo entrar por que Marcos está sozinho na sala, provavelmente Lia não me deixaria entrar.

Fico no sofá com ele vendo TV e ele deita-se com a almofada em meu colo, assim que me dou conta ele está dormindo em meu colo. Percebo a presença de Lia e a localizo no pé da escada usando um pijama roxo que acentua em seu corpo, mostrando bem suas pernas e a fenda dos seios. Tento não olhar muito, mas quando ela toma a frente subindo as escadas, fica impossível não olhar.

Coloco o garoto na cama e a espero fechar a porta, de novo ela segue pelas escada à minha frente, e eu tento não olhar para sua polpa a vista graças ao pijama curto. E agora ela está aí parada na minha frente, com uma expressão de frustração. Eu não posso contar sobre meu dinheiro... Ela já está relutante com a academia, imagina se souber tudo.

— Sim, Lia, com o dinheiro. Eu fiz um empréstimo, a academia deu lucro suficiente e eu já o paguei. —Menti.

Eu não gosto de mentiras, mas foi minha única saída. Talvez eu contasse a verdade, claro, na hora certa. Percebo sua postura relaxar um pouco, mas mesmo assim ela parece irritada. Ela dá de ombros como se isso não mudasse nada e vai para trás do balcão, sigo seus passos e a pego pelo braço a fazendo girar e me olhar. Com a força que usei, Lia gira e bate de encontro ao meu peito, sinto o cheiro natural que vem de sua pele e perco o foco.

Fico totalmente ciente de sua proximidade, e sinto seu corpo bem próximo ao meu. Ela me olha surpresa e morde o lábio, faz força para se afastar, mas eu continuo prendendo-a. Olhando fixo para seu rosto e inspirando seu cheiro, a puxo mais para perto, laçando sua cintura com meu braço livre e sem pensar a beijo.

De inicio ela não cede, e bati em meu peitoral tentando se soltar, mas eu a aperto ainda mais. Anseio sentir o gosto do seu beijo; subo umas das minhas mãos ate base de sua cabeça e entrelaço meus dedos em seus cabelos, sinto a pele dela arrepiar, e aos poucos cansada de lutar, seus lábios macios vão se entreabrindo e eu tenho acesso a sua boca. Suas mãos em meu peitoral relaxam e ficam apenas apoiadas, enquanto ela vai cedendo e se entregando ao beijo.

E por fim corresponde. É intenso e eufórico, e ao mesmo tempo doce e incrível. Ela morde meu lábio inferior e eu reprimo um gemido baixo. Aperto-a ainda mais em meu corpo e ela desliza as mãos para cima e as descansa em meu pescoço, sinto seus seios pressionados contra meu peitoral e sua temperatura morna pelo banho. Com minha mão em seu cabelo, o puxo devagar. Interrompo o beijo sem folego, e foi meu erro.

Lia foge de mim, indo para longe.

— Não devia ter feito isso. —Diz ofegante.

Eu não sei o que dizer, ela tem razão. Eu não devia ter feito isso. Caminho para trás e sigo para a porta, saio e entro no carro, minha respiração ainda acelerada e desajustada. Dou partida e vou para casa, mas durante todo o caminho só penso naquele beijo.

Assim que entro na casa vazia, jogo as chaves em cima da mesa de centro e subo para o quarto em passos pesados. Meus lábios ainda estão quentes do beijo e sinto nitidamente a sensação de sua boca na minha e a mordida. Fecho os olhos com força, repreendendo-me pelo que fiz e por ter gostando tanto.

— Eu não posso querer essa garota, droga! —Repreendo-me.

Soquei a parede para tentar aliviar a tensão emocional que sinto, mas é em vão. Tiro a regata quase a arrancando de meu corpo e a jogo no chão, arranco o resto da roupa e entro no banho. Como apenas um beijo pôde mexer tanto assim comigo?

Me demorei no banho, ficando mais que o necessário no jato quente da agua. Quando termino, enrolo uma toalha na cintura e saio para dar de cara com Luana. Paraliso no lugar, chocado ao vê-la ali, apenas de lingerie e salto.

Luana morde o lábio ao me ver e abre um sorriso malicioso, seus olhos passeando pelo meu torso nu. Ela caminha devagar e cola seu corpo ao meu, a diferença entre nossas temperaturas é visível.

— Eu não tenho cabeça para isso agora, Luana. —Falo tentando afasta-la.

— Não se preocupe, Mauri. —Sorri pondo o dedo em meus lábios. — O que eu quero fazer não exige que você pense muito.

Ela ri da própria piada e me tasca um beijo. A principio eu não correspondo, minha mente ainda gira em torno de Lia e da sensação em beija-la, mas meu corpo aceso também por aquele maldito beijo de meia-hora atrás, corresponde. Minhas mãos criam vida e agarram Luana, em minutos estou sobre ela na cama, e tiro a lingerie. Minhas mãos passeando pelo seu corpo e seios agora livres.

Meu corpo arde de desejo, e quando eu estou prestes a penetra-la a imagem de Lia me vem à cabeça, visualizo-a nitidamente mordendo o lábio e depois, durante o beijo, mordendo o meu. Me afasto de Luana em um salto, e deslizo para fora da cama. Apanho a toalha no chão e me cubro com ela.

Viro-me e vejo Luana me encarando de boca aberta. Ela sabe que eu não broxei, está claro pelo volume visivelmente pulsando na toalha, mas ela não sabe qual o motivo mais forte para me fazer rejeita-la.

— É melhor você ir embora. —Falei.

— Você está com alguém, Mauricio? —Ela pergunta em tom exigente.

Observo-a cobrir-se com os lençóis e se levantar frustrada da cama, dá alguns passos e para à minha frente, sua expressão deixa claro que ela está esperando uma resposta. Respiro fundo.

— Não, Luana.

— Então por quê?

Ela tenta me tocar, caminhando mais para perto e trazendo sua mão para meu peito descoberto. Eu recuo e a olho ficando frustrado.

— Luana, por favor. Eu não tive um dia bom, e você está piorando as coisas.

— Tudo bem! —Ela se altera.

Sem dizer nada, Luana apanha suas roupas do chão e caminha para o banheiro. Minutos depois ela reaparece vestida, o cabelo penteado e a maquiagem antes borrada agora limpa do rosto. Apanha sua bolsa do chão e me olha.

— Eu posso não saber quem é ela, mas eu sei que não serve pra você.

— E você serve? —Soei irônico... Saiu sem pensar.

Eu não queria dar a entender que eu realmente tinha alguém, eu não tenho... Mas se Lia não serve para mim, ela serviria? Ela que ficou comigo por interesse, por um pedido do meu pai. Ela que me fez de otário e que quase me levou pro altar. Luana ficou surpresa com minha ironia, mas reconcertou a expressão e ergueu a cabeça.

— Você vai ver que sim. —Disse segura.

Antes que eu respondesse ela saiu batendo a porta do quarto e eu me encaminhei para a janela, pude vê-la entrando no carro e sair. Suspirei aliviado e caminhei ao guarda-roupa, peguei uma boxer preta, vesti e coloquei a toalha no cesto do banheiro. Voltei para o quarto e puxei os lençóis da cama, desci com eles e os coloquei no cesto na cozinha.

Voltei para o quarto e deitei, tentando dormir, mas não consegui tão facilmente. Fiquei quase a noite inteira bolando na cama, atormentado pela lembrança de meus lábios nos dela... Quando por fim adormeci, já devia ser de madrugada.

Quando O Amor Cura...Onde histórias criam vida. Descubra agora