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22 de dezembro de 2015
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Nova York

"E o El Clássico de ontem ficou para a história. Real Madrid perdeu por 4x0 do Barcelona, em casa, parecia que o Bernabéu tinha virado Camp Nou! Os torcedores do Real saíram quase em desespero, enquanto os do Barça permaneceram e cantaram, assim como os jogadores dentro de campo. A situação do Real Madrid é lamentável; o grande espanhol está caindo e ninguém pode evitar isso."

Nalani Waialiki estava com raiva. E tinha razão para estar, seu time do coração tinha perdido para o maior rival em casa, e como se a derrota vergonhosa não fosse suficiente, os meios de comunicação do mundo inteiro faziam o favor de estampar a derrota blanca.

- Desliga o rádio, por favor? - a negra pediu ao motorista, que mesmo contrariado, obedeceu sem reclamar.

Bufou no banco de trás. Que merda de jogo tinha sido o de ontem? Foi simplesmente ridículo, reclamou inaudivelmente. Aquele não era o Real Madrid que Nalani estava acostumada a torcer; aqueles jogadores eram gazelas perdidas em campo. Eles estavam sendo pagos para jogar, e não para passar vergonha em pleno Santiago.

Quanta saudade tinha do Ancelotti, o atual técnico nada mais é que um lixo para um time da grandeza do meu Real, Nalani pensou enquanto alguma ídola teen tocava no rádio.

Seu celular tocou e Nalani quis jogá-lo pela janela assim que viu o nome que brilhava na tela, a negra não queria falar com ninguém, piadinhas não seriam bem-vindas naquela situação. Mas o nome continuava a brilhar, como se a chamasse para atender.

Enrique Ávila não tinha desistido de falar com a namorada.

- Nalani? – perguntou assim que escutou a respiração dela.
- Oi, Rik.
- Onde você está?
- Estou indo para um ensaio fotográfico com Dave.
- Ah, certo. Hoje tenho dia livre... Você volta hoje, não é?
- Sim, se não tiver atrasos, chego às onze da noite.
- Vou buscar você no aeroporto, certo?
- Não precisa, Rik. Eu posso pegar um táxi.
- Nai , não tente dizer não. – riu, sozinho. - Eu sinto sua falta.
- Foram longos meses. - a garota suspirou e escutou a risada baixa do namorado, como se ele estivesse concordando.
- Três meses. Passei todos eles contando os dias para você voltar.
- Só foram três meses, já passamos mais meses separados. - Nalani lembrou o namorado e ele riu novamente. Enrique estava muito risonho e ela sabia o motivo, mas não ia dar o gostinho dele saber que ela estava com raiva. - Vou desligar, certo? Nós nos falamos depois.
- Estarei no aeroporto às onze. Eu amo você, Lani.
- Eu também.
- Você também o quê?
- Eu também amo você, Rik.

Nalani desligou a ligação e respirou fundo, ela sabia que o namorado não tinha feito nenhuma gracinha ao telefone porque iria fazer o dobro quando eles estivessem a sós.

Para Waialiki, Enrique Ávila era o melhor namorado que poderia pedir, eles estavam em uma relação que iria completar dois anos. Segundo ela, tinham poucas brigas, e apesar do vai-e-vem das carreiras, sempre tinha espaço para os dois.

A negra só achava um único defeito no namorado. Ele jogava, e torcia pelo time que ela mais detestava no mundo: Barcelona.

O tal Barcelona que tinha dado de quatro a zero no time que ela torcia desde que se entendia por gente. Enrique era atacante, artilheiro e capitão do time catalão, super respeitado, tanto pelos jogadores do clube quanto pela mídia futebolística. Rik Ávila era um ídolo para o Barcelona.

LATCH • REAL MADRIDOnde histórias criam vida. Descubra agora