#6

1.5K 118 95
                                        

⚽️

Daniel estava feliz.

Não feliz da forma que ficou quando assinou oficialmente com o Real Madrid ou quando recebeu seus uniformes, era uma felicidade diferente que ele nem sabia que podia existir.

Ele estava feliz por estar com Nalani como há anos não estava. Ele estava feliz mesmo que a menina não o ligasse ao garotinho que brincava no quintal de sua casa. Ele estava feliz simplesmente por Nalani estar por perto. Só a presença dela, para Daniel, era suficiente.

Aquela era a menina que ele sempre fora, e provavelmente, sempre ia ser apaixonado. Aquela era Nalani Waialiki, um dos maiores motivos de Daniel não ter ficado no fundo do poço.

- Onde você quer ir? - Nalani perguntou assim que os dois chegaram ao ponto de táxi. Daquela vez, ela quebrou o silêncio que havia entre eles.
- Não sei. - Dani respondeu e ela riu. - Tem alguns dias que mudei para cá, é tudo tão diferente. Só conheço os lugares que os caras me levam.
- Consigo entender, quando mudei para Madrid também senti bastante, mas você se acostuma rápido. - Waialiki disse e deu uma piscadela.

Dani sorriu e ela voltou sua atenção para falar em espanhol com o taxista que estava no ponto. Daniel agradeceu por seu espanhol não ser ruim, pois assim dava para entender muitas coisas, fazendo com que a nova vida na Espanha fosse menos complicada.

Eles entraram no carro e Nalani ficou calada o percurso inteiro, vez ou outra olhava o celular, mas logo jogava na bolsa, até que desligou o aparelho. Daniel sorriu como se aquilo fosse um sinal de que ela estava indisponível só porque estava com ele. Daniel se sentiu importante, e o inglês gostava de se sentir assim. O motorista parou em frente ao que parecia ser um restaurante, Nalani lhe deu alguns euros e os dois desceram do carro.

- Essa aqui é a melhor chocolateria de Madrid, vendem os melhores churros e chocolate quente do mundo. Chama San Gines.
- Quero só ver. - o inglês provocou e a menina estreitou as sobrancelhas.
- Quer apostar?
- Quero. - Daniel respondeu e a menina soltou uma risada.
- Se eu ganhar, vou querer uma blusa autografada pelo Azpilicueta.
- Você está brincando comigo, não é? O cara é do Chelsea e eu era do United.
- Não ligo, eu quero. – respondeu, convencida, e foi a vez de Daniel soltar uma risada.
- Você sobrou, Formiga, não vai ser tão difícil. César joga em time ruim, mas é meu amigo, um dos melhores por sinal. Vai ser muito fácil arranjar sua camisa. - Daniel respondeu e Nalani o encarou de modo diferente.

Ele a tinha chamado de Formiga. Só existiu uma pessoa na terra que a chamava daquele jeito e ela não o via desde quando tinha 12 anos. Não o via e nem tinha notícias além de que ele tinha se tornado um jogador de um time de segunda divisão. A vida deles tinha seguido rumos diferentes e aquilo bastava. Aquele homem na frente de Nalani não podia ser o Graveto. Era quase impossível.

- Mas sim, o que eu vou querer é um autógrafo e um vídeo da Anne Hathaway.
- Da Anne Hathaway? - Nalani perguntou, retornando sua atenção para ele. - Você sabe o quão difícil é encontrar essa mulher disponível?
- Você conseguirá. - Daniel disse e Nalani rolou os olhos.
- Vamos entrar, estou louca para receber a minha blusa autografada pelo melhor da Inglaterra.
- O melhor sou eu, tá bom? Azpilicueta é o segundo e olhe lá.
- Só de torcer e jogar pelo Blues, já torna ele o melhor.
- Você não sabe o que diz, Formiga. - Daniel resmungou e Nalani deu uma gargalhada.

A negra socou seu ombro e os dois entraram na chocolateria. Nalani escolheu uma mesa para duas pessoas que ficava um pouco afastada das janelas vidradas. Assim que sentaram, uma garçonete foi atendê-los quase que imediatamente. Nalani nem olhou o cardápio que estava na mesa, parecia que ela sabia de cor. E em menos de 20 minutos, o pedido estava na frente deles.

LATCH • REAL MADRIDOnde histórias criam vida. Descubra agora