EPÍLOGO

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15 de setembro de 2021

O estádio Giuseppe Meazza, o famoso San Siro, estava fervendo para a primeira rodada do Grupo D da Liga dos Campeões da Europa. Aquela ia ser a sexta Champions League que Daniel disputava usando a camisa do Real Madrid, e depois de ganhar três vezes e não conseguir trazer o título por outras três vezes consecutivas, o inglês não queria repetir o mesmo erro das temporadas passadas.

Seu time já não era mais o mesmo. Seus grandes amigos - e ídolos madristas - já não estavam mais ali. Cristiano Ronaldo era da Juventus, Sergio Ramos estava no Paris Saint German, Kovačić foi transferido para o pior time de todos, Chelsea, e Bale... Gareth tinha se tornado uma grande decepção para o inglês, mas eles ainda eram colegas. O galês estava jogando no Tottenham, morando em Londres com sua família - que incluía uma das melhores amigas de Daniel, Alba Saavedra.

Respirou fundo e olhou para os únicos amigos que tinham restado daquela época, Isco Alarcón e Luka Modrić. Não que Daniel não fosse amigo de todos os outros, mas aqueles eram o mais especiais, os que estavam com ele nos melhores e piores dias.

- Pronto? - Isco perguntou e Daniel assentiu, dando um tapinha nas costas do espanhol.
- Hora do show. - o inglês respondeu e foi para o seu lugar na fila.

Daniel era o primeiro a entrar. Ele agora tinha aquele posto no Real Madrid. O de líder. O de capitão. Era sua responsabilidade voltar a fazer do Real Madrid um time campeão.

*

O primeiro tempo não foi fácil, os 45 minutos iniciais foram muito movimentados em um jogo totalmente aberto, com as duas equipes buscando jogadas de ataque o tempo todo. O Real Madrid tentava a todo custo marcar, mas ainda não tinha conseguido encaixar uma boa jogada de velocidade com Daniel Villagers, que estava sendo muito marcado. Internazionale teve muitas chances de gol, o que deixava as coisas ainda mais complicadas já que o chute certeiro poderia surgir em meio a todos aqueles erros.

Mas não surgiu. Courtois trabalhou incansavelmente nos dois tempos da partida, bloqueando todas as chances do time adversário de marcar. E foi somente aos 43 minutos do segundo tempo que o jogo mudou favoravelmente para o time espanhol.

Isco recebeu bom lançamento na área e deu um bom passe para o atacante inglês na entrada da pequena área, que finalizou com maestria direto para o gol. Mesmo com os quatro minutos de acréscimo, o Internazionale não marcou e o Real Madrid saiu com a vitória.

Villagers respirou aliviado, sendo abraçado pelos companheiros de equipe e ovacionado pela torcida. Passou os olhos pela arquibancada e finalmente encontrou quem queria, sua família.

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Nalani estava nervosa.

Sempre que Daniel entrava em campo parecia que era a primeira vez que ele estaria jogando. A atriz nunca iria se acostumar ao ver o jogador vestindo branco, disputando cada bola, dando seu suor e, muitas vezes, seu sangue dentro de campo. Principalmente depois de Kaia e Zuri nascerem. Ela agora tinha que explicar para as gêmeas de quatro anos que já frequentavam todos os estádios ao redor do mundo que o pai entrava.

As duas eram uma mistura perfeita de Daniel com Nalani. Tinham herdado os olhos azuis brilhantes do pai, que dependendo da luz tornavam-se verdes, a cor de pele da mãe e os cabelos eram uma mistura perfeita do liso e encaracolado. Kaia e Zuri eram inegavelmente filhas deles. E a semelhança ficava ainda mais visível quando as duas usavam a blusa branca com o número e nome do pai.

Definitivamente uma família de Madridistas. Desde o nascimento.

- Não gosto dele. - Kaia exclamou apontando para Skriniar, o zagueiro do time adversário que marcava Villagers. - Se ele bater no meu pai de novo vou mandar tia Rosalie prender ele.
- Niña, as coisas não funcionam assim. Faz parte do jogo.
- Parte do jogo? - Kaia virou para a mãe com as duas mãos na cintura. - Então espero que meu pai bata nele.
- Sim, mamá, se tia Rosalie não pode prendê-lo, papai tem que bater de volta. Ninguém pode bater no nosso papá. - Zuri completou, concordando com a irmã.
- Onde já se viu, não é? - Kaia balançou a cabeça negativamente voltando sua atenção para o jogo.

Nalani não conseguiu esconder o sorriso. Sempre imaginou que teria uma família com Daniel, mas aquelas duas eram muito mais do que um dia podia ter imaginado. Elas eram um verdadeiro presente. Tinham vindo na hora certa, Daniel havia acabado de ganhar a segunda Champions pelo Real Madrid e estava pronto para ganhar a terceira. As gêmeas também foram responsáveis por Villagers não perder a cabeça quando as coisas ficaram sombrias no time blanco.

Kaia e Zuri eram sinônimo de paz e salvação.

O San Siro se calou para a torcida Madridista poder cantar. Kaia e Zuri pulavam enlouquecidas gritando pelo pai que tinha marcado o gol da vitória do time, Daniel Villagers além de pai, também era o herói das gêmeas.

- Tia Rosalie não precisa mais prender ninguém. Real Madrid ganhou. - Zuri falou para o avô, Kalani.
- Que história é essa de prisão? - Sue Villagers perguntou e Nalani riu, balançando a cabeça negativamente.
- Zuri e Kaia queriam prender o zagueiro do Internazionale porque ele bateu no Dani.
- Vovó concorda plenamente, queridas. - Sue deu a mão para as netas e Zuri sorriu vitoriosa para a mãe.

A família entrou rapidamente na sala privativa do estádio, assistiam os melhores lances que passavam na televisão enquanto comiam e bebiam. Até que Daniel entrou, acompanhado de Lunna Martínez, sua melhor amiga e preparadora física. Eles tinham acabado de sair da entrevista com a repórter preferida de Daniel, Isabela.

- Tia Lunna! - as gêmeas gritaram juntas ao verem a morena, que abaixou-se rapidamente para receber os abraços e beijos.
- Viu como o meu pai foi o melhor? - Zuri perguntou e Daniel bagunçou o cabelos da menina.
- Ele fez um gol! - Kaia acrescentou e Villagers lhe deu um beijo no topo da cabeça. - Parabéns, papai.
- Suas filhas querem prender Skriniar agora, sabia? - Daniel não conseguiu esconder a risada alta. Abraçou a esposa e lhe deu um beijo, dando outro em sua bochecha.
- Certíssimas. Ninguém pode bater no papai.
- Tá vendo, mamãe? - Zuri cutucou a negra - Eu disse.

Nalani riu, abraçando novamente Daniel. A negra amava tê-lo ali, pertinho, longe de todas as confusões e perigos do campo de futebol. Ela nunca ia se acostumar, mas sempre iria apoiá-lo e defendê-lo, sem nem pensar duas vezes.

Ao ver o marido com as crianças, enquanto conversava animadamente com a mãe, seu sogro e Lunna, Nalani sentiu-se em paz e agradeceu a todos os deuses existentes por ter aquela família.

Eles eram o seu mundo inteiro.



NOTA DA AUTORA:

Eu acho que nunca vou estar pronta para dar adeus, de fato, a LATCH.

Nalani e Daniel foram os meus primeiros personagens originais, meu primeiro desafio e também, meu primeiro amor. Dei vida a eles quando ainda era adolescente, no auge dos meus 15 anos, Real Madrid vinha de uma fase ruim e tinha perdido um jogo em
pleno Santiago Bernabéu para o Barcelona. De uma frustração, LATCH nasceu e cresceu. E agora, "acaba".

Acaba entre aspas mesmo porque ela sempre será bastante viva no meu coração e no coração de quem ela marcou durante todos esses anos. Na mente de quem adorou, chorou, comemorou, se estressou com Daniel e de quem acolheu e amou Nalani com todas suas imperfeições.

Eles cresceram. Mudaram. Tornaram-se pais. Mas uma coisa não mudou: o amor que eles sentem um pelo outro. Daniel e Nalani continuam incrivelmente apaixonados e juntos, prontos para viverem ainda mais aventuras nessa cidade louca que é Madrid e pelo redor do globo terrestre. Agora acompanhados de duas meninas incríveis, amorosas e inteligentes, fruto desse amor legendário: Kaia e Zuri.

Mas como disse, nunca vou estar pronta para dar adeus de fato a essa família tão linda e incrível, então conto a vocês: a família Waialiki-Villagers estará presente em mais uma grande história de amor, agora apenas nos bastidores, mas ainda muito visíveis. Convido a vocês para ler THE CIBELES, uma história que envolve Fórmula 1 e também essa cidade que foi palco do amor de Nalani e Daniel, Madrid. Como Isco Alarcón disse: quando duas pessoas têm que se encontrar, a cidade torna-se pequenina. E foi assim que Carlos e Lunna se encontraram. Na imensidão e pequenez de Madrid.

Então, um até logo. Espero que vocês acompanhem e continuem amando tanto quanto eu Nalani, Daniel, Zuri e Kaia. ♥️

Vocês podem me encontrar no Twitter: @badgersainz

LATCH • REAL MADRIDOnde histórias criam vida. Descubra agora