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Nalani estava trancada no banheiro com medo de sair, sua perna doía assim como sua costela e braços. Ela não conseguia falar com ninguém, seu celular ainda estava no bolso do short, mas ela não conseguia pegá-lo, suas mãos tremiam e as lágrimas tampavam sua visão.

A única imagem que ela tinha na sua cabeça era a de um Enrique visivelmente alterado, bêbado e violento. A forma que ele a tinha pegado e jogado no chão, em como ele tinha distribuído socos em lugares que não iriam aparecer no dia seguinte, enquanto gritava que ela era dele e que nenhum inglês iria mudar aquilo, passavam como um filme na cabeça dela.

Um filme que ela desejou nunca ter participado.

Nalani sentiu as pernas fraquejarem e deixou seu corpo cair próximo ao vaso enquanto tentava escutar algum tipo de barulho vindo de Enrique, mas a única coisa audível eram os seus soluços por conta do choro.

A negra conseguiu pegar o celular e, mesmo com a visão turva por conta das lágrimas, conseguiu ligar para o primeiro número que já estava nas chamadas feitas. Ela rezou que Antonielle atendesse logo.

- Anto? Anto? - sussurrou quando percebeu que tinha parado de chamar.
- Nalani? O que aconteceu?
- Isco? – perguntou, tentando fingir não chorar. Mas já era tarde demais.
- O que aconteceu? Onde você está?
- Eu pensava que tava...
- Nai, onde você está?
- Em casa, escondida. Eu estou com medo de sair. - Desistiu de mentir.
- Vou lhe buscar. Me passe seu endereço.
- Não, ele pode...
- Nai, por favor. - o espanhol pediu e ela concordou, passando o endereço. - Não desliga a chamada, ficarei na linha o tempo todo.
- Obrigada. - sussurrou e desistiu de segurar suas lágrimas.

Nalani chorou como nunca tinha chorado em toda sua vida e acabou vomitando.

O coração de Francisco ficou apertado ao escutar aquilo sem poder fazer muita coisa. Ele já tinha deduzido o que tinha acontecido com a atriz por conta do seu passado com sua mãe. Alarcón acelerou o carro com toda a raiva e preocupação que estava em seu corpo, enquanto escutava Nalani Waialiki chorar. Ele já sabia que Enrique Ávilla a tinha agredido, assim como sabia que a rivalidade já tinha ido para fora dos gramados.

- Nalani?
- Estou aqui. - a menina respondeu rapidamente.
- Disse ao seu porteiro que era um amigo e ele me deixou entrar, tô no estacionamento. Qual o seu andar e apartamento?
- Andar 13, apartamento 1303.
- Eu estou chegando. - Nalani não respondeu, mas se sentiu grata. Ela tinha conhecido o espanhol naquele mesmo dia e ele tinha se disponibilizado a ajudar. Tinha a acolhido. - Estou em sua casa, onde você está?
- Banheiro do quarto. - respondeu e escutou passos rápidos, se encolheu quando escutou batidas na porta. Mas se deu conta que era Francisco. Era alguém em que ela podia confiar.
- Sou eu, Nai. Pode confiar em mim. - disse e percebeu que a porta já estava sendo destrancada.

Francisco girou a maçaneta e viu Nalani encostada no vaso, encolhida e machucada. O espanhol nunca tinha pensado na possibilidade de um dia encontrá-la daquele jeito. Isco a abraçou e sentiu seu peito apertar quando ela se agarrou em seu corpo e chorou igual a um bebê.

- Ele não vai tocar em você novamente. - sussurrou e obteve como resposta os soluços da menor. - Vou levar você para minha casa, aqui é perigoso.
- Ele tem uma cópia da chave. Eu tenho medo.
- Deixe comigo. - Isco a ajudou a levantar e percebeu sua expressão de dor.

Antes que ela desse mais alguns passos, a carregou no colo e a tirou daquele lugar. Nalani não protestou, ela não tinha forças para negar aquele cuidado. Francisco a carregou até o elevador e, assim que desceram, a colocou no banco de trás do carro.

O espanhol dirigiu com cuidado, mas ainda era rápido. Vez ou outra olhava pelo retrovisor para saber se ela não corria riscos de cair do banco, Enrique já a tinha machucado bastante. Ele entrou no complexo onde morava e estacionou em frente sua casa, carregou novamente Nalani e a deixou deitada no sofá, colocou a cabeça dela em cima de sua coxa e fez carinho em seus cabelos enquanto a menina chorava.

LATCH • REAL MADRIDOnde histórias criam vida. Descubra agora