#13

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O irmão mais velho da família Waialiki saiu de mais uma entrevista totalmente estourado.

Ele amava o que fazia, mas sabia que aquilo estava sendo um pouco demais para sua cabeça e restante do corpo. Ives estava mais magro, não comia direito e não sabia mais o que era dormir. Sua aparência estava ficando diferente cada dia mais, se ele já não se parecia com seu pai e sua irmã; agora aquilo estava mais visível. Ives sempre detestou o fato de ter puxado para a família da mãe. A mãe que o tinha largado com cinco anos e quando Nalani tinha apenas um ano. Nai só era uma garotinha e ela tinha a deixado sem pensar duas vezes.

E o fato de ter perdido Antonielle Sol também ajudava a tudo ficar pior.

Antonielle era uma das partes boas que tinha na sua vida mas o mais velho estragou tudo. Tudo mesmo. Ele não a amava, o fogo da paixão tinha apagado quase que completamente, mas ele ainda nutria um carinho gigantesco pela bailarina. Antonielle Sol, nos últimos anos, era mais irmã de Nalani do que ele mesmo. Anto era a família que sua irmã tinha escolhido e Ives estava arrependido de ter machucado ela daquela forma.

O cantor bagunçou seus cabelos no espelho do camarim e respirou fundo pela sexta vez naquele dia. Ele estava a um passo de entrar em exaustão e ele não podia deixar aquilo acontecer. De jeito nenhum.

Ives pegou seu celular da mochila e percebeu que tinha ligações perdidas de quatro dias. Tinham exatamente dez ligações perdidas de Antonielle e cinco de seu pai. Alguma merda muito grande tinha acontecido e ele estava ausente de tudo.

O cantor estava ocupado demais para dar atenção para sua família. O mais velho bateu na própria testa, chamando a si mesmo de egoísta, e retornou para Antonielle. Se fosse algo com sua irmã, ela iria ser a primeira a saber.

- Alô? - uma voz masculina atendeu, com o sotaque espanhol carregado. Ives não reconheceu aquela voz.
- Alô? Quem tá falando? A Antonielle está?
- No banho. Quer deixar algum recado?
- Quem é você? - Ives perguntou.

Ele já estava ficando com raiva daquela pequena situação, mesmo não tendo direito algum de sentir aquilo. Se Antonielle já tivesse alguém, ele não deveria tentar estragar aquilo. Ele que a tinha deixado e machucado primeiro.

- Isco, Isco Alarcón. E você? Seu número não estava salvo aqui.
- Como assim meu...
- Quem é? É Nalani? - o inglês reconheceu a voz inconfundível de Antonielle ao fundo.
- Não, é um cara que não quer se identificar.
- Um cara? - a loira perguntou e Ives sabia que ela tinha franzido a testa. - Alô? Quem é?
- Oi, Anto. Sou eu, Ives.
- Ah, oi. Você quer algo? - foi seca.
- É que tem dez ligações perdidas aqui. Eu fiquei preocupado.
- Preocupado? - escutou risadas. - Agora você se preocupa com os outros? Eu te liguei quatro dias atrás! Sua irmã precisava de você, mas, surpresa, eu estava com ela quando você foi embora. Ela tem pessoas que realmente se preocupam e lhe dão suporte necessário.
- Antonielle, você não pode falar a respeito da minha relação com Nalani...
- Posso, posso sim. - a loira o cortou. - Você só não se importa mais, tem coisas mais importantes para se preocupar, não é? Aliás, ela já está melhor depois da merda que o fodido do seu melhor amigo fez. Eu sempre avisei que ele não prestava e você não me ouviu. Você o trouxe para a vida dela e nem se importa com o que ele fez.
- O quê? Do que você está falando? Antonielle...
- Adianta alguma coisa? Você simplesmente não se importa mais, porque quem realmente se importa, procura. Quer saber? Tchau, Ives. Só tenta ser mais atencioso com sua irmã, ela não está em um dos melhores momentos. - e a ligação foi encerrada.

Mas que diabos tinha sido tudo aquilo? Ives se perguntou ao olhar para a tela do telefone. Enrique e Nalani não eram do tipo de casal que brigavam sempre, eles nem discutiam, pensou ao digitar o nome do amigo no Google.

LATCH • REAL MADRIDOnde histórias criam vida. Descubra agora