-eu já cansei dessa sua ignorância, se não parar com isso agora vou ser forçado a fazer algo com você que não queria
-me colocar de novo de castigo?
Debochei me virando rápido marchando pela calçada de novo abaixando meu rosto e ignorando os olhares curiosos. Ele se colocou de novo do meu lado e ficou em silêncio por causa de duas pessoas que passaram do nosso lado. Mas quando ficamos longe delas, ele agarrou meu braço de novo e eu tive que parar me virando de frente pra ele quando ele me puxou, minha cara era de "oque é agora?" e a dele era "para com isso! Estou sem paciência".
-essa sua mal criação imatura é por causa do problema com sua mãe também?
-não esqueça minha irmãzinha também
Usei um tom irônico cruzando meus braços, estava fazendo birra? Acho que sim... Ele costuma usar essa cara quando eu estou assim. Mas eu continuei e apertei os olhos tentando descobrir oque e estava pensando além de está decidindo se me largava o tapa agora ou mais tarde. Mas não fez nada de novo e respirou fundo como se tivesse desistido, agarrou novamente minha mão e me puxou na direção oposta que eu estava indo. Fiquei sem entender nada e apenas deixei ele me puxar durante dois metros.
-onde está me levando?
-calada e vem comigo agora
Tentou pegar minha mão de novo mas eu a desviei do seu toque e o deixei irritado quando agarrou o ar. Retribuir o mesmo olhar e depois tentei voltar a andar.
-Miah vem comigo agora
Seu tom irritado me deixou em dúvida pensando se continuava andando ou se o obedecia. Mas claro que não podia fazer isso, ele usou aquele tom que se eu desobedecesse ele tentaria outra maneira de me obrigar a fazer oque ele quer. Então respirei fundo buscando paciência e um jeito de manter minha expressão normal mas irritada, me virei de frente pra ele e peguei sua mão que estava suspensa na minha direção. Foi aí que me sentir feito uma criança, estava sendo arrastada a algum lugar que suspeitava de ser sua casa. Só não queria pensar oque ia acontecer comigo quando chegássemos lá.——————
E quando chegamos, eu descobri que tenho um problema que não consigo controlar a tremedeira e quando aquilo escuro começar a manchar minhas mãos, isso só acontece quando fico irritada e com vontade de matar alguém. E esse alguém era Marie que estava sentada na mesa da cozinha me olhando de forma triste e preocupada ao mesmo tempo. Isso me fez engoli em seco e depois travar a mandíbula de tanta raiva acumulada, ele me trouxe aqui pra conversar com ela?!
-oque ela faz aqui?
Perguntei entre os dentes à ele que segurava minha cintura com um braço como se tivesse me segurando aqui. Eu me afastei dele e esperei sua resposta que não veio, pela primeira vez, o vi com uma certa vergonha discreta em seus olhos. Eu não entendi o motivo dele ter abaixado o rosto depois de ter lançado um olhar para Marie que se levantou da mesa ganhando minha atenção.
-precisamos conversar Miah, e quero fazer isso com seu pai presente
A encarei sem acreditar em tanta idiotice que saia dela, apertei os olhos depois que notei uma certa tensão na sua postura. Fiquei a observando captando uma emoção estranha dela, uma energia negativa, como se ela estivesse sendo forçada a fazer isso. E na hora olhei meu pai do meu lado, sem olhar pra mim, ele começou a andar devagar até se sentar na mesa. Ainda sem entender quase nada do que estava acontecendo, eu caminhei até lá também sem tirar os olhos dos delas. Conseguir ver que ela travou sua mandíbula também, como se não tivesse gostado da minha aproximação, eu retribuir isso e ainda quis mostrar minha língua como uma forma infantil de demonstrar minha falta de paciência para isso e imaturidade.
-primeiro de tudo... Por favor, me perdoe por aquilo, e segundo... Você não deveria ter ido até minha casa tentar ferir Margô. Me desculpe, mas não vi outra forma de fazer você parar com aquilo
Fiquei em silêncio a encarando séria agora, ela também parecia se recompor depois de quase ter gritado a parte que eu fui até sua casa tentar matar sua filhinha perfeita.
-tem alguma coisa à dizer Miah?
Perguntou meu pai quebrando o silêncio de xingamentos em pensamentos entre mim e ela. Olhei pra ele uma vez e depois confirmei com a cabeça abaixando ela depois me preparando para dizer isso.
-eu não me importo com oque fez comigo, só não quero que pense que desistir, e também... Ainda pretendo fazer isso... É oque merece depois do que fez comigo... E se não fosse pela presença dele aqui, você já estaria morta... Não sei como estou conseguindo conversar com você desse jeito depois de tudo
Percebi ela apertando seu dedos uns nos outros, levantei minhas sombrancelhas esperando ela se levantar e vir para cima de mim. Mas não fez nada, confesso que admiro sua paciência. Mas não durou muito tempo porque também vi que seu rosto pareceu pegar fogo de repente, ela se levantou de lá e andou até mim me obrigando a andar para trás pela sua expressão assustadora com os olhos brancos de novo. Isso ainda me confundi. Mas parei de pensar nisso quando sentir a dor atrás da minha cabeça, ela agarrou meu cabelo cravando suas unhas ali.
-Marie!
Ele tentou fazer ela parar, mas ela não parou e me jogou no chão se aproximando de mim de novo com passos rápidos. Eu tentei me afastar me arrastando para o corredor realmente assustada com o jeito que ela vinha pra cima de mim. Conseguir me levantar mas eu gritei quando sentir novamente sua mão na minha nuca me puxando para trás, gemi e depois rosnei agarrando o braço dela tentando me soltar.
-vou precisar fazer isso pra você me respeitar sua moleca mal criada!?
...?
-chega Marie para com isso!
Gritou ele atrás de mim e dela também, eu cair no chão de joelhos quando ela me soltou por causa do meu pai que a pegou por trás a segurando ali. Passei a mão onde ela estava puxando meu cabelo e a encarei quase chorando por causa da dor e mais alguma coisa. Ainda no chão, eu percebi que minha visão já estava ficando embaçada, agora os dois estavam me olhando, apenas meu pai parecia preocupado comigo. Mas Marie estava me mostrando os dentes ainda com os olhos brancos me deixando pior do que já estava. Não sabia porque estava triste com isso, mas não tive outra escolha além de me levantar do chão deixando um soluço escapar quando passei pelos dois em direção a porta a abrindo com raiva e a fechando com força.
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Uma garota sozinha na floresta (2° temporada)
FantasyAgora sei quem sou, e nunca mais volto ser quem fui. Jurei nunca mais fazer isso, nós duas estamos tentando nos entender mas depois de um tempo, percebi que ela era eu o tempo todo e sempre esteve comigo. Mas eu me contaminava com aquele mundo e esq...