Sou Homem e Amo outro Homem - Livro 01 -

Capítulo 02

Surpresas inesperadas...

Tive uma noite de sono conturbada entre acordar relembrando a traição do Dr. Mateus com o enfermeiro. Eu não costumo misturar profissão com a minha vida íntima, por esse fato eu não demiti o enfeiro. Continuei o tratando como sempre fora, dentro do profissional e as suas referências no profissional, eram excelentes para não as aproveitar. Acordei cedo suspirando minhas lamúrias naquela manhã de quinta-feira após a noite da traição. Enfim, suspirei me encorajando. O banho me reanimou — Luiz, você consegue — Resmunguei deixando a água morna do chuveiro, cair sobre o meu corpo. eu precisava renovar as forças e encarar a vida —

Dois dias se passaram e o Dr. Mateus ligando, correndo atrás tentando falar comigo. Tive forças para recebê-lo no meu gabinete, liguei o chamando. Um tempo após batidas na porta — Entre — Eu disse sabendo ser ele e me preparando no psicológico —

— Com licença, Dr. Luiz, posso entrar?

— O chamei para conversar, não vai ficar dependurado me espiando na fresta da porta.

Falei sério o encarando, entrou se sentando a frente. Segundos de um silêncio atormentador me dominou — Luiz eu... — Interrompi-o impaciente —

— Luiz é? Por favor, ética profissional, Dr. Mateus.

Anuiu engolindo a seco — Desculpa, Dr. Luiz.

— Nosso relacionamento não passa do profissional, Dr. Mateus.

— Dr. Luiz, eu preciso dizer o que aconteceu, me ouça eu te peço — Anui silencioso — O enfermeiro vem a tempos me pressionando para um beijo e então, ele me daria paz.

Arfei relembrando a dor em vê-los naquele ardente beijo. Expressando minha tristeza, eu fechei meus olhos por muitos segundos. Sentia repulsa das palavras do Dr. Mateus e a desculpa das piores que eu já tinha ouvido dele — É só isso? Você quer dizer que ele te obrigou?

— É o que aconteceu, para parar de me atormentar eu o beijei. Dr. Luiz, nunca mais irá acontecer de novo, eu te juro pelo que você quiser, serei fiel o resto da vida a você — Calei um tempo —

Pensei por um tempo, o olhei decidido — Seremos amigos, somado a profissão. Você é excelente Oncologista, seu currículo é dos melhores. Minha resposta é, e sempre será, que eu te perdoo pelo seu erro, porém, nós dois não namoramos mais. Eu jamais tornaria a confiar em você, sinto muito por isso, essa é a minha decisão do nosso namoro, Dr. Mateus.

Dito isso, Dr. Mateus entrou em desespero, tentou forçar nosso namoro, mais eu havia decidido que não queria correr o risco de ser fiel a ele e receber infidelidade de quem eu tanto amei, seríamos bons amigos se ele quisesse. Ele correu atrás de mim por mais duas semanas consecutivas. Na última tentativa, eu quase me rendi ao sofrimento dele. Ele estava uma decadência humana, depressivo, estava acabado de noites mal dormidas.

[...]

No fim de semana eu e a mãe fomos para a fazenda matar saudades, era raro não irmos. A cabana que meu pai construiu para morarmos ao chegar no Brasil, era meu recanto e refúgio.

Ao retornar para casa no domingo a noite, eu vinha sempre revigorado por ter estado no roça. Dentro de mim uma suave tristeza da traição, porém, já não sentia mais a repulsa dos dois. Eis algo que eu não gostava, era sentir ódio em meu coração, isso amargava a minha vida.

Eu me sentia diferente nessa segunda-feira, não saberia descrevê-la nem que eu tentasse dissertar as sensações sentidas. Sentia no meu espírito uma força incrível, era como se eu tivesse a capacidade de resolver os problemas mais difíceis da vida, eu me sentia livre e feliz.