Capítulo 09

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Eu fiz tudo o que pude...

Marcelo continha as lágrimas imaginando que poderia perder sua mãe. Levei-o me aguardar na sala de espera perto da sala cirúrgica. Entrei me preparar para a cirurgia da Susana. Preparado eu segui até onde o Marcelo aguardava — Amor, eu quero que te preparem e você entra comigo, acompanha a cirurgia, não te quero aqui sozinho.

Ele anuiu e uma enfermeira o preparou. Entramos, o coloquei sentado, sussurrei a ele — Vai dar tudo certo, Celo, confie em Deus. E que Ele guie minhas mãos.

Passou-se uma hora de cirurgia, Marcelo chorava em silêncio. Com mais uma hora de cirurgia, ele não suportou a pressão psicológica de saber da gravidade da cirurgia. Dr. Carlos o medicou com um leve sedativo e um enfermeiro o levou descansar na minha sala. Quase todos os meus funcionários, agora sabiam que nós éramos noivos.

Pareceu que a cirurgia durou mais do que teria de durar, exausto eu terminei a cirurgia da Susana. Na minha sala uma funcionária me aguardava — Dr. Luiz nós, precisamos que resolva uma pendência na recepção, um probleminha urgente doutor.

— Pode ir, logo irei resolver isso.

Ela anuiu e na porta parou nos olhando e sorridente me perguntou:

— Dr. Luiz, espiculei mais ele não me contou, os dois namoram?

Eu ri — Não só namoramos, como estamos noivos e vamos nos casar muito em breve.

— Formam um belíssimo casal, parabéns, Dr. Luiz.

Agradecemos, ela saiu, olhei no Marcelo:

— Desculpa o jeito dela, mais é uma ótima funcionária.

— Tudo bem amor. E a mãe, como ela está, Lu?

— Está na U.T.I. Celo, assim ela fica melhor monitorada.

— Lu, por favor, me leve vê-la.

— Amor, preciso resolver algo na recepção e iremos.

— Certo, amor, te aguardo aqui.

[...]

Na U.T.I. Marcelo conversava com Susana, a anestesia já havia passado. Ela estava tão fraca, lento abriu seus olhos olhando seu filho que estava em lágrimas.

Ela falava extremamente fraca — Filho, aliás, meus filhos. Ouçam, sei que se amam e vão viver juntos. Amem-se, se respeitem e evitem brigas.

— Pare com isso mãe, parece que você vai...

— Morrer, desencarnar, é isso que está acontecendo filho, chegou minha hora de partir.

Marcelo se agarrou em Susana aos prantos:

— Não, não, não mãe, você não vai morrer.

— Filho, lembre-se dos ensinamentos Kardecistas, apenas vou com seu pai para outro plano espiritual. Ele está aqui, veio me buscar e fala que o ama demais.

Marcelo chorava como criança, chorava copiosamente sabendo que perderia sua mãe. Susana nos abençoou no amor, a nossa futura união dizendo lindas palavras de amor a nós dois. Suspirou me fazendo derramar lágrimas, nós estávamos a perdendo. Pela primeira vez eu perdi uma paciente, grande amiga, sogra e mãe do meu noivo.

Suspirou e as aparelhagens apitaram avisando que ali acabava essa vida para Susana. Marcelo agarrou-se em mim aos prantos. Desliguei a aparelhagem com minha visão turva pelas lágrimas da dor da perda, a mim era tão triste perdê-la, quanto ao Marcelo. Eu dei meu máximo para salvá-la, porém, não sou Deus e o problema cardíaco de Susana era somente um milagre. Marcelo estava desorientado pela emoção abalada — Celo, vou te levar para minha casa até que a gente se case, não quero que fique sozinho até o casamento.

Sou Homem e Amo outro Homem - Livro 01 -Onde histórias criam vida. Descubra agora