Capítulo 10

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O jantar na casa do Dr. Mateus...

Eram vinte horas quando chegamos na casa do Dr. Mateus e do Júlio. Ele morava em uma cobertura de um lindo prédio. Subimos até o último andar e após a campainha, aguardamos um bom tempo, sabendo que a casa dele era grande excessivamente. A funcionária dele nos recolheu nos levando até eles que estavam rindo muito de algum assunto.

Cumprimentos e o Júlio sorriso de orelha a orelha — Mai quanta felicidade de te vê aqui na casa do Mateus, dotô Luiz e Marcelo, se abanque no sofá.

— Grato Júlio — Sentamos bem a vontade —

— Sua mãe, por que não veio junto, Luiz?

— Ela está com a minha tia que veio da Suécia, tempos não se viam, estão matando saudades.

— Que bom ela está com a irmã. Bebemos algo meus amigos?

— Júlio, você está tão mudado, muito mais bonito do que já era naturalmente lá na fazenda sem se arrumar como está hoje, pense agora, uaaau.

— Intão dotô Luiz, chegamo e a mãe dele tava na casa, pense eu tremendo de medo dela.

Eu disse rindo — Realmente a mãe dele não é nada fácil.

Dr. Mateus concordou — Ela é complicada mesmo e não gostou da ideia de eu viver com o Júlio. Vocês dois nem imaginam o que ela já fez para ver se o Júlio voltava para a fazenda.

— Tenho até receio de imaginar, Mateus — Eu disse receoso —

— Humilhou como pôde o Júlio me dizendo que ele deveria entrar em casa pela porta dos fundos, pela área de serviço. Eu enlouqueci e para não brigar ainda mais com a mãe, eu levei o Júlio fazer compras, cortar o cabelo, compramos um guarda roupa novo para ele, meu presente para ele. Quando chegamos em casa da sua fazenda, demos de cara com ela. O pior, ela teve um ataque de fúria por que ele trouxe suas poucas roupas em um saco de estopa ao vir da fazenda.

— Intão, eu num tenho, baum, eu num tinha mala de viajá e usei um saco de estopa memo, ela enloucou cum eu — Júlio suspirou — Mai ela num vai dexá nóis em paz Mateus. Ela vai me aprontar arguma coisa ainda, só vai vê.

— Eu não ligo amor, deixa ela que esperneie, o importante é você estar aqui comigo por que eu o amo do jeito que você é. Não deixo ela te fazer mal nenhum, Júlio.

— Sei não Mateus, ela é uma jararaca e provô sê uma. Ela teve corage de fala pra eu que meu lugar não é do lado do Mateus, eu um simpres caipira. Agora eu sô caipira mai vai vê daqui um tempo, vô cê um dotô tamém que nem oceis dois são. Quero sê médico da criançada.

Eu disse feliz pela determinação do Júlio — Estude e você sendo um pediatra, reservo uma vaga para você no hospital, emprego garantido você já terá.

— Aguardá intão dotô Luiz, isso vai ser logo, ocêis vão vê, vô dá orguio procê Mateus.

— Eu sei amor — Se beijaram apaixonados —

Marcelo não quis beber, eu tomei uma dose de uísque, nunca fui de beber muito, ainda mais dia de semana. Os dois estavam radiantes, sentados na poltrona namorando. Parecia que Dr. Mateus estava amando de verdade o Júlio e isso me deixava muito feliz.

Júlio nos fez rir muito — Mai home de deuso, acredita que o loco do Mateus vortô naquele domingo de noite lá na fazenda falá cum eu?

— Então, Júlio nos conte em detalhes isso tudo.

— Conto memo dotô Luiz, u ocê qué contá, Mateus?

— Pode contar você amor, vou complementando se precisar contar algo que por ventura você possa esquecer de relatar das nossas loucas aventuras.

Sou Homem e Amo outro Homem - Livro 01 -Onde histórias criam vida. Descubra agora