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Carolina Narrando:

Acordei por volta das 11h com o despertador no meu ouvido, fui direto pro chuveiro, tomei um banho quente, vesti um short cintura baixa que ressaltava meu corpo, uma camisa soltinha florida, calcei meus chinelos e deixei meu cabelo solto, logo em seguida desci para tomar café com a Sofia já que meu irmão já tinha ido "trabalhar".

Meu irmão é subdono do morro do Alemão, nossos pais eram empresários ricos, mas morreram em um acidente, tínhamos dinheiro o suficiente para viver luxuosamente até aparecer cada dia mais dívidas a serem pagas, com isso tudo que nos restou foi o suficiente para comprar uma casinha no complexo, meu irmão se tornou subdono e melhor amigo do recém falecido João Henrique, voltamos a viver no luxo, tudo fruto do dinheiro do tráfico, nunca deixei com que o dinheiro me deixasse nojenta, mas bem que eu gostava de ostentar..

Sofia estava na mesa devorando seu sétimo pedaço de bolo como a mesma disse, e estava bem empolgada.

— Acredita que o Rafael comentou minha foto ontem? — disse suspirando.
— Já disse pra não se iludir com ele Sofia, ele vive pegando a piranha da Rafaela.
— Não me iludo, enquanto ele não me quer, eu me divirto também — riu.
— Então tá bom, vou comprar um refrigerante na padaria e volto — dei um beijo em sua bochecha e sai em direção a mercearia do seu Zé. Estava andando um tanto distraída quando alguém esbarra em mim me fazendo cair com tudo no chão.
— Não olha por onde anda não idiota? — disse extremamente nervosa enquanto me levantava.
— Você que anda viajando por aí — disse rindo irônico.
Assim que me levantei pude o encarar, e nunca tinha visto esse homem no morro antes.
— Tá achando que aqui é bagunça novato?
— Olha como fala comigo florzinha.
— Não tenho medo de você não meu bem — falei cerrando os olhos, e lhe dando um empurrão em seguida, e já fui me retirando. Babaca!
Comprei o refrigerante e voltei pra casa, desta vez estavam reunidas Juliana e Sofia.
— Qual a fofoca da vez piranhas? — disse me sentando ao lado delas.
— Hoje tem baile — disse animada.
— Mas hoje é quarta feira.
— O novo dono do morro chegou! — disse sorrindo — Hoje o Rafael não me escapa.
— Iremos arrasar — pisquei pra elas.
— Vocês tratem de arrumar um boy! — disse a Ju nos intimando.
— Você que trate de voltar pra pista! — disse rindo e ela nos reprovou com a cabeça.
Fomos ao shopping durante a tarde escolher nossas roupas para o baile que ia estar sensacional hoje, comprei um vestido preto curtinho, colado, e um salto preto, chegamos em casa e já eram 19:30, fui tomar banho para me arrumar. Fiz uma maquiagem bonita mas não muito pesada, deixei meus cabelos soltos, postei uma foto no face, e desci, na sala estava: RG, FR, e o meu querido irmão, TH, quando estava descendo pude ver um O se formando na boca dos três.
— Está linda minha princesa — meu irmão disse beijando minha testa — Juízo!
— Tenho de sobra! — disse rindo, e logo em seguida as meninas desceram, Ju deu um beijo no FR, e o RG ficou secando a minha irmã. Todo mundo sabia que ele era doido com ela, mas não podia ver uma piranha passando que enlouquecia. Chegamos no baile e estava bem movimentado, logo vi a dupla das piranhas: Olivia e Rafaela, elas nos olharam de cima abaixo, e a Rafaela já foi pra cima do RG, que claro, não negou! Me posicionei na pista e comecei a dançar com as meninas, a gente subia, descia, e mandava o quadradinho, as piranhas morriam!! Quando estava dançando senti alguém pegar na minha cintura, só Deus sabe como eu odeio nóia me agarrando em baile, sem nem ver quem é já virei um tapa na cara do infeliz, e quando fui ver, era o idiota de mais cedo pra variar.
— Tá achando que é quem pra relar a mão em mim? — perguntei peitando o mesmo que estava com a raiva estampada nos olhos.
— Cu de piranha não tem dono! — riu irônico, e eu dei outro tapa na cara dele, que apertou meu braço com força.
— Vai me soltar ou quer o terceiro tapa? — ele me soltou, e saiu andando.
Voltei a dançar, e bem que o idiota era um gato, vi ele se agarrando com a Olivia e já me deu mais nojo! Então chegou a hora da apresentação do dono do morro, e eu não acreditei quando vi.
— Então como todos sabem, o João Henrique morreu no confronto com o Vidigal, e quem vai assumir agora sou eu, PH, ou anda na linha, ou já sabem — disse me fitando de cima do palco, ri irônica e sai pra respirar um pouco.
— Agora sabe quem eu sou princesinha? — ouvi aquela voz grave vindo de trás de mim, nem precisei olhar pra saber quem era.
— Não tenho medo de você — disse me virando e o encarando.
— Deveria — disse apertando meu braço.
— Mas não tenho — ri irônica — Sou irmã do TH.
— Mas eu ainda estou acima dele.
— E quem disse que eu me importo? — pisquei e sai andando.

IRONIAS DO MORRO - IOnde histórias criam vida. Descubra agora