IRONIAS DO MORRO - I

Quatro.

PH Narrando:
Não queria ter nem pensado em relar a mão na Carol, mas ela me tirava do sério com aquela marra dela, e ainda tinha que se envolver com o irmão do Terror? Só podia estar brincando comigo, me droguei, coisa que não acontecia a muito tempo, e quase matei ela enforcada, estava arrependido claro, mas precisava mostrar pra ela que no meu morro, eu dito as regras e não ela! Fiquei pensando lá na boca até que o RG chegou.
— E aí mano, o que tu fez com a Carol? — disse se sentando — A mina chegou aos prantos e eu nunca vi ela nem chorar.
— Vacilei, mas pô, tinha que sair logo com o irmão do Terror?
— Tô ligado que ela vacilou, mas ela não sabia né, Carol é pela orde demais, se for vagabundar com ela, melhor tu ficar longe.
— E você brinca pouco com a Sofia né?
— Minha história com ela é complicada.
— Vou pra casa, dia hoje foi pesado.
— Vai na fé
Fui pra casa, acabei comendo uma lasanha que a Dona Rosa tinha deixado na geladeira, fiquei pensando e apaguei.

Carolina Narrando:
Era só o que me faltava! Aquele idiota achando que eu era X9, acho que ele esqueceu que eu sou irmã do sub do morro né? Só pode! Ele quase me matou enforcada, meu pescoço estava roxo, e eu voltei pra casa aos prantos, nunca fui de chorar, mas nunca me entreguei pra cara nenhum, sempre fui muito fechada com meus sentimentos, e eu não sabia o efeito que ele tinha sobre mim, e o pior de tudo, era que ele tratava as mulheres como lixo, objeto sexual, e eu desprezava isso, mas não conseguia me manter longe, algo me prende nele. Dormi com meus pensamentos, acordei no dia seguinte com a Sofia me enchendo de beijos, minha irmã era a melhor mesmo!
— Bom dia meu amor — a abracei.
— Está melhor?
— Acho que sim — respirei fundo, e me levantei.
— Vai ter um luau na praia hoje, vamos?
— O PH vai? — ela assentiu — Não posso fugir dele, preciso mostrar que estou por cima.
— Essa é a Carolina que eu conheço! — riu animada.
Ficamos fofocando a tarde toda em casa mesmo, quando deu umas 19h a Ju chegou para se arrumar com a gente. Coloquei uma blusinha estampada com uma saia preta, uma rasteirinha, fiz uma maquiagem leve, tirei uma foto e postei, e adivinhem quem foi o primeiro a curtir? Sim! Pedro Henrique Mota, que ódio.
— Vocês estão lindas meus amores! — disse as olhando.
— Bora curtir que a noite promete! — Ju falou animada.
Descemos e fomos, TH e eu na frente, Sofia, FR e a Ju atrás, estava bem movimentado e tinha um piso que supostamente era a pista no meio da areia, amo! Comecei a dançar com as meninas até que avistei o PH chegando com o RG que já chegou na Sofia, o mesmo ficou me encarando se longe e eu fui pegar uma bebida no bar que era um pouco mais afastado, quando me virei, lá estava ele, tão previsível!
— Me desculpa por ontem — disse me olhando.
— PH, não precisa me pedir desculpas, não temos nada, só não brinca comigo achando que sou as piranhas do morro que tu tá acostumado, porque eu não sou! — falei firme olhando nos olhos dele.
— Você sabe que não é igual a todas do morro.
— Mas você me tratou como se fosse.
— Por que tem que ser tão complicada Carolina? — perguntou com a voz baixa.
— Por que tem que fazer tudo errado sempre Pedro Henrique? — disse baixo, e sai andando, deixei ele lá parado, pensativo.
Ninguém o chamava pelo nome, e o TH me contou isso, eu estava louca pra beijar ele, mas não podia me desvalorizar assim, amor próprio em primeiro lugar sempre!