A primeira semana de faculdade passou bastante rápido. Quem me dera que o resto do ano passasse assim. Vi o Salvador e a Maria várias vezes. A Maria limitava-se a acenar-me e não desenvolvia grandes conversas comigo. O Salvador mandava-me mensagens, perguntava-me se estava tudo bem e chegámos a ir às compras duas vezes. Ele sabe o efeito que as compras têm em mim.
As noites são o que mais me custa porque me encontro sempre sem nada para fazer e acabo por me refugiar nos livros. Acabei de ler o The Catcher in the Rye e comecei a ler o Wuthering Heights. Alguém que me pare, por favor!Era sexta-feira à noite e decidi prendar-me com uma ida ao bar. Estava a precisar de descontrair e esquecer os meus problemas. Acabo por tentar arranjar-me minimamente, vestindo um vestido simples.
[...]
Quando cheguei, o bar estava praticamente vazio. Mas quem te manda vires para um bar, a uma sexta-feira, às nove da noite, Mafalda Margarida? Loser! Sento-me num dos bancos altos, ao balcão e acabo por pedir uma Somersby. És tão triste, Mafalda!
- Mafalda? És mesmo tu – ouço uma voz masculina do meu lado direito e viro-me na sua direção.
- André! Olá! Não esperava ver-te aqui... Quer dizer... Não espera voltar a ver-te. Nunca... - digo atrapalhada.
- Uma pessoa tem de se divertir de vez em quando, não pode só ouvir estranhos a falar sobre os seus problemas – ri-se e eu junto-me a ele. O sorriso dele sempre foi assim tão bonito? Cala-te Mafalda, isso é só álcool a falar por ti!
- É verdade – continuo a rir – Já agora, desculpa por isso.
- Pelo quê?
- Por te ter feito perder tempo por causa de coisas sem importância...
- Ora essa. Mas por falar nisso... esse assunto já se resolveu?
- Sim, pode dizer-se que sim – minto-lhe.
- Ainda bem – lança-me um sorriso aberto e brilhante. Damn – Estás sozinha? – faço que sim com a cabeça – Não queres juntar-te ao meu grupo? Estou com o meu irmão e uns primos... Prometo que eles não mordem... Não ainda, ainda não beberam o suficiente – acaba por se rir.
- É uma proposta tentadora – rio-me também – acho que vou aceitar. Ele levanta-se e eu levanto-me a seguir, antes de ele me conduzir à sua mesa. Estavam lá três rapazes. Pareciam ser todos mais novos que o André.
- Meninos – chama-lhes a atenção – Esta é a Mafalda - dizem-me todos 'olá' e sorriem – Este é o Afonso, o meu irmão mais novo – aponta para o rapaz mais à esquerda. As parecenças são indiscutíveis – O Hugo, o primo mais velho aqui presente porque o seu irmão decidiu baldar-se – ri-se – E este é o Zé, o mais novo dos sete, sem contar com o Diogo, que não tem idade para sair à noite – eles riem-se todos com o que o André diz. Acabamos por nos sentar os dois e do meu lado direito fica o André, do lado esquerdo o Zé.
- É ainda mais bonita do que aquilo que o André referiu – o Afonso comenta para o ar. Eu olho para o André com ar de questionamento.
- Eu apenas referi que tinha conhecido uma rapariga bonita na praia, o resto é invenção do meu irmão – diz, envergonhado, e eu e os outros riem-se.
- A primeira pergunta para saber se estás aprovada é: és portista? – o Afonso pergunta diretamente para mim. Oops!
- Acho que não vais gostar muito da resposta – digo-lhe.
- Oh, pelo menos diz-me que és lagarta – ele diz, quase em forma de suplico.
- Ui, de mal a pior – gozo e acabam todos por se rir - Sou do Benfica, o melhor de Portugal, com muito orgulho. Hashtag rumo ao 36 – rio-me e o Afonso tranca a cara, fingindo-se ofendido.
- Desculpa mas acho que esta relação não tem futuro. Next! – o Afonso brinca e todos nos rimos e mantemos a conversa.
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Eu não tenho qualquer tipo de calendarização para publicação dos capítulos. Eu publico-os quando e porque me apetece por isso não achem estranho se estiver uma semana sem publicar ou publicar duas vezes no mesmo dia.
Estava a escrever um capítulo bastante triste e por isso decidi prendar-vos com este. Espero que se deliciem. Desculpem por ser tão curto. No próximo há confusão. Permaneçam atentos!