Namoro de Mentira - H.S| RETIRADA

Capítulo 3

Melina Gardner

- Namorado? Sério Gabriela? - meu tom de voz saí mais alterado do que queria.

- Desculpa! Mais quando eu liguei pra lá, foi a idiota da sua irmã que atendeu. E você sabe que eu não suporto ela, então ela veio com aquele papinho: Aposto que Melina não vem! Deve ficar com vergonha que até o irmão mais novo vai casar e ela não. - A sua falha tentativa de imitar a voz de Lisa me faz rir. Rir, quando na verdade eu quero chorar e me descabelar.

Acho que de todas as minha mentiras que inventei para minha família, namorado, nunca foi uma delas.

- Okay mente brilhante. Me diz, como vou arranjar um namorado? Não vai me dizer que é pra mim contratar aqueles garotos de programa. - pergunto sarcástica revirando os olhos. Isso vai me dar uma dor de cabeça.

- Na verdade foi isso o que pensei. - lanço um olhar mortal para ela. - Mais depois eu lembrei de algo, ou melhor, de alguém que me devia um enorme favor.

- Do que você tá falando? - Gabi as vezes tinha idéias dez vezes piores que as minhas.

- Há algum tempo, eu fiz um favor para uma certa pessoa, então ela vem me devendo isso há algum tempo. E tá mais do que na hora de cobrar isso.

- Gabriela para de enrolar e fala logo! - odeio enrolação, me tira a paciência rapidamente, irônico não? Já que eu vivo enrolando as pessoas.

- Harry estava me devendo um favor. Então eu pedi pra ele fingir ser seu namorado por um tempo até depois do casamento do seu irmão, depois vocês fingiam que terminavam e inventam alguma coisa, eu sei que minha parte eu fiz, arrumei um namorado pra você, então você não precisa mais inventar mais uma de suas mentiras super estranhas, tudo bem que isso também é uma mentira, mais pelo menos você não vai inventar de dizer que eu morri ou algo parecido. E eu sei que estou falando de mais, mas fazer o que eu não sei como você vai reagir então. Ei que horas deve ser? Acho que já tenho que ir sab...- A interrompo quando ela levanta para ir embora e a empurro para o sofá.

- Nem pense em levanta dai garota! - aponto meu dedo para ela. - Harry? Harry Styles? Meu Deus Gabi! Porque não um mendigo?

- Melina olha, sei que vocês tem algumas desavenças.

- Algumas? - digo sarcástica. Harry Styles era simplesmente a pessoa mais idiota da face da terra. Quando Liam nos apresentou, eu confesso que até gostei dele, mais suas atitudes estragaram tudo.

- Melina faz dois anos isso, Harry mudou okay? Ele não é mais aquele idiota de antes. Tá continua idiota, mais não como antes.

- Nossa isso me tranquiliza muito Gabriela!

- Para com esse "Gabriela", parece que tá brigando comigo! - reclama.

- E ele aceitou assim? Me ajudar? - ignoro sua reclamação.

- Bom, eu pedi e ele só falou: "Tudo bem". Com aquela voz rouca que ele tem. Se eu não amasse tanto o Liam, Harry seria meu alvo.

Me sento ao seu lado no sofá e respiro fundo. Isso tá cada vez pior, Harry como meu namorado de mentira é uma tortura. Ele pode ser idiota e tudo mais, porém de todos os defeitos que ele tem, ele é um puto de gostoso. Ficar ao lado dele é tortura para qualquer mulher comprometida ou solteira. Pelo pouco tempo que conheci e convivi com ele, percebi que onde ele estivesse, sempre era alvo dos olhares de todos.

Faz exatamente dois anos que não nos vemos, a última notícia que tive dele, foi que se tornou presidente da empresa de sua família em Los Angeles. A última vez que tivemos juntos, não foi muito agradável posso dizer, na verdade não tenho certeza do que ela foi pra mim. Não sei explicar o que realmente aconteceu, assim também como não sei explicar como me senti.

- Se você falou com ele, e o mesmo aceitou, isso quer dizer que ele voltou não? - pergunto curiosa, durante todos esses tempo, eu sempre procurei saber menos sobre ele, o motivo? nem eu sei explicar o porquê.

- Ele chega amanhã de manhã. - responde.

Balanço a cabeça concordando. Gabi levanta avisando que já tem que ir embora. Ela saí me deixando ali sozinha com meus pensamentos perturbados. Olho para a cozinha onde as sacolas de doces estão. Aquilo com certeza iria estragar, nunca fui muito fã de doces. Guardo tudo dentro da geladeira, depois daria eles para as crianças do apartamento de baixo, o casal tinha quatros filhos. Nunca os questionei por isso. Eles disseram uma vez que o sonho deles sempre foi ter somente três. Só que na terceira vez veio gêmeos.

Volto a me jogar no sofá cansada. Na mesinha de centro há fotos minhas com meu irmão. As fotos são de quando me formei na faculdade, ou são do dia do casamento dos nossos tios. No raque há outras também, uma em especial foi minha mãe que me deu quando vim morar sozinha. Nela tinha nossa família reunida no meu aniversário de dezesseis anos. Meus pais, meus avós, meus irmãos e o meu ex-namorado, que agora é marido da minha irmã.

Até hoje não sei porque ainda tenho aquela foto ali. As vezes eu a esqueço, mais aí tem horas que estou sentada no sofá, sem nada para fazer, e então ela está ali, para me lembrar do meu passado. Dramática eu? imagina.

Meu celular apita e o pego lendo a mensagem.

Mamãe Online

Melina você realmente virá para o casamento de seu irmão?

Sim mamãe. Irei, pode ficar tranquila.

Espero mesmo. E vamos conversar sobre esse namorado.

Okay mamãe. Até o casamento.

Até o casamento uma ova. Chego em três dias e vamos conversar.

Como assim? Mamãe!

Ela não me responde mais, me fazendo bufar. Eu ainda mato essa Gabriela. Agora mais um inferno pra minha vida. Agora ela não irá mais me deixar em paz me pressionando. Levanto do sofá e vou para o quarto, tudo o que quero é que isso acabe rápido. Que isso não passe de um sonho, ou melhor, pesadelo.

Preciso dormi, preciso que esse dia acabe logo. Quando me levanto para ir deitar, ouço batidas na porta. Vou resmungando até mesma, quando abro, encontro Sérgio, um dos caras que sempre faz entrega pra empresa, parado com uma pilha de documentos nas mãos e minha chaves em cima.

- Alicya me pediu para deixar aqui. - Sérgio devia ter em média uns dezoito ou dezenove anos. Pelo o que eu sabia, estava prestes a entrar na faculdade de publicidade.

- Ah sim. Obrigada Sérgio. - agradeço pegando os documentos. Aceno em despedida e fecho a porta quando o vejo caminhar até o elevador.

Minha idéia de dormi e esperar que o dia acabe, vai por água abaixo. Terei agora que mergulhar no trabalho, espero que isso me ajude a parar de pensar um pouco. Sigo para o escritório improvisado que fiz no quarto de hóspedes, prendo meus cabelos num coque e me sento. Isso vai demorar e muito, desligo o celular e procuro meus óculos de leitura. Os acho jogados em uma gaveta, hoje em dia, só os uso quando estou lendo. Na adolescência, meus óculos foram motivos de muito comentários desagradáveis.

Vamos lá Melina, não pense no passado. Pense no agora, e se concentre nessa pilha de documentos para ler.