Abri os olhos e encarei o teto, meu estômago roncou. Me levantei e tentei abrir a porta mas ela estava trancada como nos outros dias eu nem tinha mais forças para tentar arrombá-la. De repente percebi que tudo estava silencioso, era como se todos estivessem dormindo.
"O que Soraya fez agora?", pensei.
Ouvi barulhos no corredor.
_ Ei! Ei! Alguém abre aqui!
Corri para a porta e ouvi barulho de chaves. Uma cabecinha surgiu e um sorriso se formou para mim. Maíze. Um sorriso falso.
_ Bom dia! _ falou ela entusiasmada.
Minha vontade era de amassá-la na porta mas então ela entrou no quarto.
_ Está com fome? _ perguntou.
Revirei os olhos.
_ Qual é a próxima pergunta idiota?
Ela me encarou e eu encarei ela. Ficamos nos encarando.
_ Será possível que você não morre?
_ Quem nasceu pra vencer não morre tão cedo... _ forcei um sorrisinho.
_ Ah, você quis dizer perturbar?
_ O que veio fazer aqui?
_ Vim saber qual seu estado.
_ Só isso?
_É.
Bufei.
_ Então perdeu seu tempo.
_ Não perdi não..._ Maíze foi até a porta. _ Agora sei que falta pouco pra nos livrarmos de você.
Antes de ela sair fui até ela e peguei seu braço.
_ Pois saiba que esse pouco que você diz vai ser o tempo que me resta pra acabar com você e com aquela cobra que você chama de protetora.
Maíze franziu o cenho e saiu rapidamente me trancando. Não tive nem oportunidade de pegar a chave dela, me encostei na porta e chorei. Onde estavam meus amigos? Será que até eles estavam com medo de mim? Deveriam estar sofrendo e sabendo que a culpada de tudo era eu...
Mas se fosse por isso deixaria Soraya de lado, até me mataria se o preço fosse perder a amizade deles, se fosse preciso eu pararia o plano idiota apenas pra sobrevivermos.
Sim, eu pararia.
CH
Era um sonho?
_Laurinha, Laurinha. _ era a voz de Tiago no meu ouvido.
_ Hum? _ murmurei ainda de olhos fechados, a fraqueza de meu corpo era tanta que parecia que ia morrer cada vez que dormia.
_Vamos Laurinha...
_ Tiago... _ sussurrei. Ele estava ali! Como tinha conseguido entrar?
_ Vem comigo.
Ele me levantou e me apoiou em seu ombro, fui cambaleando ao seu lado, saindo da prisão.
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CHIQUITITAS - Innocence
General FictionEssa não é uma história para crianças. É apenas a história de uma garotinha orfã que foi criada por uma mulher pobre mas logo depois foi deixada em um orfanato onde viveu com seus melhores amigos. Quando uma terrível tragédia a fez sair de lá e ir...