Capítulo 1

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Sonho de Amor (2017)

Helena Scarlet Winshester era uma professora do Ensino Médio, adorava ensinar História aos seus alunos.
Desde quando abriu a Escola Particular Vincent Castro, nunca pesou em deixar de lecionar, em alguns momentos teve medo de não conseguir conciliar a função de diretora administrativa e de  professora, mas para a sua alegria, isso não vem sendo um problema.
Aos seus quarenta e oito anos, Helena ainda provoca certa cobiça entre os homens, inclusive nos alunos de sua escola, que a veem como um objeto de desejo, amor platônico, assim como faziam com atrizes da Tv.
Os olhos verdes que possuía era algo completamente único de que completava perfeitamente sua beleza.
E claro que essa cobiça por Helena não passava despercebida aos olhos de seu marido, Alonso Winshester.
Alonso já tinha lá os seus cinquenta anos, sempre fora muito galanteador com Helena, e isso não mudou mesmo com quase trinta anos de casados.
Tinha orgulho da mulher independente que Helena havia se tornado, mesmo após o nascimento de Pedro, hoje com vinte e cinco anos.

Parecia uma manhã como outra qualquer na casa da família Winchester.
Não para Helena, que mais uma vez sua noite tranquila fora roubada por àquele sonho de novo.
Levantou de sua cama e olhou Alonso ao lado, ele ainda dormia profundamente. A casa toda estava silenciosa, afinal não se passava das seis horas da manhã.
Fez sua higiene e ainda de camisola, desceu para preparar o café da manhã, não tinham empregada, embora morassem em uma casa generosamente grande.
Alonso vivia prometendo contratar uma, mas nunca conseguia tempo, aliás, essa era uma resposta para praticamente tudo naquela casa.
Deixou a mesa posta, sabia que ainda demorariam um pouco para acordarem. Subiu e começou se arrumar para sair. Enquanto se arrumava, Alonso acordou, tomou um banho, se vestiu e depois desceu para tomar café.
Somente após meia hora foi que Helena desceu para tomar café junto com sua família.
Ela chegou na cozinha, colocou sua bolsa no balcão e sentou-se junto a mesa.
He: Bom dia, amor. - beijando-o -
Alo: Pensei que não desceria nunca. - rindo -
He: Engraçadinho. Preciso que contrate uma pessoa pra me ajudar aqui em casa, eu não conseguindo fazer tudo.
Alo: Ah, eu me esqueci de te falar, eu conversei com a senhora que faz a faxina da empresa, ela indicou uma afilhada dela.
He: Ótimo, com indicação é melhor.
Alo: Quem que eu agende uma entrevista com você.
He: Não, amor. Eu não tenho tempo pra isso. Resolve isso pra mim. Eu nem acredito que amanhã já é sábado, essa semana parecia não ter fim.
Alo: A gente podia viajar esse fim de semana, o que acha?
He: Seria maravilhoso, mas você sabe que não posso viajar assim, domingo preciso preparar aula. Temos que esperar algum feriado prolongado.
Ela se levantou e foi até a pia para pegar um copo pro suco, ele se levantou e foi junto a ela.
Alo: Podemos ir a outro lugar então. Por aqui mesmo em Sorocaba.
A professora virou se de frente para ele e recostando-se da pia da cozinha, o provocou com uma voz sedutora:
He: E onde exatamente você quer me levar? - sorrindo -
Alo: Acampar!
Aquilo foi como um balde de agua fria nos pensamentos de Helena.
He: Acampar? - desanimada -
Alo: O que foi? Não gostou da ideia?
He: Ah, amor. Achei que me levaria pra um passeio de barco. Você sabe o quanto eu quero ir. Agora acampar? Mosquitos, bicho... Não gosto de bichos, você sabe que eu tenho medo.
Ele estava decidido a convencê-la.
Alo: Eu te levo pra um passeio de barco nas suas férias. Agora se for comigo acampar, eu realizo aquela sua fantasia. Lembra? - sorrindo -
Ela sorriu desconfiada para ele.
He: Está brincando comigo. - sorrindo -
Alo: Eu juro que não. Eu faço do jeitinho que você quiser. - beijando-a suavemente -
He: Isso é bem convidativo. Mas sabe que mesmo que eu aceite acampar só iremos no próximo feriado prolongado.
Alo: Tem razão, poxa. - afastando -
He: Agora eu vou ficar contando os dias. - rindo -
Ele voltou até ela e a prensou contra a pia, ela sentia o volume que ele formava entre as pernas.
Alo: Podemos enganar essa ansiedade aqui mesmo, não precisamos esperar.
A voz tinha o tom da provocação, e dita ao pé do ouvido de Helena, tinha o efeito perfeito.
He: Não, de jeito nenhum. O Pedro já deve estar descendo pra tomar café.
Alonso foi ousado, desceu com uma das mãos pelo corpo de sua mulher, e com intensidade massageou entre suas pernas.
Ela vestia uma calça jeans, isso não a deixa sentir por completo aquele toque, mas já era o suficiente para fazer com que seu corpo tremesse e sua respiração em certos momentos fosse cortada.
Alo: Desabotoa a calça.
He: Não posso - ofegante -
Alo: Não vai conseguir resistir, Helena. Eu te conheço. - sussurrando -
O momento fora interrompido bruscamente por Pedro, que veio dizendo o seu alegre "Bom dia" antes mesmo de chegar a cozinha, ou poderia ter presenciado algo que o traumatizaria para sempre.
Pe: Atrapalho alguma coisa aqui? - estranhando a expressão de sua mãe -
He: Não, claro que não.
Eles voltaram junto à mesa para tomar café com o filho. Enquanto se serviam, Pedro começou a falar sobre o fim de semana.
Pe: Então, Pai? Vocês vão viajar?
He: Como sabe disso?
Alo: Não vamos. Sua mãe tem coisas pra fazer no Domingo a noite e não quer viajar rápido assim. Ir um dia e voltar no seguinte.
Pe: Vão esperar um feriado prolongado então?
Alo: Parece que sim.
He: Alonso, não fale assim. Me faz parecer uma careta.
Pe: E você é, mãe. - rindo -
He: Ei, olha o respeito! - rindo -
Pe: Mãe, lembra que eu te disse há alguns dias que um amigo meu que estava morando em São Paulo vai vir pra Sorocaba?
He: Lembro, que ele é Dentista e que ia te ajudar e tudo mais.
Pe: Pois é, como eu estou terminando minha faculdade de Odontologia, ele disse que me daria um emprego de auxiliar no Consultório que ele vai montar aqui na cidade.
He: Que maravilha, filho. E quando é que ele vai montar o Consultório?
Pe: Então, ele vai montar quando ele arrumar um lugar pra ficar aqui em Sorocaba. E é sobre isso que eu queria falar com você.
He: Quer que eu permita que ele fique aqui?
Pe: Sim, não será muito tempo, acredito que no máximo um mês, não mais que isso.
He: Por mim tudo bem, não sei o seu pai.
Alo: Sem problemas, ainda mais porque ele vai te dar um emprego, isso é o mínimo que podemos fazer.
He: E ele vem quando?
Pe: Não sei, mãe. Vou contar pra ele que já tem um lugar pra ficar, acredito que virá logo.
He: Só que me avise quando ele vier, quero ver se consigo preparar algo especial pro jantar.
Pe: Tá, eu aviso sim.
Continuaram o café, Helena olha no relógio como se já estivesse atrasada.
Pe: Então, Pai já que não vai usar o carro esse fim de semana, você me empresta?
Helena ficou tensa e em seguida brava com o rápido sim que Alonso respondeu ao seu filho.
He: Onde você vai?
Pe: Vou até a praia com uns amigos.
He: Não! Não acho isso uma boa ideia.
Alo: Helena, calma. O Pedro não vai fazer nada estúpido, não é, filho?
Pe: É, mãe.
Alo: E eu não quero nenhum arranhão no carro, ouviu bem?
Pe: Pode deixar, pai. Ele vai voltar do mesmo jeito.
Helena ficou brava com o jeito que Alonso e Pedro ignoraram sua opinião.
He: Para que eu falando e ninguém é a mesma coisa.
Levantou-se bruscamente e deixou a cozinha.
Alo: Helena, amor. Volte aqui.
Antes mesmo que ela pudesse deixar a cozinha, Alice chegou e quase esbarrou nela.
Ali: Bom dia, família.
Pe: Bom dia, Tia. Quer tomar café?
He: Não, nós já vamos.
Ali: Tchau, gente.
Sem tempo para mais explicações, Helena segurou no braço dela e foram em direção ao carro. Acomodaram seus materiais e seguiram para a escola.
Assim que Helena ligou o carro, Alice começou a enchê-la de perguntas.
Ali: O que foi aquilo?
He: Me desculpa, Alice. Mas é que eu estava puta com o Alonso.
Ali: Quer falar?
He: É o Pedro pegando o carro de novo.
Ali: Helena, mas já faz tanto tempo.
He: Eu sei, Alice. Mas eu tenho medo, toda a vez que o Pedro sai com o carro eu revivo todo o dia daquele acidente.
Ali: Ele não é mais um adolescente irresponsável, Helena. Já é um homem.
He: Eu sei disso, mas eu ainda não consigo.
Ficaram em silêncio por alguns minutos, quando Alice se lembrou de algo importante que não podia se esquecer de perguntar a Helena.
Alice além de ser cunhada de Helena por ser casada com o seu irmão Eduardo, também era sua melhor amiga.
Quase sempre iam juntas até à escola, Alice também lecionava lá.
Ali: Helena, me conta uma coisa que eu estou morrendo de curiosidade.
Helena adora o jeito engraçado da cunhada, o humor logo de manhã era indispensável para ela.
Mas às vezes se arrependia de dizer algumas coisas, como o fato te estar tendo alguns sonhos eróticos com outro homem.
He: Eu já até sei o que vai me perguntar.
Ali: Teve o sonho outra vez?
He: Eu já nem sei mais o que eu faço. Estão cada vez mais frequentes. Fico até constrangida quando eu estou com o Alonso.
Alice não conteve a gargalhada.
Ali: Não vejo onde isso poderia ser um problema, eu adoraria. - rindo -
Hele: Eu não vou mentir. Claro que no começo eu adorava, mas agora me pego lembrando esses sonhos nas horas mais improprias.
Ali: Me diz, como ele é? - curiosa -
Helena sorriu travessa antes de responder.
He: Típico Deus Grego. Moreno, forte, tatuado. Ai. Me dá calor só de lembrar.
Ali: Eu sinto calor sem nem saber por que, nem é comigo. - rindo -
Hele: Eu preciso me benzer, Alice. Isso não pode ser normal.
Ali: Não é pra tanto, Helena. É só um sonho. - rindo -
Hele: Um sonho erótico! E não é com o meu marido.
Ali: Verdade, qual é a graça de sonhar essas coisas se é com alguém que não existe?
Hele: Você é maluca, Alice. Se fosse alguém que eu conhecesse, toda a vez que eu olhasse pra ele eu ia pensar em...
Ali: Sexo! Claro! E eu ia morrer de rir com essa situação. - rindo -
Hele: Disso eu não tenho dúvidas! - rindo -
Helena teve um dia tranquilo, apesar de exaustivo. Era semana de prova e isso ocupava o dobro de sua atenção em relação aos outros dias.
Ela terminava de arrumar a sua mesa, quando o seu irmão entrou em sua sala.
Edu: Oi, baixinha?
Ele foi até ela e deu-lhe um carinhoso abraço.
He: Edu? O que faz aqui? - surpresa -
Edu: Como assim? Alice me disse que seu carro ia estar na revisão, então ela pediu pra eu vir busca-la.
He: Tem razão, tinha me esquecido completamente.
Edu: Quer uma carona?
He: Não precisa, Alonso vem me buscar.
Eduardo era o irmão mais novo de Helena, já gozava dos seus quarenta e dois anos, mas quase toda a vez se preocupava com ela como um irmão mais velho.
Ele sentou-se na cadeira que ficava atrás da mesa de Helena enquanto esperava Alice.
Edu: Helena, estava pensando aqui. O que acha de fazermos um churrasco em casa esse fim de semana?
Hele: Maravilha! Adorei a ideia. Eu vou falar com o Alonso e depois te falo.
A conversa fora interrompida por Alonso, que abriu a porta da sala de Helena sem avisar.
Alo: Oi, boa tarde. - sorrindo - Oi Edu, quanto tempo.
Alonso cumprimentou o cunhado, percebeu que Helena não o olhou nos olhos, conhecia a sua mulher, quase nunca brigavam, mas quando isso acontecia, ela não conseguia disfarçar.
Edu: Aquela empresa está me sugando até os ossos. É, meu amigo, vida de gerente publicitário não é fácil não. - rindo -
Alo: Você diz como se a de administrador financeiro fosse muito fácil. - rindo -
Ali: Nada comparado ao de uma professora e dona de casa.
Alice entrou a sala de Helena com o semblante completamente exaustivo.
Ali: Acreditam que eu tive que dar conselhos pro relacionamento de uma garota de quinze anos? Gente, nessa idade ela tem que aprender a lavar uma louça pra mãe dela, a fazer um arroz. Pelo amor de Deus.
Ninguém conseguiu conter a risada, Alice era espontânea demais. Ela aproximou-se do marido e deu-lhe um selinho.
Edu: Alonso, eu estava falando com a Helena pra gente fazer um churrasco na minha casa esse fim de semana. O que acha?
Ali: Amei a ideia, já estava com saudades das bebidas que a Helena faz nos churrasco.
Alo: Por mim tudo ótimo, mas você está com o seu banheiro em reforma. Não quer fazer esse churrasco na nossa casa?
Edu: Não, aquilo é uma reforma rápida, acredito que em dois dias já está tudo ok.
Alo: Então fechado. Churrasco esse fim de semana.
Ali: Certo, certo. Tudo combinado então vamos, amor. Estou morta! Quero tomar um banho e tirar um cochilo.
Ela já se aproximava da porta.
Edu: Cochilo? Há essa hora, Alice? - estranhando -
Ela virou-se de frente para ele e com uma piscada de olho discreta para Helena, ela completou:
Ali: Claro, isso é super comum.
Eles deixaram a sala de Helena e em seguida ela colocou sua bolsa no ombro e seguiu para a porta em passos apressados.
Hele: Vamos logo que também estou cansada.
Alo: Amor, vai ficar brava comigo até quando?

Sonho de Amor - 2017 [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora