Capítulo 2

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Ela sequer se deu ao trabalho de respondê-lo. Helena chegou em casa, comeu algo, tomou um banho e se deitou.
Ainda continuava chateada com Alonso.
Ele sabe que ela ainda não superou o acidente que Pedro teve há três anos. Seu único filho ficou em coma por quase quatro meses. Graças à Deus ele não teve nenhuma sequela. Mas poderia hoje não estar vivo.
Alonso sabia quando deveria insistir e quando deveria deixá-la quieta. Aquela noite foi uma delas.
Helena acordou de manhã como de costume, mesmo sendo sábado.
Arrumou o café da manhã para Pedro e Alonso, mas ao contrário dos outros dias, não esperou para acompanhá-lo, bebeu um suco e foi para seu escritório.
Olhava o carro de Alonso pela janela e em seguida checava o relógio na parede.
Logo Pedro já iria pegar a estrada para o litoral.
Alonso desceu as escadas e procurou a mulher, viu que a porta do escritório estava entreaberta e ela estava lá, revisando alguns papeis, ou apenas querendo que ele acreditasse naquilo, afinal não gostava que ele a atrapalhasse quando revisava provas ou recibos da escola.
Ele voltou para cozinha e resolveu tomar o seu café tranquilamente na esperança que nesse tempo conseguisse pensar em como fazer com que Helena esquecesse essa história e parasse com aquela briga idiota.
Pedro desceu as escadas, sentou-se junto a mesa para tomar café, mas logo perguntou a Alonso sobre Helena.
Pe: Bom dia, pai. Onde está a minha mãe?
Alo: Ela ainda está chateada, sabe, por ontem.
Pe: E você ainda está aqui? – estranhando –
Alo: Por quê? – confuso –
Pe: Pensei que tivesse ido amansar a fera. – rindo –
Alo: Estou criando coragem. – rindo – Também queria esperar até que você já tivesse ido.
Pe: Uou! – rindo – Acho que isso foi direto demais, pai. – rindo –
Alo: Estou brincando. Não a parte em que estou criando coragem.
Pe: Minha mãe sabe como ser bem intimidadora as vezes.
Alo: Ah, com certeza.
Pe: Pai, não posso me demorar muito. Eu já vou, queremos chegar o quanto antes.
Pedro se levantou da cadeira.
Alo: Juízo, filho. E não quero vestígio nenhum desse fim de semana dentro do meu carro, ein!
Pe: Ok, pai.
Alo: Cuidado nessa estrada e não vá beber antes de dirigir.
Pe: Está bem, está bem.
Alo: Olha lá, filho. Essa é a oportunidade de mostrar pra sua mãe que ela não tem mais porque se preocupar.
Pe: Eu sei.
Pedro se despediu de seu pai, mas antes de subir para seu quarto pegar as malas, ele foi falar com a sua mãe.
Ele bateu suavemente na porta do escritório, chamou por sua mãe, mas a mesma não respondeu, por isso arriscou entrar mesmo assim.
Pe: Mãe, eu estou indo. Eu queria te dar um beijo antes.
Helena não teve reação alguma, sequer respondeu o filho. Mas quando ele desistiu de se aproximar e virou em direção a porta para deixar o escritório, ela não conseguiu mais se fazer de durona.
He: Espere filho. Vem aqui. – aproximando-se dele –
Ele a abraçou forte, ela tinha o coração inquieta, se pudesse o prenderia junto a ela e não o deixaria sair sozinho nunca mais.
Pe: Dona Helena, Dona Helena.
Ainda apetando Pedro naquele abraço, ela disse:
He: Você sabe que eu ainda tenho muito medo de você dirigindo.
Pe: Mãe, eu aprendi a lição. – soltando-se dela – Fica tranquila, amanhã já estarei de volta.
He: Você está indo com quem?
Pe: Só com o Douglas.
He: Se você se cansar, reveza com ele.
Pe: Ok, mãe. – impaciente –
Pedro deu um beijo carinhoso na testa de sua mãe e deixou o escritório.
Não demorou mais que um minuto até Alonso entrar no escritório.
Alo: Bom dia, amor. Posso estrar?
He: Você já entrou, não é?
Alo: Amor, chega disso. – aproximando-se dela –
Ele segurou carinhosamente os braços dela.
Alo: O Pedro amadureceu, é um homem feito. Eu não posso trancá-lo em casa, precisa superar isso.
Ela ficou em silêncio por alguns segundos.
He: Eu sei que tem razão, mas é que eu não consigo. É mais forte que eu.
Ele a abraçou.
Alo: Ele aprendeu a ser mais responsável, amor. E ele não vai sozinho. Relaxa um pouco.
Ela se afastou dele e o sua expressão mudou novamente.
He: Não precisava ignorar minha preocupação daquela forma no café de ontem.
Alo: Mas você está querendo brigar, ein?
Helena percebeu que ele estava certo. Pedro já havia saído de viagem, já tinha conversado com ele. Não havia mais nada a ser feito.
He: Na verdade, eu quero brigar porque dizem que a reconciliação do casal é sempre inesquecível. – sorrindo –
Era de fato uma mulher de fases e Alonso sem sempre sabia como decifrá-la.
Ele aproximou-se dela e a puxou junto ao seu corpo. Afastou seus cabelos com uma das mãos e sussurrou ao seu ouvido.
Alo: Então eu aconselho brigarmos mais vezes.
Helena riu como a rapidez que seu marido entrou na brincadeira.
Alo: Alias, podíamos começar agora mesmo a nossa reconciliação.
Ela ia beijá-lo, quando ouviram algo. O barulho parecia muito perto, eles foram até a janela de trás do escritório e não conseguiam acreditar.
Alonso riu primeiro.
He: Shiu! Vão nos ouvir.
Alo: Se fosse filha minha eu matava esse rapaz.
He: Como se você nunca tivesse pulado a janela de manhã pra voltar para quarto antes que a sua mãe visse.
Alo: Na verdade eu nunca precisei, eu ajudava você a pular a janela, se lembra? – rindo –
Eles se afastaram da janela, não conseguiam sequer pensar no que a carola da vizinha iria fazer quando descobrisse que sua filha pulava a janela para namorar e só voltava pela manhã.
He: E tem coisa mais gostosa do que pular a janela pra ir namorar? – sorrindo –
Alonso a puxou novamente para seus braços e começou a rir.
He: O que foi? – confusa –
Alo: Você se lembra daquela vez que você pulou da sua janela pra eu te pegar e eu era um magricela, quando você pulou fomos os dois parar no chão? – rindo –
Helena começou a rir.
He: Como eu iria me esquecer, a gente se ralou muito – rindo – Eu era gordinha e ainda queria que você me pegasse. – rindo –
Alo: Gostosa!
He: Como? – rindo –
Alo: Você era e é gostosa!
Ela o olhava, sentia-se confusa, ele não costumava dizer esse tipo de coisa.
Alo: O que foi? É gostosa mesmo, eu tenho a mulher mais gostosa desse mundo.
Ele a beijou um tanto voraz. Quando o beijo parou, Helena sussurrou ao ouvido do marido.
He: Tive uma ideia. – sorrindo –
Alonso conheceu aquela expressão, parecia uma criança que estava prestes a fazer uma travessura.
Alo: Estou com medo, mas muito curioso para perguntar. Que ideia é essa? – sorrindo –
He: A casa está vazia...
Alo: Não, não. Já sei o que quer. – rindo –
He: Ainda não temos empregada, a cozinha é toda nossa, amor.
Alo: A cozinha? – surpreso –
He: É. Por quê?
Alo: Sempre pensei que o seu alvo fosse a piscina.
He: Pensou errado, meu amor.
Ela o puxou para um beijo, logo pela manhã, Alonso poderia arriscar dizer que nunca haviam feito amor pela manhã. Não que tivesse se lembrado, isso dava uma excitação especial.
Helena o beijava e ele a prendia em seus braços.
Aos poucos foram chegando ao cobiçado destino. Ela conseguiria o que andava sonhando naquele dia e com o seu marido, nada de homem imaginário.
Os beijos dela eram com certo desespero, suas mãos exploravam cada parte do corpo dele.
Chegaram até o balcão ao lado da pia, onde ele a segurou pelo tronco e a ergueu, fazendo-a se sentar ali.
Os lábios de Alonso encontraram o pescoço de Helena, ele sabia que ali o efeito era em dobro. A língua cada vez mais umedecida dele fazia com que ela arrepiasse todo o seu corpo.
Abriu os botões do casaco quase imperceptível que ela usava. Ela arqueou para traz quando ele tirou por completo o que vestia a deixando apenas de lingerie.
Era o convite perfeito para que ele saboreasse seus seios.
Ele a provocou covardemente quando segurou seus seios e apenas com a ponta de sua língua, brincou com os mamilos dela.
O latejar entre suas pernas já estava forte, ela fechou os olhos para sentir melhor todo o caminho que ele trilhava em seu corpo.
Ela entrelaçou suas pernas na cintura dele, fazendo com que ele chegasse mais perto.
Então ela o despiu, enquanto tirava sua camiseta despojada de fim de semana, ele soltava os botões de sua própria calça e a tirava.
Helena o beijou mais uma vez, dessa vez um beijo mais demorado. Onde enquanto sua língua brincava com a dele, suas mãos foram de encontro ao volume que já havia formado dentro da cueca dele.
Ela colocou sua mão macia dentro da cueca dela, e em meio aquele beijo ela o massageou. Ele sentia as pernas fraquejarem.
Quando ela percebeu que logo ele não conseguiria mais se segurar, ela parou. Ele sorriu, abriu os olhos e a encarou por alguns segundos.
Alo: O que é isso, Helena? Quer me provocar um infarto? – ofegante –
Ela mordeu os lábios provocando-o.
He: Não vai aguentar? – desafiando-o –
Alo: Não sou eu quem tem o costume de pedir pra parar. – provocando-a –
He: Vai me jogar na cara mesmo? – descendo do balcão –
Ele riu, ela estava deliciosamente diferente.
He: Então hoje vai ser diferente.
Ela ainda de lingerie, foi até a geladeira, procurou algo e voltou com um sorriso de fato muito convidativo.
Alo: Você só pode estar brincando. – sorrindo –
Helena pediu pra que ele deitasse no chão, em seguida sentou em cima dele. Pegou um pano de prato e amarrou os pulsos dele.
Alo: Eu estou amando essa versão sua.
Ela sorriu pra ele, com certeza era uma versão única sua, a versão que transava com um homem completamente desconhecido em seus mais profundos devaneios.
He: Você ainda não viu nada, meu amor.
Helena trouxe da geladeira uma lata de leite condensado, já estava aberta, então quando ela a pegou e jogou nos lábios de Alonso e desceu até o seu peito.
O beijou com certa provocação, umedecendo muito mais os lábios e puxando-o delicadamente com os dentes em alguns momentos.
Ela seguiu a trilha que fizera sem pressa alguma.
Alonso mantinha os olhos fechados, ela então saiu de cima dele e colocou o doce em seu membro já rígido a espera dela, mas o que ele teve, foi a deliciosa sensação da língua quente de sua mulher contra seu pênis.
Ele não conseguiu segurar um tímido gemido quando a língua dela encostou nele.
Os movimentos eram perfeitos para Alonso, fosse lento ou rápido. Ela o fazia muito bem.
Alonso estava mais que pronto.
Alo: Me solta, amor. Me solta que eu quero te tocar, eu quero...
He: Então quem é que não aguentou hoje?
Alo: Não faz isso, amor.
Ela então levou os lábios novamente até onde ele já não conseguia segurar mais então parou novamente.
Alo: Está bem, está bem. Eu não aguento mais. Me solta, você ganhou.
Ela sorriu sentindo-se vencedora, o desamarrou e após morder os lábios disse:
He: Então agora vem e me faça enlouquecer também.
Ele avançou nela como um leão avança em sua presa. Foi tão forte e agressivo que ela poderia ter se machucado, mas nenhum deles se preocupava com isso.
Alonso estava completamente incontrolável, ansioso e impaciente para tê-la. A calcinha dela ele nem se deu o trabalho de tirá-la, ele a rasgou, até agora ainda não entende como conseguiu tal façanha.
Helena pensou em dizer algo, mas sua boca foi invadida pela língua dele.
O beijo era forte e se estendeu pelo queixo e pescoço dela. Ele a penetrou e ela gemeu timidamente.
Os movimentos eram fortes, intensos. Helena sentiu o corpo todo frenético.

Depois de alguns minutos, ali, no chão da cozinha. Helena e Alonso estavam tentando se recuperar do que haviam feito. A respiração parecia que nunca mais voltaria ao normal.
Alo: Olha o estado que você me deixou. – rindo –
He: Gostou? – sorrindo –
Alo: Claro que eu gostei. – olhando-a –
Para Alonso nunca havia tido um momento melhor que esse com Helena, com certeza foi a melhor transa que já tiveram.
Talvez ele nunca saiba que Helena fez aquilo porque sonhou com isso naquela manhã e que tentou refazer o sonho, para ela foi bom, mas nada comparado ao que fez em sonho com aquele homem.

O fim de semana passou tranquilo, para a alegria de Helena, Pedro chegou de viagem no domingo antes de escurecer.
O carro estava impecável, fez questão de encher o tanque antes de entregar as chaves para o pai.
Helena gostou daquilo, aos poucos Pedro conseguiria tirar aquele medo que ainda assombrava a sua mãe.

Era segunda-feira, Helena conversava com Alice em sua sala na escola durante o intervalo das turmas.
Ali: Eu não acredito. Eu juro que se não fosse você me contando eu não ia acreditar. – rindo –
He: E na mesma noite tive o maldito sonho de novo, o pior que Alonso ainda me acordou na madrugada, eu estava suando, Alice!
Ali: Maldito? Ele é bendito!
He: Estou me sentindo mal, Alice. Eu fico imaginando outro quando estou com o Alonso.
Ali: E como foi?
Helena não queria acreditar que a cunhada fizera uma pergunta tão indiscreta como essa.
He: Quer os detalhes? Isso já demais, não acha? – rindo –
Ali: Não é isso. – rindo – Alonso, o que foi que ele disse com a sua versão selvagem?
Ambas riram.
He: Ele só disse que eu estava diferente.
Ali: Diferente ou mais insaciável?
He: Acho que essa palavra se encaixaria melhor. – rindo –
Ali: Vai ver esses sonhos foi alguma Deusa do sexo selvagem que quer te ajudar a sair do comum “papai e mamãe”, porque convenhamos que quase trinta anos de casados no papai e mamãe ninguém merece, né?
He: Alice!

Sonho de Amor - 2017 [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora