Capítulo 2

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Olá!

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Abraços,

Ju

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Liz

Eu ainda estou dormindo.

Só isto explica o porquê de eu estar vendo Thomas Hardy parado na minha frente.

É um pesadelo. Meu pior pesadelo.

Afinal, não seria a primeira vez que aquele cretino invadia meus pesadelos, rastejando como uma cobra peçonhenta para dentro do meu subconsciente, espalhando seu veneno por meu sangue, minha pele, meus ossos, contaminando tudo por onde passava e me transformando numa massa trêmula de lembranças e medo.

Preciso dizer que em nenhum pesadelo ele estaria presente no meu primeiro dia no hospital. Um dia que já tinha começado errado quando eu tive que lidar com um atraso decorrente de uma noite mal dormida justamente por causa da ansiedade de saber que em poucas horas eu teria que lidar com o fato de que agora eu era uma médica de verdade e não mais uma simples estudante de medicina.

Inferno, eu não me sentia preparada pra lidar com esta realidade ainda!

Durante todo percurso de casa ao hospital, costurando pelo transito caótico de Chicago, estive rezando para que, diferente dos meus mais obscuros medos, eu não fosse uma péssima médica.

Mas, a cada quilometro que ia me aproximando do meu destino, minha parca confiança ia se esvaindo como fumaça.

Eu estava com o estômago embrulhado e com dificuldade para respirar quando finalmente estacionei no Chicago Mercy. E para piorar, meu celular começou a tocar e uma olhada no visor me deixou mais nervosa ainda. Barbara não podia escolher outra hora para me torturar?

Por um instante eu hesitei, sem saber se deveria atender e enfrentar a fera ou adiar o confronto para um momento em que eu estivesse mais calma.

A covardia venceu e eu desliguei sem atender. Sabia que não era uma decisão inteligente ignorar Barbara Spencer, porém no momento, eu não queria acrescentar seu terrorismo psicológico à lista de contratempos que eu precisava enfrentar.

Se eu achava que um telefonema de minha enervante mãe era a pior coisa que poderia me acontecer aquele dia eu estava muito enganada.

O pior existia e se chamava Thomas Hardy.

Parado na minha frente me encarando em total assombro. Os olhos azuis atordoados e cabelos loiro escuro perfeitamente bagunçados como eu me lembrava.

Infelizmente. Me lembrava sim e não foi por falta de tentar esquecer.

— Hei, eu sou Mark Geller – um rapaz bonitinho me cumprimenta, não sei se por total inocência ou por querer quebrar a tensão instalada nos poucos segundos da minha intempestiva chegada.

— Oi – murmuro, desviando o olhar de Thomas.

Inferno. Doutor Thomas! Caralho. Porra. Todos os palavrões possíveis e imagináveis que eu nem conseguia me lembrar nessa hora.

Porque de repente, minha mente que estava em choque há até poucos segundos, começa a assimilar a realidade diante de mim.

Thomas Hardy, ainda lindo como eu fatalmente me lembrava, estava na minha frente de jaleco e uniforme.

Doutor Thomas Hardy.

Doutor Hardy. Puta. Que. Pariu!

Começo a hiperventilar.

Linha da Vida - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora