Capítulo 17

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Thomas

Como sabemos que estamos em um pesadelo?

Observo Nina através do vidro da sala de emergência sentindo-me impotente, enquanto aguardamos os resultados dos exames de sangue.

Ela está acordada agora, embora ainda esteja fraca e pálida. Amber está com ela no quarto. Acaricia seus cabelos lentamente, enquanto Nina trava um monólogo sobre algum assunto que Amber finge prestar atenção, eu sei, pelos olhares apreensivos que me lança através do vidro de vez em quando, que sua preocupação é mesma que a minha.

Repetidamente na minha cabeça, eu vejo Nina caindo nos braços de Liz, como em câmera lenta. Meu coração já havia deixado de bater normalmente quando Liz colocou as malditas suposições de diagnósticos na minha cabeça.

O grito de Liz me tirara do torpor e, com poucas passadas, eu estava diante dela transferindo Nina para meus braços correndo com seu corpinho quente para a emergência.

E tudo havia se transformado em pesadelo. Cada segundo que passava os sintomas começavam a se embaralhar diante dos meus olhos. Nina

— Thomas – a voz de Liz me livra dos pensamentos sombrios e, por um momento, eu me permito deixar de lado as preocupações com a saúde da minha irmã para apenas apreciar sua presença.

Ela estava de volta.

Tudo o que eu mais queria naquele momento era ter a chance de conversar a sós com ela. Mesmo não sabendo o que iria dizer.

Eu só precisava estar perto dela.

— Como ela está? – Pergunta.

— Estamos aguardando o exame de sangue. Mas... acho que você pode ter razão em suas suposições.

— Eu posso estar enganada...

— Thomas – Nós nos viramos e vemos Paola se aproximando. – Estou com os resultados de sua irmã.

— Você entrou em contato com meu pai? – Eu havia pedido que Paola tentasse localizar meu pai desde quando Nina passou mal.

Ele havia saído sem avisar ninguém aonde ia. O que era no mínimo estranho.

— Ainda não. Não atende o celular – Paola explica. Lançando um olhar azedo para Liz. – O que você faz aqui? Não foi demitida?

— O Doutor Hardy me readmitiu – Liz dá de ombros, sem reconhecer o olhar ciumento de Paola.

Eu podia bem imaginar de onde tinha saído o veneno para meu pai tentar se livrar de Liz. Só que agora eu não podia perder meu tempo pensando nas armações de Paola.

Eu pego os exames de sua mão.

— A . – Verifico.

— Pode ser uma deficiência imunológica. – Paola diz, mas eu já vejo tudo preto.

Olho para Liz.

— Chame o especialista em Hematologia.

Ela se afasta para fazer o que eu pedi.

— Thomas, pode ser uma anemia. Ou algum vírus. – Paola insiste.

— Sim, pode ser... Mas ela tem os sintomas, Paola.

Sua mão aperta meu ombro.

— Sinto muito...

Eu me afasto e entro no quarto.

— Thomas, não estou me sentindo bem – Nina reclama e isto parte meu coração.

— Vai ficar tudo bem, vamos cuidar de você – eu toco seus cabelos e olho para Amber – Pode vir aqui fora um instante?

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⏰ Última atualização: May 30, 2017 ⏰

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