Thomas
Eu provavelmente não tinha ouvido direito.
Um zunido cada vez mais alto parecia que ia fazer minha cabeça explodir, enquanto eu encarava Liz com assombro.
— O quê? – Balbuciei confuso, esperando que ela desfizesse o mal-entendido horrível.
Liz recuou, com a mão na boca, perdida em seu próprio choque.
Sua cabeça vai de um lado para outro em negação.
Eu não posso deixá-la ir. E, quase com violência, seguro seus ombros.
— Que diabos está dizendo? Liz? Responda! – A sacudo.
Ela tira a mão da boca e vejo uma lágrima escorrendo de seu rosto derrotado.
— Você ouviu...
— Não – a negação sai da minha boca, bem como minhas mãos de seus ombros.
— Eu queria que não fosse verdade, mas é – sua voz não passa de um sussurro.
Então eu finalmente começo a acreditar. Não há mentira em suas palavras.
Liz está falando a mais pura verdade. Ela esteve grávida. Há oito anos.
Sinto o ar me faltar enquanto processo aquela informação assustadora.
Liz grávida.
Eu a deixei grávida. Puta que pariu!
— Você estava grávida quando a deixei? Por que não me disse? Por quê...
— Eu não sabia, eu só descobri quando você já tinha ido embora – ainda há um mundo de rancor em suas palavras.
— E daí? Você sabia onde eu estava! Podia ter me procurado, podia ter me contado!
Ela ri. Um riso sem o menor humor.
— Fala sério, Thomas! Até parece que iria adiantar alguma coisa! Você se livrou de mim como se livra de um sapato velho! E estava muito feliz com suas festinhas e garotas fáceis!
— Eu não fazia ideia! Porra, Liz! – Eu estou furioso.
Por que demônios eu só estou sabendo daquela merda toda somente agora? Depois de oito anos?
Então algo que ela havia dito retornou a minha mente.
— Você disse que meu pai sabia...
— Sim ele sabia
— Por que ele sabia e eu não?
— Porque quando eu fui atrás de você na sua casa, você estava se atracando com várias garotas numa piscina.
— O quê? Que diabos – De repente eu me lembro. A festa da piscina, num feriado que passei em casa.
Então Liz havia estado na minha casa naquele dia?
— Por que não falou comigo? Por que foi direto ao meu pai?
Ela dá de ombros.
— Eu passei mal. Ele me encontrou e eu contei a ele o que seus olhos médicos já desconfiavam.
— Aquela festa foi cinco meses depois que eu fui embora...
— Sim, eu demorei isso tudo para ter coragem de ir atrás de você. Ou de contar a alguém.
Passo os dedos nervosos pelos meus cabelos, puxando os fios, em frustração e raiva.
Está sendo difícil de processar tudo.
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Linha da Vida - Degustação
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