Capítulo 7

742 74 2
                                    

Thomas

— Nina, precisa comer! – Ainda no corredor escuto a voz de Amber na cozinha e faço uma careta. Ouvir sua voz naquela manhã me lembrava da nossa discussão e de sua ameaça de contar ao meu pai sobre mim e Paola.

— Eu não quero! – Nina está resmungando quando entro na cozinha.

— Nina, por favor, você não tem comido nada! – Amber insiste, mas Nina tem os braços cruzados em frente ao peito com expressão emburrada.

— Bom dia, gatinha – eu me aproximo e ela sorri ao me ver.

— Thomas, fala pra Amber que não quero comer.

Eu encaro Amber.

— Deixa a menina, Amber – eu me sirvo de café preto e Maria me lança um olhar reprovador.

— Não é só a Nina que precisa comer mais.

— Eu não tenho fome de manhã, Maria, sabe disto.

— Tá vendo? Eu sou como o Thomas - Nina se levanta da mesa – ignorando a carranca de Amber.

— Acontece que não é só de manhã que você anda enrolando pra comer. Maria disse que ontem não almoçou. E ontem a noite quase nem jantou direito. Quer ficar doente?

— Você também não come! Vive de dieta, comendo só aquelas folhas esquisitas, eca! – Nina retruca fazendo Maria e eu rirmos.

— Boa, Nina!

— Vocês deveriam me apoiar! – Amber reclama – tudo bem eu desisto! Eu preciso me arrumar pra trabalhar, você leva Nina pra escola? Papai já está no hospital.

— Sim, eu prometi que a levaria.

— Ótimo!

Amber se afasta e eu e Nina seguimos para o carro.

— Que negócio é este de não querer comer?

Ela dá de ombros.

— Amber está exagerando. Eu como direitinho sim. – Ela sorri e eu não consigo ficar bravo.

— Espero que seja verdade. Amber tem razão. Pode ficar doente se não comer.

Ela rola os olhos e vai entrando no carro.

— Ei, eu vi isto!

Como se ela se importasse.

***

Eu já estou tenso de novo quando chego ao hospital e, para completar, Erick me aborda no vestiário.

— Que papo é este que você e a Spencer já se pegaram?

— O quê? Como sabe? Quem mais sabe? – Eu fico alarmado. Não seria nada legal que meu passado com Liz virasse motivo de fofoca pelo hospital.

— Calma cara. Na verdade, foi a própria Liz quem jogou isto em mim ontem à noite e adivinha que cara eu fiquei! Puta merda!

— Espera, como assim ontem à noite? – Eu o encaro desconfiado. Que diabos tinha acontecido depois que eu fui embora?

— Eu estava na porta do bar quando ela saiu e perguntei se queria uma carona, sabe como é...

— Porra, Erick! – Eu me irrito.

— Calma aí! Eu tentei fazer você dizer que já tinha escolhido a Spencer, como você não admitiu! Achei que podia arriscar... eu só não fazia ideia de que ela fosse sua ex!

Linha da Vida - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora