Capítulo 14

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Nota da Autora

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Liz

Estava feito.

O mais bem guardado segredo que eu escondia até de mim mesma finalmente foi revelado a Thomas.

Eu caminho para fora do hospital, alheia às vozes e ao movimento a minha volta, como se estivesse morta.

E é assim que eu me sinto. Morta por dentro.

Exatamente como me senti há oito anos, quando saí de um hospital, depois de nove meses de uma gravidez solitária, após de dar à luz a um bebê que, apesar de meu, nunca me seria permitido chamá-lo assim.

Meu bebê. Minha filha.

Filha de Thomas também.

Eu acreditei que jamais precisaria revelar isso a ele.

Quando estava grávida, muitas vezes eu fantasiei como seria, se eu contasse que esperava um bebê. Mesmo naquela época, eu já não nutria nenhuma tola esperança de Thomas aceitar aquele fato.

O que ele havia feito comigo, foi o bastante para me deixar vacinada contra qualquer fantasia romântica envolvendo Thomas Hardy.

Ele havia me rejeitado. Havia algo em mim que não queria vê-lo rejeitando nossa criança também.

E agora ele sabia.

Eu deveria ter previsto quando coloquei os olhos nele naquele hospital que meu segredo estaria em perigo. Fui tola em achar que conseguiria lidar com Thomas Hardy desta vez. Que eu era forte o suficiente para tratá-lo como a qualquer médico. Apenas um colega de hospital. Apenas um chefe.

A quem eu queria enganar?

Ele ainda virava meu mundo de cabeça pra baixo. Fazia aquela Liz jovem e sonhadora emergir sob a pele da Liz adulta e madura.

A Liz, que escolhera dar a própria filha a estranhos e seguir como se ela não existisse.

Minha filha.

Ah Deus. A dor que eu sempre havia conseguido suprimir por todos aqueles anos, agora se negava a adormecer.

Eu sinto minhas pernas cederem e deixo-me cair sobre um banco, respirando com dificuldade. O nó na minha garganta me sufocando.

O vento do fim de tarde chicoteia meu rosto levando as lágrimas que caem, sem que eu consiga detê-las.

E junto com elas, vêm as lembranças.

As memórias que eu mantive trancafiadas no local mais escondido do meu coração. A primeira vez que ela mexeu dentro de mim. As incontáveis noites em que eu chorava desesperadamente almejando que tudo fosse diferente.

A única vez que eu a tive em meus braços. Tão pequenina e indefesa.

O momento em que eu havia me despedido pra sempre. No coração, apenas a certeza que eu estava fazendo a coisa certa. Eu não podia ser sua mãe.

E eu segui em frente. Ainda chorei por incontáveis noites, sentindo falta dela em meus braços. Mas acordando para dizer a mim mesma que foi melhor assim.

Linha da Vida - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora